As “rapariguinhas” japonesas que gostam de moda estão a crescer rapidamente e o mercado de vestuÁrio procura “crescer” com elas, acompanhando o amadurecimento destas mulheres que trocam a sua imagem de marca de mini-saia e botas por um visual mais maduro mas ainda assim sensual. As marcas e lojas direccionadas para a faixa etÁria dos 30 estão a crescer rapidamente, “colonizando” e fazendo entrar na tendência as Áreas mais conservadoras de Tóquio – anteriormente lugar para compradoras mais velhas ou as quase uniformizadas “empregadas de escritório”. Nascidas nos anos 70 e 80, estas mulheres fazem parte da última geração de baby boomers que tem impulsionado a economia interna do Japão. E, naturalmente, a indústria de vestuÁrio tem sido expedita em satisfazer as suas mudanças de gosto, até porque se vem assistindo a uma quebra das vendas no vestuÁrio mais jovem. O segmento de mercado vale muitos mil milhões de euros. A média anual de gastos com vestuÁrio e calçado das mulheres solteiras com menos de 35 anos que trabalham é de, aproximadamente, 1.102 dólares, em comparação com os cerca de 1.458 dólares dos gastos das famílias. Estas jovens mulheres vivem frequentemente com os pais, não têm de pagar renda ou alimentação e, por consequência, têm mais rendimentos disponíveis para compras de moda. Sempre sensíveis a novas tendências, foram lançados inúmeros centros comerciais em Tóquio para servir esta população. Estes incluem grandes nomes como Yurakucho Marui e Marronnier Gate, que abriram este Outono com pompa e circunstância nos recentemente renovados bairros Yurakucho e Ginza de Tóquio. Anteriormente, estas lojas situavam-se em Shibuya, onde os mais novos fazem normalmente as suas compras, mas à medida que o seu público-alvo amadureceu, as marcas e retalhistas têm migrado para estes novos bairros mais chiques. Particular interesse para a indústria têm as mulheres à volta dos 30», conhecidas como “araundo sati”, a pronúncia japonesa do inglês “around thirty”, que agora evoluiu apenas para “arasa”. Este termo refere-se a mulheres que nasceram entre 1975 e 1979 e estão actualmente à volta dos 30 anos. As marcas que se dirigem às mulheres “arasa” podem ser classificadas basicamente em três tipos. HÁ as marcas “otona-gyaru” (“grown-up gal”) caracterizadas por uma sensualidade madura, que se desenvolveram a partir das marcas presentes no centro comercial Shibuya dedicado às adolescentes e jovens. HÁ também marcas que dão um toque maduro e elegante a estilos mais formais. E marcas originalmente desenhadas por lojas seleccionadas» (lojas independentes) que têm um toque de alta-costura. Embora mantendo um sentido de juventude consciente da moda, as marcas líderes neste segmento de mercado procuram inspirar luxo e qualidade, usando materiais de gama mais alta e um melhor trabalho de confecção. Muitos produtores de vestuÁrio estão a desenvolver linhas melhoradas de marcas que foram populares para as mulheres “arasa” quando eram adolescentes, muitas vezes acrescentando ao nome original da marca prefixos como “mais” para dar a imagem de melhor qualidade. A “Be Radiance New York”, por exemplo, é uma linha focada no tema “mulheres radiantes” que surgiu da Cecil McBee, uma das favoritas entre as raparigas Shibuya. Outra é a “a.g. plus”, que é também típica da nova tendência. Todas têm o objectivo de manter os consumidores à medida que estes vão amadurecendo. A mesma empresa e líder de segmento, a Japan Imagination, é dona das três. Esta empresa de Tóquio apresentou vendas anuais de 24,2 mil milhões de ienes em 2007. Com as excelentes margens das lojas, a empresa teve um lucro antes de impostos de 3,24 mil milhões de ienes em 2006 e agora planeia expandir o seu número de outlets, incluindo marcas estrangeiras como a Kookai. Embora se tenha evidenciado por causa da cadeia Cecil McBee, a Japan Imagination afirma agora que se vai expandir rapidamente. desenvolvendo as suas marcas “arasa”. Actualmente com 112 lojas, o portfólio da Japan Imagination inclui 10 marcas, e deverÁ abrir duas ou três lojas por ano por marca, perfazendo um total de 20 a 30 lojas por ano», referiu uma porta-voz da empresa. A médio prazo, espera que cada marca gere um mínimo de 3 a 5 mil milhões de ienes». Para reduzir a sua dependência do mercado dos centros comerciais para servir as jovens mulheres, a Japan Imagination vai também dar mais atenção às marcas “asara” nas departement stores, incluindo a Clistea Coeur e Quoi?Quoi?. Com a transformação das “rapariguinhas do shopping” numa força poderosa no mercado, a evolução demogrÁfica no Japão vai estar em observação nos próximos anos, jÁ que a sociedade japonesa estÁ a envelhecer rapidamente e os produtores de vestuÁrio querem concentrar-se nos segmentos mais lucrativos.