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Adidas corre na pista vegan

A gigante do desporto Adidas está atenta às tendências do mercado e tem levado a cabo uma reformulação na sua estratégia.

O desporto é uma área que se depara com um número crescente de desafios, por vezes inesperados, tendo em conta uma nova geração de consumidores que querem cada vez mais ter a certeza de que o que compram é sustentável. No iTechStyle Summit’18 (ver iTechStyle Summit sobre rodas) esta questão foi abordada por Vincent Lecrosnier, diretor de design da multinacional Adidas. «Vivemos todos no mesmo planeta e temos as mesmas respostas. O ponto principal é entender o que o consumidor quer. Temos feito uma revolução interna na empresa para responder às preocupações» dos clientes, explicou.

Quem compra os produtos de um grupo como a Adidas sabe bem o que quer. «Os jovens não apoiam marcas que não têm valores sólidos. Temos que partilhar uma causa, apostar em coisas com significado e com histórias verdadeiras», até porque, na era da Internet e das redes sociais, qualquer erro pode ser fatal», garantiu Vincent Lecrosnier.

«Isso significa que as pessoas se importam com vários assuntos e nós temos que nos importar também, com o ambiente, com o aumento da temperatura no planeta, com as condições extremas no futuro», apontou o diretor de design da Adidas. «A noção de cinismo desapareceu e os jovens de agora querem ser proativos», alertou.

Vincent Lecrosnier defendeu ainda que as empresas devem estar preparadas para uma nova geração «hiperconectada». «Não é fácil abrir ao público a nossa cadeia de aprovisionamento, mas é algo para o qual temos que estar preparados. Há uma nova geração de ativistas atletas, que querem uma abordagem mais inteligente», reconheceu o responsável.

«A indústria tem que repensar uma abordagem à nutrição e proteína. A carne está cada vez mais ligada à não sustentabilidade. É preciso pensar em produtos sem pele para botas, por exemplo», avisou Vincent Lecrosnier. Além disso, os jovens que compram os produtos da Adidas querem pertencer a uma «tribo», mas, ao mesmo tempo expressar a sua individualidade. «A uma certa altura podemos identificar-nos com a indústria médica, por exemplo ou recorrer à realidade aumentada. Estamos a trabalhar nisso. E, mais do que economia circular, falamos em criatividade circular», concluiu o diretor de design da gigante do equipamento de desporto.