- H&M cresce pelo 39.º mês consecutivo
- Bangladesh fora do GSP
- Inditex publica lista de fornecedores
- Crailar troca de mãos
- Rothy’s lança sapatos ecológicos em malha 3D
- Americanos compram menos vestuário
1H&M cresce pelo 39.º mês consecutivo
A H&M voltou a crescer em junho, com as vendas do grupo sueco a registarem um aumento de 8% em moeda local face ao mesmo mês de 2015. O número de lojas também subiu, de 3.642 para 4.095 no final de junho. Os resultados significam que a H&M está há 39 meses consecutivos a crescer. O analista da Stifel, Richard Jaffe, acredita que o ambiente de retalho macroeconómico difícil, a mudança no consumo e as comparações difíceis travaram as vendas durante o último mês. «Acreditamos que as vendas foram mais fracas na divisão H&M e mais fortes na COS e na & Other Stories, semelhante à tendência registada no segundo trimestre». A retalhista de moda está a planear lançar-se online no Canadá e na Coreia do Sul este ano, assim como abrir novas lojas em cinco novos mercados, incluindo a Colômbia.
2Bangladesh fora do GSP
O Bangladesh viu recusada a readmissão no programa de comércio preferencial dos EUA – Generalized System of Preferences (GSP) pelo terceiro ano, apesar da insistência do país de que melhorou os direitos dos trabalhadores e está a melhorar a segurança no local de trabalho. O gabinete do Representante do Comércio dos EUA, contudo, cita um progresso inadequado nos direitos dos trabalhadores como motivo da recusa. Equador, Indonésia, Uzbequistão, Fiji, Geórgia, Iraque, Filipinas, Níger, Tailândia e Ucrânia. O Bangladesh viu os benefícios do GSP suspensos em abril de 2013, pouco depois do colapso do Rana Plaza, como resultado de problemas com a segurança no local de trabalho e os direitos dos trabalhadores no seu sector do vestuário. Seguiu-se uma revisão e o Bangladesh recebeu um plano de ação contemplando 16 pontos para que pudesse ganhar de volta os benefícios. Michael J. Delaney, assistente do Representante do Comércio dos EUA para a Ásia Central e do Sul, afirmou que embora o Bangladesh tenha melhorado as condições de trabalho nas fábricas, outras questões – como permitir a formação de sindicatos nas zonas de processamento de exportações – têm de ser resolvidas para o Bangladesh ganhar o estatuto GSP. Antes da suspensão do GSP, o Bangladesh exportava produtos no valor de 36 milhões de dólares (32,6 milhões de euros) por ano sob o programa.
3Inditex publica lista de fornecedores
O grupo Inditex publicou a lista dos seus fornecedores diretos e indiretos de serviços de lavandaria, estamparia, tingimento e curtumes, depois de ter sido louvado pela Greenpeace pela sua abordagem «exemplar» à transparência. A lista descreve o estado atual das relações de negócio ativas da empresa e a Inditex afirma que a lista de 404 empresas deverá aumentar com o tempo. Contudo, uma vez que a base de dados é alimentada por várias entidades, a retalhista acrescenta que «a precisão da lista dos nossos fornecedores indiretos está muito dependente da informação que nos é fornecida pelos nossos fornecedores diretos». No início do mês, a Inditex foi elogiada pela Greenpeace como parte da avaliação anual da campanha “Detox Catwalk”, que analisa o progresso de 19 grandes marcas e retalhistas de moda. «A sua abordagem à transparência é exemplar: assegurou que os seus fornecedores publicam os seus dados sobre a descarga de químicos perigosos nas águas residuais, publicou a lista de fornecedores, investigou a presença de químicos perigosos na sua cadeia de aprovisionamento, incluindo uma análise às tendências nas regiões e tem um programa para determinar a fonte de químicos perigosos quando estes acontecem», apontou a Greenpeace. A cadeia de aprovisionamento da Inditex inclui cerca de 1.725 fornecedores e 6.298 empresas localizadas em mais de 50 países. Cerca de 60% da produção é realizada em fornecedores em áreas próximas da sede e dos centros logísticos em Espanha.
4Crailar troca de mãos
Os ativos da Crailar Technologies, que desenvolveu a fibra sustentável à base de linho Crailar Flax, mudaram de mãos após a decisão no final do ano passado de os colocar à venda. A propriedade intelectual foi adquirida por uma nova empresa, a Crailar Fiber Technologies International Inc, que dispõe de fundos para financiar os esforços operacionais e de desenvolvimento de produto imediatos. Os ativos incluídos no negócio são as marcas registadas, os segredos comerciais, IP e know-how relacionado com a produção da fibra, desde o cultivo aos produtos acabados desenvolvidos pela Crailar Technologies Inc. Juntamente com a equipa liderada por Noel Hall e Ken Hallat, que vão juntar-se ao conselho de administração, os gestores de topo foram igualmente mantidos. «A Crailar traz imensas vantagens de performance, incluindo absorção e resistência superiores, à indústria de não-tecidos e tem uma história de sustentabilidade atrativa tanto no mercado de não-tecidos como de tecidos», afirmou Hallat. «Esta aquisição permite-nos aproveitar a nossa forte cadeia de aprovisionamento, equipa de vendas e capacidade forte de produção para servir os nossos clientes mundiais», acrescentou. O processo patenteado da Crailar, desenvolvido ao longo dos últimos anos, limpa e faz o polimento de fibras liberianas, como linho, cânhamo e juta, numa fibra alegadamente «substancialmente equivalente» ao algodão descaroçado. A Hanesbrands, Cone Denim, PVH Corporation, Levi Strauss e Target estão entre as empresas que já fizeram testes com a Crailar Flex nos seus produtos. A Crailar Fiber Technologies International Inc parece agora querer concentrar os seus esforços no mercado de toalhitas não-tecidas, onde as fibras poderão assegurar que os produtos são completamente degradáveis, têm uma maior capacidade de absorção e resistência do que as toalhitas tradicionais, ao mesmo tempo que reduz consideravelmente a utilização de químicos e água.
5Rothy’s lança sapatos ecológicos em malha 3D
A start-up americana Rothy’s lançou na sua primeira coleção calçado sem costuras, em malha 3D e produzido com fios provenientes de garrafas de água recicladas. A marca sediada em San Francisco foi lançada no início do ano por Roth Martin e Stephen Hawthornthwaite, que afirmou que a Rothy’s é a primeira marca a usar tecnologia de tricotagem 3D «de ponta» em toda a coleção de calçado, disponível em dois modelos e 17 paletas de cor. Cada sapato é feito com fio de cerca de três garrafas de plástico. Os sapatos têm ainda uma sola exterior em borracha reciclável sem carbono e solas interiores feitas com espuma reciclável. Além disso, são laváveis à máquina graças a uma parceria com a PlusFoam, que desenvolve materiais de performance recicláveis para substituir a espuma, borracha e plástico usado em produtos como o calçado. A Rothy’s afirma que o processo de tricotagem em 3D reduz «dramaticamente» os resíduos, uma vez que produz a parte de cima dos sapatos na forma certa através de uma máquina, o que praticamente não gera excesso de material. «Sempre tive uma enorme admiração por um ótimo design funcional», referiu Roth Martin, que é também diretor criativo da marca. «Ter passado mais de três anos a supervisionar a produção para incorporar tecnologia que preserve o meio ambiente numa marca de calçado de senhora para o dia a dia tem sido uma viagem incrível para nós», acrescentou.
6Americanos compram menos vestuário
As vendas a retalho nos EUA subiram pelo terceiro mês consecutivo em junho, mas os consumidores parecem menos interessados em vestuário, o que levou o sector a destacar-se pela negativa. Segundo os dados mais recentes do Departamento de Comércio dos EUA, no mês passado as vendas a retalho subiram 0,6% face a maio e 2,7% face a junho de 2015. Excluindo o impacto dos automóveis, combustível e restaurantes, as vendas a retalho aumentaram 0,5%. Contudo, as vendas em lojas de vestuário e acessórios de vestuário caíram 1% em termos mensais e 0,9% em termos anuais. «Muitos descontos em junho fizeram com que os pequenos ganhos em volume fossem contrabalançados com a deflação dos preços», explicou Neil Saunders, CEO da analista de retalho Conlumino. «Segundo os nossos dados, o interesse dos consumidores por vestuário continua sem brilho, mesmo com o aumento dos rendimentos disponíveis e das finanças pessoais. Do nosso ponto de vista, isso faz parte de uma tendência preocupante que representa um afastamento do vestuário em favor de outras categorias e sectores – sobretudo entre os consumidores mais jovens. A única exceção é o vestuário de lazer e desporto, que continua a ter uma boa performance», acrescentou. Em termos futuros, alinham-se oportunidades mas também desafios. «Os preços dos combustíveis devem cair um pouco mais antes de estabilizarem durante o verão, contudo há alguns sinais de aviso de que o mercado imobiliário está a perder fulgor. A incerteza com as próximas eleições e um potencial aumento das taxas de juro podem também afetar a confiança. Como tal, o crescimento robusto deste mês parece ser mais uma exceção do que a regra», sublinhou Neil Saunders. Em claro contraste, as vendas em retalhistas de comércio eletrónico e realizadas fora das lojas físicas aumentaram 14,2% em comparação com o mesmo mês do ano passado, com os consumidores a mudarem a forma como fazem compras.