- Primark alinha contra resíduos têxteis
- Tecido da Teijin repele mais água
- Quebras na Ralph Lauren seguem o plano
- Timberland apoia algodão no Haiti
- Retalhistas americanos reforçam compras de Natal
- China sob investigação na OMC
1Primark alinha contra resíduos têxteis
A Primark está entre as primeiras cinco empresas a subscrever uma iniciativa de 3,6 milhões de euros que irá trabalhar com marcas, retalhistas e de vestuário e organizações de reciclagem para reduzir os resíduos têxteis na Europa. Lançado em maio, o European Clothing Action Plan é liderado pelo Waste and Resources Action Programme, e pretende aumentar os benefícios ambientais e económicos ao reduzir a pegada no carbono, água e resíduos do vestuário na UE. Criado pela EU Life, o projeto-piloto de três anos revelou agora que os primeiros a aderir foram as marcas e retalhistas Bobo Choses, OVS, Peak Performance, Primark e Star Sock. Ao subscreverem o European Clothing Action Plan, os participantes vão trabalhar no desenvolvimento um quadro legal pan-europeu para retirar 90 mil toneladas de resíduos têxteis de aterros e incineração, reduzir as emissões de CO2 em 1,6 milhões de toneladas e poupar 588 milhões de metros cúbicos de água. «Como primeiros participantes do European Clothing Action Plan, estas organizações estão a defender o vestuário sustentável em toda a Europa», explica a diretora de produtos do Waste and Resources Action Programme, Sarah Clayton. «As rodas estão em movimento, mas pode ser feito mais – estamos a tentar dar as boas-vindas e envolver mais marcas, retalhistas, produtores, organizações de reciclagem e reutilização, associações e consumidores no plano para gerar mais sustentabilidade no vestuário em toda a Europa», acrescenta. «Na Primark estamos empenhados em reduzir o impacto que temos no ambiente e, como parte do compromisso, assinamos o European Clothing Action Plan», justifica Katherine Stewart, diretora de comércio ético na Primark. «Estamos desejosos de trabalhar com o European Clothing Action Plan e atingir os nossos objetivos de sustentabilidade», aponta.
2Tecido da Teijin repele mais água
A Teijin desenvolveu o que afirma ser um novo material altamente repelente de água para vestuário exterior, que combina a utilidade de um tecido como o usado em guarda-chuvas e o sentido prático de vestuário altamente funcional. A Teijin Frontier Co, parte do Teijin Group, revelou que vai lançar o Minotech a tempo das coleções para a primavera-verão 2017, direcionado para os mercados japonês e chinês. A empresa espera que as vendas anuais atinjam 2 mil milhões de ienes (cerca de 17,3 milhões de euros) até ao ano fiscal que termina em março de 2019. O novo tecido, inspirado no design de casacos de chuva tradicionais japoneses, feitos com canas, permite que as gotas de chuva deslizem suavemente na superfície numa direção vertical graças a uma estrutura de micro-ligas com pequenos pontos convexos para reduzir a tensão horizontal na superfície. Tem também uma elevada permeabilidade à humidade devido à sua estrutura não-laminada, permitindo que o vapor da transpiração possa sair, mantendo, assim, a superfície interior seca. De acordo com a Teijin, o Minotech é um repelente de água de grau 4, durável até 30 lavagens e resistente à pressão até mais de 300mm. No mês passado, a empresa lançou também uma nova versão do seu tecido Solotex, especificamente desenhado para fornecer amortecimento, uma textura mais suave e uma melhor elasticidade para vestuário de desporto.
3Quebras na Ralph Lauren seguem o plano
A Ralph Lauren Corporation registou uma queda no lucro no segundo trimestre em combinação com vendas mais baixas, mas reafirmou as suas previsões anuais, revelando que está confiante que o seu plano Way Forward vai reforçar a marca e impulsionar o crescimento dos lucros no futuro. Nos três meses terminados a 1 de outubro, o lucro líquido caiu mais de dois-terços, para 45 milhões de dólares (41,3 milhões de euros), em comparação com 160 milhões de dólares no mesmo período do ano anterior, embora as margens brutas tenham subido 40 pontos base, para 56,9%, sobretudo impulsionadas por uma combinação favorável das vendas e custos inferiores. O volume de negócios desceu 8%, para 1,8 mil milhões de dólares, com o aumento de 2% nas vendas internacionais a não compensar o declínio de 12% na América do Norte. As vendas a retalho no trimestre desceram 5%, para 942 milhões de dólares, como resultado de uma queda de 8% das vendas comparáveis e de 9% a câmbios constantes. O volume de negócios das vendas por grosso diminuiu 10% a câmbios constantes, para 831 milhões de dólares, provocado por uma redução na América do Norte, para onde os envios foram «estrategicamente reduzidos». Esta queda foi parcialmente compensada por um aumento na Europa. «A nossa equipa está muito focada em impulsionar a execução do plano Way Forward», afirmou Stefan Larsson, presidente e CEO. «Embora estejamos ainda nas primeiras fases do nosso plano, fizemos progressos significativos e estamos no caminho para cumprir as nossas projeções para o ano fiscal de 2017», acrescentou. Para o ano fiscal de 2017, a empresa espera que o volume de negócios consolidado diminua a uma taxa de dois dígitos baixos e que a margem operacional seja de cerca de 10%. Neil Saunder, CEO da Conlumino, indicou que «no geral, acreditamos que o plano da Ralph Lauren faz sentido estrategicamente e estamos encorajados com algumas das primeiras iniciativas, sobretudo em termos de poupanças de custos e reposição de margens. Contudo, também mantemos a nossa visão de que a empresa tem muito trabalho pela frente a reinventar-se para criar uma proposta de marca mais bem definida e eficiente. Essa é a parte que vai demorar algum tempo e não vemos uma recuperação significativa e sustentável antes de meados do próximo ano fiscal, na melhor das hipóteses».
4Timberland apoia algodão no Haiti
A Timberland está a apoiar o regresso do cultivo de algodão ao Haiti e a introdução de um novo modelo para encorajar as exportações. Outrora o algodão era a maior exportação agrícola do país, mas questões políticas levaram ao colapso da indústria há cerca de 30 anos. Um novo estudo, comissionado pela associação sem fins lucrativos Impact Farming e apoiado pela Smallholder Farmers Alliance e a Timberland, revelou condições ideais de cultivo e um interesse significativo por parte dos agricultores. O estudo recomenda que o algodão seja reintroduzido, juntamente com um sistema de apoio abrangente e uma variedade de serviços que não estavam disponíveis no passado, reforçando ainda que se o algodão for posicionado como uma cultura rotativa em quintas que incluam o cultivo de vegetais e de grãos e criação de animais, pode resultar em benefícios que vão além de uma única colheita. «Os pequenos agricultores têm a chave para atingir a segurança alimentar e combater as mudanças climáticas no Haiti e vemos o algodão como central para libertar esse potencial», afirma Hugh Locke, presidente da Smallholder Farmers Alliance e da Impact Farming. «Além de resultar num número significativo de árvores a serem plantadas, a nova Haiti Impact Alliance vai dar aos agricultores a primeira fase de capacidade de processamento, melhores infraestruturas, aumento das exportações e oportunidades de marketing, gestão eficiente dados, acesso a financiamento agrícola e pesquisa especializada em algodão e outras colheitas de exportação», acrescenta. Ao patrocinar o estudo, a Timberland refere que espera passar de uma apoiante inicial dos pequenos agricultores do Haiti para ser uma cliente, comprando algodão para a cadeia de aprovisionamento da marca.
5Retalhistas americanos reforçam compras de Natal
Com a época de compras de Natal oficialmente aberta, as importações nos principais portos de contentores dos EUA deverão aumentar 4,4% em novembro face ao mesmo período do ano passado – e devem registar um aumento ligeiramente maior no próximo mês. De acordo com o Global Port Tracker, publicado pela National Retail Federation (NRF) e a Hackett Associates, o volume de carga em 2016 deve registar um aumento de 2,2% em comparação com o ano passado. Os números surgem numa altura em que a NRF antecipa 655,8 mil milhões de dólares (601,4 mil milhões de euros) de vendas no Natal, um aumento de 3,6% em comparação com 2015. «Os retalhistas estão a importar mais durante a época festiva deste ano do que no ano passado e isso pode significar apenas uma coisa – esperam vender mais», destaca Jonathan Gold, vice-presidente da cadeia de aprovisionamento e políticas alfandegárias da NRF. «A maior parte dos produtos para a época de Natal já está cá, mas os retalhistas estão ainda a aprovisionar-se para terem a certeza que os consumidores têm uma seleção abrangente quando forem às lojas nas próximas semanas», indica. Os portos abrangidos pelo Global Port Tracker geriram 1,6 milhões de TEUs (um TEU é uma unidade equivalente a um contentor de 20 pés) em setembro, uma queda de 6,6% face a agosto, o mês mais movimentado do ano, e de 1,6% face a setembro de 2015. No entanto, o volume recuperou em outubro para um valor estimado em 1,67 milhões de TEUs, um aumento de 7,5% face ao ano passado. As previsões para novembro apontam para 1,54 milhões de TEUs, uma subida de 4,4% em comparação com o ano passado e, para dezembro, antecipa-se um crescimento de 4,5%, para 1,5 milhões de TEUs. Estes números deverão elevar o total de 2016 para 18,6 milhões de TEUs, mais 2,2% do que em 2015, ano em que se registou 18,2 milhões de TEUs. O fundador da Hackett Associates, Ben Hackett, sublinha que as importações dos EUA estão a crescer, mas não tão rapidamente como nos últimos anos. «Apesar das recentes boas notícias económicas, estamos ainda a enfrentar uma situação em que as importações estão a crescer apenas cerca de 2% este ano», afirmou. «Se isso é simplesmente o rescaldo da bancarrota da Hanjin ou um sinal do enfraquecimento da procura, não é ainda claro. Contudo, a não ser que haja um grande evento disruptivo, o crescimento deve ser modesto mas sustentado no primeiro semestre de 2017», apontou Ben Hackett.
6China sob investigação na OMC
A Organização Mundial do Comércio (OMC) criou um painel de resolução de disputas para analisar as restrições às exportações da China de 11 matérias-primas. O painel foi criado após o segundo pedido dos EUA, que afirmam que a China não cumpriu o acordo feito quando se juntou à OMC para eliminar as taxas de exportação sobre antimónio, índio, magnésio, cobre, cobalto, grafite, chumbo, tântalo, talco, estanho e crómio. Estas matérias-primas são essenciais para vários sectores, incluindo produtos têxteis e vestuário, nomeadamente para tecidos de poliéster, fios metalizados, botões e fechos. Os EUA afirmam que as restrições às exportações incluem taxas sobre as exportações, quotas e restrições aos direitos das empresas de procurarem exportar. Por seu lado, a China manifestou desapontamento com a decisão dos EUA de pedir um painel, afirmando ter efetuado «consultas sinceras» com os EUA. A China reiterou ainda o seu respeito pelas regras da OMC e a sua observação, acrescentando que as suas políticas foram «componentes integrais de medidas tomadas para promover a gestão de recursos naturais limitados e proteger o ambiente com o objetivo de conseguir um desenvolvimento sustentável». A União Europeia solicitou também um painel de resolução de disputas para esta questão, sugerindo que as restrições às exportações da China minam os princípios da OMC uma vez que discriminam utilizadores estrangeiros das matérias-primas e dão uma vantagem injusta às empresas chinesas.