Breves

As vendas na Zona Euro subiram 0,2% em termos mensais em fevereiro, o quarto mês consecutivo de crescimento, devido aos preços mais baixos do petróleo que permitiram um maior orçamento discricionário às famílias, assim como à continuação da descida da taxa de desemprego, indicou o Eurostat. Contudo, o ritmo lento de crescimento do consumo das famílias dificilmente irá acelerar a retoma modesta da Zona Euro ou a taxa anual de inflação. A economia também cresceu a um ritmo mais baixo em março, tal como deixava antever o índice dos gestores de compras, publicado na semana passada pela empresa de pesquisa de mercado Markit, que revelou que a atividade no primeiro trimestre registou uma subida ao nível mais baixo desde o quarto trimestre de 2014. O inquérito a 5.000 empresas da Zona Euro confirmou que o Banco Central Europeu enfrenta uma luta difícil para aumentar a taxa anual de inflação para um valor abaixo dos 2%, com os preços ao consumidor em março a serem 0,1% inferiores aos do ano passado. As empresas cortaram os preços pelo sexto mês consecutivo, a acompanhar a descida dos custos, que diminuíram pelo terceiro mês consecutivo. «O crescimento mais lento é o resultado da estagnação da procura, acompanhada por descidas de preços numa altura em que as empresas concorrem às custas das margens de lucro», considera Chris Williamson, economista-chefe da Markit.

O novo diretor-executivo da Marks & Spencer, Steve Rowe, vai manter o controlo pessoal da divisão de produtos generalistas da retalhista britânica, que inclui o vestuário. Rowe, que assumiu as rédeas no passado sábado, vai manter, assim, o cargo que ocupava anteriormente antes de ser promovido. No primeiro dia de trabalho, o diretor-executivo afirmou aos funcionários que vê a divisão de merchandising generalista como a grande prioridade e que pretende focar-se nos consumidores e tornar o negócio menos complicado. «Acredito em manter as coisas simples. Fazer as coisas de forma simples significa que servimos melhor os clientes, gerimos os custos e trabalhamos de forma mais eficiente», indicou o novo CEO. «Vou continuar a tratar dos produtos generalistas», revelou Rowe à Reuters. «Os diretores da unidade vão continuar a reportar a mim no futuro próximo, porque acredito que essa é a prioridade», destacou. A mais recente ação para revitalizar as vendas de vestuário de senhora surgiu em fevereiro, quando estabeleceu um acordo com a apresentadora de televisão e “it girl” Alexa Chung para lançar uma coleção de moda inspirada os arquivos da retalhista.

Christian Louboutin revelou novas cores para a sua coleção de calçado “Nudes” pensadas para mulheres com pele mais escura. O designer de calçado de luxo anunciou a notícia através do Instagram, tendo colocado fotos de sete modelos com tons de pele muito diferentes e a usar a nova coleção de sabrinas, com saias de tule. «Nesta primavera, dois novos tons juntam-se à nossa coleção Nudes para criar um espectro de sete cores, adequado a qualquer tom de pele, desde porcelana a chocolate profundo», escreveu, prometendo «um nude para cada mulher». As sabrinas, que têm um detalhe de laço simples à frente e costuras escondidas, são feitas com napa mate flexível desenhada para imitar o aspeto e o toque da pele, explicou o designer. O objetivo é que os sapatos «quase desapareçam na pele» para um resultado leve e minimal. As reações online ao anúncio foram esmagadoramente positivas, com os utilizadores dos media sociais a louvarem a diversidade da nova coleção. Louboutin não é o único designer de calçado preocupado em criar tons nude mais escuros para combinar com diferentes tons de pele – no ano passado, o solista Eric Underwood, do African-American Royal Ballet, chegou às notícias quando colocou online uma imagem sua a pintar os seus sapatos de dança com maquilhagem mais escura para que se fundissem com a sua cor natural. No início de março, o bailarino revelou os sapatos nude “Eric Tan”, criados com a marca de calçado para dança Bloch. Considerado «o primeiro sapato de ballet da cor da pele de negros», a BBC indica que estará à venda no futuro próximo.

O grupo britânico de supermercados Sainsbury’s anunciou que a sua oferta de 1,4 mil milhões de libras (1,73 mil milhões de euros) pelo Home Retail Group, que detém a Argos, foi recomendada pelo conselho de administração da retalhista de catálogo. A Sainsbury’s ficou com o caminho livre para comprar a rival Argos quando a sul-africana Steinhoff International se retirou no mês passado. A Sainsbury’s, que também afirmou que a ação vai criar um negócio «multiproduto, multicanal» com cerca de 200 lojas, espera concluir o negócio no terceiro trimestre. «Estamos muito satisfeitos pelo conselho de administração do Home Retail Group ter recomendado a nossa oferta para a aquisição do negócio aos seus acionistas. O negócio combinado vai oferecer uma proposta multiproduto, multicanal, com redes de entrega rápidas, que acreditamos irá ser muito atrativa para os nossos clientes e que ai criar valor a ambos os grupos de acionistas», afirmou David Tyler, presidente do conselho de administração do Sainsbury’s. John Coombe, presidente do conselho de administração do Home Retail Group, acrescentou que «a Argos é, ao mesmo tempo, um ícone da high street britânica e líder na transformação digital do retalho do Reino Unido. Estamos satisfeitos pela Sainsbury’s ter reconhecido o nosso progresso e o nosso potencial com a sua recomendação de aquisição do Home Retail Group».

A confiança dos consumidores britânicos permaneceu inalterada em zero em março. Mas a empresa de pesquisa de mercado GfK sugere que a possível saída do país da União Europeia a 23 de junho – o chamado Brexit – pode estar por detrás de uma queda de 18 pontos no Índice de Confiança do Consumidor em comparação com março do ano passado. A GfK indica que dois dos indicadores usados para calcular o índice registaram declínios em março, um teve uma melhoria e dois outros permaneceram inalterados. «Olhando para a forma como os consumidores veem o desenvolvimento da economia nos próximos 12 meses, estamos 18 pontos mais abaixo este mês do que em março de 2015. Portanto, apesar das notícias económicas sobre a baixa inflação, taxas de juro e preços nas lojas, as preocupações com o Brexit e a crise em curso na Zona Euro parece estar a chegar a casa», aponta Joe Staton, diretor de dinâmica de mercado na GfK, que sublinha, contudo, que embora os consumidores britânicos continuem «resolutamente otimistas» sobre a sua situação financeira pessoal, «as preocupações com a situação económica geral continua a afetar o nosso humor». O índice que mede as finanças pessoais nos últimos 12 meses caiu um ponto este mês para +4, seis pontos acima de março do ano 2015. A medida para a situação económica geral do país nos últimos 12 meses ficou inalterado em -12, cerca de 18 pontos abaixo do que na mesma altura do ano passado.

A Gucci vai deixar de dividir homens e mulheres, pelo menos na passerelle, já a partir de 2017, com o diretor criativo Alessandro Michele a preparar uma coleção combinada a cada estação. A casa de moda italiana também confirmou que está a trabalhar com a Camera Nazionale della Moda para determinar a data de calendário que se adeque ao compromisso da Gucci de “ver agora, comprar mais tarde”, «respeitando as necessidades do processo criativo e de produção na moda de luxo». A notícia, que surgiu durante a intervenção do CEO da Gucci, Marco Bizzarri, na New York Times International Luxury Conference de 2016, dão conta do primeiro desfile unificado que terá lugar no seu novo quartel-general na Via Mecenate em Milão. Num comunicado oficial, Michele afirmou que «parece-me natural apresentar as minhas coleções de homem e senhora juntas. É a forma que vemos o mundo hoje. Não será necessariamente um percurso fácil e vai certamente apresentar alguns desafios, mas acredito que isso me dará a oportunidade para ter uma abordagem diferente às minhas histórias». Bizzarri acrescentou que «ter um desfile a cada estação vai ajudar significativamente a simplificar muitos aspetos do nosso negócio. Manter dois calendários separados, desconexos, é o resultado de uma tradição e não tem um motivo prático».