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No mapa do sourcing

A indústria de vestuário do Sri Lanka tem sedimentado uma reputação de qualidade e entrega entre os compradores nos mercados dos países desenvolvidos e mostra o potencial de saber capitalizar os seus pontos fortes inerentes.

As exportações de vestuário do país têm apresentado bons resultados nos últimos anos, de acordo com o relatório publicado na edição mais recente da Textile Outlook International, elaborado pela Textiles Intelligence. Entre 2009 e 2014 aumentaram mais de 51% – apesar das condições desfavoráveis ​​nos mercados estrangeiros desde a recessão global em 2009 e da perda das concessões ao abrigo do programa GSP+ no mercado de importação da União Europeia em meados de 2010. Essas concessões permitiam o acesso livre, isento de direitos alfandegários, da indústria de vestuário do Sri Lanka ao mercado da UE, tendo sido suprimidos em resultado das preocupações existentes face às ações do Sri Lanka em matéria de direitos humanos.

No entanto, a indústria beneficiou de um governo que tem sido amplamente favorável à indústria, criando um ambiente propício aos negócios, a par da oferta de incentivos fiscais que pretendem encorajar o investimento direto estrangeiro.

Em particular, o governo do Sri Lanka introduziu incentivos que pretendem estimular a criação de unidades de produção nas zonas rurais e menos desenvolvidas do país – incluindo as regiões leste e norte anteriormente devastadas pela guerra –, onde existe mão-de-obra abundante e salários mais baixos face aos praticados na capital Colombo e nos seus arredores.

Em acréscimo, o Sri Lanka está a entrar numa nova fase de harmonia política e económica após a eleição em janeiro de 2015 de um novo presidente e a nomeação de um novo primeiro-ministro – cujas políticas foram reafirmadas numa eleição parlamentar ocorrida em agosto de 2015.

O novo primeiro-ministro prometeu implementar uma melhor governação, uma política económica pró-mercado e uma postura mais pró-ocidental. Em resultado, haverá um aumento dos incentivos disponibilizados às empresas estrangeiras, estimulando-as a estabelecerem unidades de produção no Sri Lanka orientadas para a exportação, o que poderá ser alcançado através da oferta de incentivos reforçados ao investimento.

A indústria do vestuário antecipa um aumento das exportações com destino à UE, através da restituição das concessões GSP+. Essa restituição proporcionaria às exportações do Sri Lanka um acesso livre aos mercados europeus e poderia conduzir a um aumento considerável das vendas de vestuário.

Considerando uma perspetiva negativa, se o estatuto GSP+ de acesso ao mercado da UE não for restaurado, os fabricantes de vestuário do Sri Lanka permanecerão em desvantagem no longo prazo face aos seus concorrentes do Paquistão, que beneficiam de acesso livre ao mercado europeu ao abrigo do GSP+, ou aqueles no Bangladesh e Camboja, que beneficiam de acesso isento à UE ao abrigo do esquema GSP Everything But Guns (EBA).

A posição competitiva do Sri Lanka no crucial mercado americano poderá, também, ser ameaçada pelos termos da Parceria Trans-Pacífica, que irá favorecer o Vietname e a Malásia.