O tecido à base de fibras ignífugas em meta-aramida e para-aramida foi apresentado oficialmente no final de setembro no Congresso de Sapadores Bombeiros de França e permitiu logo novos negócios. «Através dos nossos clientes, que fizeram a apresentação aos bombeiros, temos já solicitações de fornecimento do tecido», revelou António Teixeira, diretor de vendas da Penteadora, ao Jornal Têxtil (edição de outubro 2015). Uma procura que se verifica não só em França mas também em Portugal, onde tinha sido já apresentado. «Juntamente com algumas empresas, estamos a fazer o desenvolvimento desse tipo de fatos para combate urbano e penso que ainda durante 2015 ou início de 2016 teremos produtos finais “made in Portugal” a serem comercializados», acrescentou.
O tecido, que além de ser ignífugo tem ainda resistência mecânica acrescida graças às para-aramidas, confere proteção adicional aos bombeiros em situações de proximidade ao fogo, nomeadamente no combate a incêndios em espaços confinados. Características que garantiram o prémio Inova Têxtil 2015 – uma iniciativa do Citeve – na categoria de tecidos.
Mas a Penteadora não descansa à sombra dos louros. Com efeito, a empresa tem já na forja um tecido pensado para as forças de segurança. «Desenvolvemos um produto que, mais uma vez, é composto por fibras ignífugas, as para-aramidas para dar resistência mecânica adicional, nomeadamente às perfurações por faca ou garrafa de vidro partida, e com acabamento químico que repele os hidrocarbonetos, importante para a proteção contra cocktails molotov», explicou António Teixeira ao Jornal Têxtil.
A área dos tecidos técnicos – uma aposta que começou apenas no ano passado – tem vindo a evoluir positivamente e a contribuir para o crescimento da Penteadora, que conta já 85 anos de história. «Estamos a crescer a um ritmo que nos deixa muito satisfeitos. Não descansados, mas satisfeitos», reforçou o diretor de vendas da empresa pertencente ao Grupo Paulo de Oliveira, que faturou 80 milhões de euros em 2014. «Gostaríamos que a área técnica fosse tão grande quanto possível. Evidentemente que se a Penteadora crescer na área dos tecidos técnicos, a sua capacidade em termos de produção de tecidos tradicionais ficará mais limitada. Mas temos as outras duas empresas [Paulo de Oliveira e Tessimax] que podem ajudar-nos. Se daqui a 10 anos, a Penteadora vender 100% em tecidos de aramida seria fantástico», exultou.