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BCI a alta velocidade

A Better Cotton Initiative apresentou um crescimento inédito em 2014 e apressa-se, agora, rumo ao objetivo de longo prazo de representar 30% da quota global de produção. Uma meta para a qual a Filasa, a primeira empresa portuguesa a aderir à BCI, vai dar o seu contributo.

A worker carries a bundle of cotton to put into a suction pipe for making bales in a ginning factoryat the Mian Cotton Factory in Bahawalpur, Punjab, Pakistan, on Sunday, Oct. 26, 2013.

De acordo com o relatório de 2014 produzido pela BCI, 1,3 milhões de produtores em 20 países produzem atualmente Better Cotton, um aumento de 65% face aos resultados apontados em 2013. De entre estes, 99% estão classificados como pequenos produtores, uma vez que detêm áreas de cultivo de algodão inferiores a 12 hectares, enquanto a totalidade da área abarcada pela iniciativa Better Cotton compreende 2,7 milhões de hectares, superando a previsão inicial da BCI de 2 milhões de hectares.

A iniciativa abrange 8,7% da produção global de algodão, um aumento de 120% face aos valores reportados em 2013, e reúne 468 membros, incluindo 33 retalhistas e marcas, representando um crescimento de quase 50% face a 2013 e ultrapassando o objetivo da BCI fixado em 450 membros.

«Naturalmente, a verdadeira medida de sucesso é o impacto benéfico do nosso sistema no planeta e nas pessoas», afirmou Patrick Laine, CEO da BCI. «Em setembro, registámos resultados muito fortes em termos de aumento de produção, redução de insumos e maiores rendimentos para os nossos produtores, por isso estamos confiantes da direção que estamos a tomar».

Laine revelou que a BCI está a «acelerar» rumo ao objetivo estipulado para 2020 de reunir 5 milhões de produtores sob a égide da iniciativa e representar 30% da produção de algodão mundial.

«Se conseguirmos alcançar esses nobres objetivos, teremos cumprido duas etapas importantes: alcançar escala e impacto e aproximarmo-nos do ponto de inflexão, no qual a Better Cotton se converte na metodologia generalizada de produção de algodão», acrescentou.

Um dos motores principais de crescimento para a BCI em 2014 foi a assinatura de várias novas parcerias com agências governamentais e associações de comércio – denominadas «multiplicadores» pela organização, devido ao forte impacto que detêm sobre o programa e a sua natureza económica.

Em 2014, essa iniciativa incluiu acordos colaborativos com a IPUD na Turquia, IAM em Moçambique e com os sistemas ABR da brasileira Abrapa e myBMP da Cotton Australia, em acréscimo ao já existente acordo Cotton Made in Africa (CmiA). Neste período teve, também, início um novo programa no Senegal.

Nos últimos 12 meses, a organização lançou uma nova iniciativa, tendo em vista o recrutamento de novas marcas – uma mudança de foco face ao período inicial de existência da BCI, durante o qual se concentrou maioritariamente no aprovisionamento do algodão.

«De forma a tornar a iniciativa verdadeiramente viável, necessitamos de acrescentar mais marcas à lista dos vanguardistas visionários que ajudaram a fundar a BCI», explicou Laine, adiantando que foi constituída uma nova equipa responsável pela iniciativa, a par de uma nova estrutura de gestão e um conjunto de eventos.

«As sementes semeadas em 2014 estão agora a dar frutos, com novas marcas globais a unir-se a nós nos primeiros meses de 2015», referiu. «Isto irá permanecer uma prioridade central num futuro próximo».

O progresso da BCI será «rigorosamente» avaliado por dois estudos independentes, adiantou a organização. O Instituto de Recursos Naturais da Universidade de Greenwich irá conduzir uma avaliação na Índia entre 2015 e 2018, enquanto a Escola de Negócios de Copenhaga empreende um estudo similar na Índia e Paquistão entre 2014 e 2016.

«Eu acolho este escrutínio adicional, uma vez que os resultados destes estudos nos permitirão melhorar as nossas práticas e reforçar a credibilidade dos nossos resultados», concluiu Laine.