«Como arquiteta, todo o processo de criação já me estava intrínseco, mudam os materiais, muda a escala, mas o método e a procura são os mesmos», começa por explicar a fundadora da Blancdate ao Portugal Têxtil sobre a mudança de foco, no final de 2013, quando decidiu criar uma marca de vestuário.
A Blancdate nasceria em 2016, quando «todas as ferramentas e conceitos» já estavam suficientemente maturados para que a marca se erguesse com pilares firmes, entre a qualidade dos materiais, o conforto e a essência das formas.
O nome faz um trocadilho com a expressão inglesa “blind date” porque, afinal, a estética minimalista da Blancdate, alinha-se com a ideia de «uma data em branco, de roupa sem data, intemporal», esclarece Andreia Baptista.
Em maio, a marca lançou o portal de comércio eletrónico e, entre cliques, já é possível comprar as peças de edição limitada, com um leque de preços situado entre os 29 e os 69 euros. «Tentei criar uma janela de preços que considero acessível dentro do conceito de “marca de autor”. Não me interessa criar uma marca “elitista” nesta vertente, interessa-me muito que as pessoas não só gostem, mas que também comprem e usem», acrescenta a fundadora.
Na loja online é possível encontrar tops 100% algodão, blusas 100% seda e jumpsuits 100% viscose, que dividem as atenções com gabardines e calças fluidas em tons suaves ou no clássico preto.
Apesar de Andreia Baptista apostar em peças-chave dentro da coleção, esta primavera-verão é impossível escolher um bestseller. «As vendas são muito equilibradas», afirma, revelando ainda que «o feedback das clientes tem sido muito positivo» nestes oito meses de negócio.
Andreia Baptista sabe do que fala, até porque controla todo o processo – do desenho ao envio da peça. A partir de casa, desenha, modela, cria o protótipo e fabrica as peças que compõem cada edição, peça a peça e, no desempenho destas funções, conta apenas com a ajuda preciosa de uma costureira que a auxilia na confeção.
Na tentativa de complementar a experiência de compras online, Andreia Baptista tem vindo a apostar no contacto mais próximo com as clientes da Blanctade através da presença em “mercadinhos urbanos”. Uma a duas vezes por mês, a marca sai à rua, porque a designer considera «muito importante que as pessoas tenham contacto de perto com a Blancdate, é um bom meio de vendas e de divulgação» e é nesses momentos que consegue perceber qual a direção a seguir em termos de posicionamento da marca.
Para já, os planos passam por «trabalhar muito e conseguir sedimentar a Blancdate» que, com menos de um ano, já expede encomendas para destinos internacionais, dentro e fora da Europa.