Com o objectivo de consciencializar a população chinesa para o problema da Sida e promover o uso do preservativo na prevenção e combate à doença, o maior fabricante de preservativos da China, a Guilin Latex Factory, organizou ontem um desfile de moda na Reproductive Health New Technologies & Products Expo, a decorrer em Pequim, em que todas as peças de vestuário foram concebidas a partir de preservativos. Inicialmente, a China qualificou a Sida de doença do Ocidente capitalista e decadente – um problema de homossexuais, prostitutas e drogados. Oficialmente, nenhuma destas classes existia na China comunista.O país tardou, mas acabou por despertar para o problema da Sida, e os especialistas da saúde alertam que o vírus já se propagou pela população em geral. Mas, segundo os próprios especialistas, as lacunas existentes em termos de educação sexual e a falta de abertura para se falar de sexo ainda constituem sérios obstáculos no combate à doença.O singular desfile de moda foi também promovido como homenagem ao Dia Mundial da População, organizado anualmente pelo Fundo das Nações Unidas para a População. Com uma população actual de 1,3 mil milhões de pessoas, a China introduziu uma política rígida de filho único em 1977, para controlar o seu crescimento populacional. Preservativos de todas as formas e tamanhos foram utilizados para criar vestidos, biquinis, chapéus e até mesmo acessórios de moda. Os modelos desfilaram entre excêntricos efeitos especiais obtidos a partir de bolhas de sabão e, no final, não faltou o tradicional vestidos de noiva.
