Com vocação apenas comercial inicialmente, a JPS Home & Textile usou a experiência do passado para evoluir e chegar a novos públicos no presente. «A minha mãe era feirante e eu achei que deveríamos desenvolver mais algumas coisas para além disso», explicou João Paulo Silva ao Jornal Têxtil, num artigo publicado na edição de outubro.
Foi pelas mãos do empresário que a JPS Home & Textile ganhou forma há 20 anos. «Surgiu de uma forma muito natural, as coisas foram-se desenvolvendo e a empresa foi crescendo», reconheceu.
Inicialmente, o leque de produtos abrangia mais do que uma divisão da casa, incluindo a cozinha e o quarto, mas a apetência dos consumidores levou a JPS Home & Textile a concentrar a sua oferta. «Agora fazemos sobretudo toalhas de mesa, roupa de cozinha», revelou João Paulo Silva.
A produção é feita quer dentro de portas, onde trabalham cinco pessoas, quer com recurso à subcontratação, no caso de produções maiores. «O design é interno e temos um pouco de tudo, desde os programas de design aos programas de picagem para bordados. Não somos verticais, mas subcontratamos tudo em Portugal, mais precisamente na região de Guimarães e Vizela», afirmou o empresário.
Apesar da pequena dimensão da empresa, a internacionalização não é novidade e a JPS Home & Textile exporta já 50% da produção, especialmente para Espanha – o principal mercado –, Áustria, Polónia e Alemanha. «Fazemos contactos diretos com os clientes e há cinco ou seis anos que fazemos a Heimtextil», adiantou João Paulo Silva.
A empresa fez ainda parte da lista de expositores da Guimarães Home Fashion Week, onde, na segunda edição, angariou bons contactos. O cliente que vem [a esta iniciativa], vem para comprar ou pelo menos para fazer consultas – é uma abordagem diferente», referiu, ao Portugal Têxtil, João Paulo Silva (ver Guimarães no epicentro da casa).
Preparada para tudo
Embora os primeiros indicadores tenham evidenciado um aumento das vendas de 5% em relação a igual período do ano passado – em que a empresa faturou aproximadamente 200 mil euros –, a instabilidade do mercado faz com que João Paulo Silva se mantenha cauteloso.
«O objetivo é pelo menos manter. Estou confiante, mas também estava no início do ano e as coisas não começaram muito bem. Para já tenho trabalho, mas não sei, não adivinho o futuro», assumiu. Até porque, referiu, «o cliente é sempre uma caixa de surpresas. Tenho um cliente que tanto compra o ano todo, muito certinho, como de repente não compra nada até meio do ano ou vem no final do ano e compra tudo. Nunca é muito certo».
Uma incerteza agravada ainda pelo mercado interno, apesar da diferenciação do produto lhe ter permitido superar os momentos mais difíceis. «A crise sentimos todos, mas sempre tive um produto diferenciado e alguma sorte», confessou o empresário.
Os pés assentes no chão fazem igualmente parte da filosofia do negócio da JPS Home & Textile. «Quando o objetivo não é muito alto, desde que haja um bocadinho de crescimento, já é bom. Agora quando pomos a fasquia bastante elevada, depois temos algumas surpresas desagradáveis. Mas neste caso não, é sempre passo a passo, dia a dia», concluiu João Paulo Silva.