Dezenas de empresários e personalidades ligadas à indústria têxtil e vestuário nacional, como Paulo Nunes de Almeida, ex-presidente da ATP, e Mira Amaral, ex-Ministro da Economia, estiveram ontem no Edifício do Citeve, em Vila Nova de Famalicão, na abertura da exposição 50 anos de indústria têxtil e vestuário em Portugal. Patente até ao dia 26 de junho, a exposição, uma iniciativa do CENIT – Centro de Inteligência Têxtil integrada no projeto Porto Fashion Show, apoiado pelo Compete, retrata as últimas cinco décadas de um percurso feito de resistência e capacidade de adaptação, que acompanhou os principais momentos da história política e social de Portugal e do mundo.
«Celebramos meio século de persistência, resiliência, tenacidade e vontade de ocupar um lugar no futuro, que a fileira têxtil e do vestuário portuguesa transformou numa história sofrida de sucesso», explica Paulo Vaz, presidente do CENIT e comissário da exposição. Dividida em 17 quadros, a exposição percorre momentos cruciais da história do sector, desde os anos 60, concentrados no mercado interno e das ex-colónias, à aposta na internacionalização, que ganhou força especial neste novo milénio.
Pelo caminho, visita algumas das instituições que contribuíram para a valorização e projeção da moda portuguesa, como a fusão associativa que resultou na ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal e na Anivec/Apiv, o Modatex, também resultante da fusão de vários centros de formação profissional para o sector, o centro tecnológico Citeve, o Portugal Fashion e o CENIT e os seus meios de comunicação (Jornal Têxtil, Portugal Têxtil e, mais recentemente, a fashionup.pt). Os visitantes podem ainda recuar às últimas cinco décadas através da evolução da moda, representadas em cinco coordenados, dos anos hippie da década de 60 até à moda streetwear dos dias de hoje, passando pelo estilo eternizado por Madonna nos anos 80 e o estilo grunge popularizado pelos Nirvana nos anos 90.
«Num momento em que nos congratulamos pelo ressurgimento da indústria têxtil e vestuário em Portugal, depois de quase duas décadas particularmente difíceis, em que se lutou efetivamente pela sobrevivência, contar a história, fazer a memória, mostrar os êxitos e as dificuldades do caminho percorrido, é a melhor inspiração que podemos ter e partilhar para todos e são muitos os que querem continuar a fazer deste sector uma atividade relevante, moderna, estratégica e com presença global, capaz de gerar know-how e riqueza e fazer partilha disso», resume Paulo Vaz.