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China trava declínio

A atividade de produção na China continuou em rota descendente em outubro, embora ao ritmo mais lento dos últimos quatro meses, alimentando a esperança de que os estímulos governamentais à economia possam estar a surtir efeito.

Os dados preliminares divulgados no início do mês mostram que o índice PMI da Caixin para a China, que mede a atividade da indústria, aumentou para 48,3 em outubro, um aumento em comparação com 47,2 em setembro. Um índice acima de 50 significa expansão da atividade, enquanto um resultado inferior a 50 denota contração.

Os resultados sugerem que as condições de produção se agravaram em cada um dos últimos oito meses, embora o declínio mais recente seja o mais ténue desde junho.

Os componentes individuais do índice revelam um aumento simultâneo da produção e das novas encomendas de exportação. «A evidência generalizada da redução dos custos das matérias-primas conduziu a uma diminuição acentuada dos encargos de custos que, por sua vez, foram passados para os clientes sob a forma de preços de venda mais baixos», explicou a Caixin.

Embora o total de novos negócios colocados a produtores chineses tenha diminuído pelo quarto mês consecutivo em outubro, a taxa de contração diminuiu a setembro, revelando-se apenas moderada.

«Uma procura doméstica mais ténue revelou-se um fator-chave, pesando sobre o novo trabalho de uma forma geral, numa altura em que o negócio de novas operações cresceu pela primeira vez desde junho, ainda que marginalmente», acrescentou a Caixin.

Desde julho que os produtores chineses reduziram a sua atividade de compras em outubro, levando a uma diminuição mais moderada dos inventários de compras.

Simultaneamente, a redução das vendas conduziu a um aumento dos stocks de produtos acabados pelo terceiro mês consecutivo, embora a taxa de acumulação tenha enfraquecido a um ritmo marginal.

Os custos médios no sector de produção da China caíram pelo décimo quinto mês consecutivo em outubro. No entanto, apesar da suavização face a setembro, a taxa de deflação permaneceu elevada.

«Uma percentagem esmagadora de inquiridos associou menores custos de produção a preços mais reduzidos numa ampla gama de matérias-primas. Como parte dos esforços para aumentar a procura, as empresas usaram as suas poupanças para terem preços de venda mais reduzidos. Além disso, o ritmo de descontos permaneceu, no geral, estável».

He Fan, economista do Caixin Insight Group, afirmou que a ligeira subida do índice «mostra que o enfraquecimento global da indústria de produção desacelerou, indicando que as medidas de estímulo anteriormente aplicadas começam a surtir efeito. A fraca procura agregada manteve-se como o principal obstáculo ao crescimento económico e o risco de deflação, resultante da contínua queda dos preços das grandes commodities, requere atenção».

O índice PMI é compilado a partir de respostas a questionários enviados a responsáveis de compras em mais de 420 empresas.

Paralelamente, começam a emergir os primeiros detalhes sobre o plano do governo chinês para os próximos cinco anos, que deverá ser revelado em março. De acordo com a agência noticiosa oficial Xinhua, o presidente Xi Jinping revelou que a economia do país terá de crescer, pelo menos, 6,5% ao longo dos próximos cinco anos, de forma a atingir a meta estabelecida de duplicar, em 2020, o produto interno bruto e rendimento per capita de 2010.