- Retalho francês resiste ao terrorismo
- H&M fica abaixo das expectativas
- Apple Watch 2 chega na primavera
- Burkina Faso falha meta de algodão
- Consumidores impõem mudanças em NY
- Lojas físicas ganham com presentes de última hora
1Retalho francês resiste ao terrorismo
O impacto no retalho dos ataques terroristas em Paris em novembro tornou-se agora mais evidente, com o mais recente estudo do Banco de França a mostrar uma quebra no índice de retalho no mês passado. O índice caiu 1,1% em comparação com o mês de outubro, atingindo o valor mais baixo desde março, altura em que França estava ainda a recuperar do massacre no Charlie Hebdo e dos ataques terroristas do início do ano. Os recentes ataques afetaram as conhecidas lojas de Paris, o que levou a uma quebra de 4,3% nas vendas dos grandes armazéns. Em vez de visitarem as lojas físicas, os consumidores voltaram-se para o comércio eletrónico, com as vendas online a subirem 3,2%. O estudo abrange o período até sete dias antes do mês de novembro e, uma vez que os ataques tiveram lugar a 13 de novembro, o Banco de França mediu as vendas a retalho no pico do impacto psicológico dos ataques. Tendo isso em conta, os resultados estão a surpreender pela positiva, dando a sensação que os consumidores, tanto locais como turistas, adotaram uma posição de desafio, mantendo o negócio. O banco central francês afirmou no início do mês de dezembro que a quebra na confiança seria temporária e que o impacto económico dos ataques terroristas será «transitório e limitado», uma visão que parece ser suportada por este estudo.
2H&M fica abaixo das expectativas
A H&M registou um aumento das suas vendas em novembro inferior ao esperado – um resultado atribuído, em parte, às temperaturas amenas nos dois lados do Atlântico. As vendas aumentaram 4% em comparação com novembro de 2014, ficando bastante abaixo das previsões dos analistas consultados pela Reuters, que antecipavam um crescimento de 9%. Em comunicado, a retalhista sueca afirmou que as vendas foram afetadas negativamente por temperaturas pouco habituais na América do Norte e em vários dos seus principais mercados na Europa. Anne Critchlow, analista da Société Générale, considera que estão a aumentar as preocupações no mercado relativamente às perspetivas de margens da H&M. «Somos pela manutenção das ações e não aconselhamos a compra de ações nesta fase, tendo em conta a incerteza nas previsões de margens em 2016 e os desapontamentos em termos de vendas atuais em comparação com as estimativas», referiu Critchlow. As vendas da H&M nos três meses até novembro, equivalente ao quarto trimestre fiscal da retalhista, atingiram 48,7 mil milhões de coroas suecas (5,24 mil milhões de euros), um aumento face aos 42,6 mil milhões de coroas suecas do ano passado mas abaixo das previsões médias de 49,6 mil milhões de coroas suecas. A H&M, que deverá publicar os resultados definitivos a 28 de janeiro, indicou que no final do mês passado detinha 3.924 lojas, um aumento de 413 face ao ano passado.
3Apple Watch 2 chega na primavera
Uma segunda geração do Apple Watch deverá ser lançada em março e pode estar à venda entre abril e junho do próximo ano. Os rumores sobre o Apple Watch 2 estão cada vez mais fortes, à medida que o produto da primeira geração começa a tornar-se mais disponível em todo o mundo (o Walmart foi um dos mais recentes retalhistas a vendê-lo) e os retalhistas em todo o mundo o inserem nas promoções de Natal. Há notícias de que o grande evento da Apple terá lugar em março e irá marcar o lançamento do novo relógio, assim como de uma nova versão do iPhone 6 e do iPad Air 3. Os analistas acreditam que o novo produto terá mais sensores de fitness e saúde, um ecrã Oled mais fino para permitir uma bateria maior, uma câmara de vídeo para FaceTime, mais funcionalidades que não estarão dependentes da ligação ao iPhone e novos modelos com preços na gama mais alta. Apesar de não ter tido vendas tão significativas como o iPad ou o iPhone na sua estreia, o Apple Watch permitiu que a Apple se tornasse o segundo maior player de tecnologia wearable no mercado, de acordo com o mais recente relatório da International Data Corporation. O Fitbit ainda domina, com a Xiaomi em terceiro lugar devido à sua forte posição no mercado chinês. Mas a Apple está a ganhar terreno, tendo já 18,6% de quota de mercado no terceiro trimestre, em comparação com 22,2% do Fitbit.
4Burkina Faso falha meta de algodão
O Burkina Faso vai provavelmente produzir 722 mil toneladas de algodão em bruto na época 2015/2016, falhando o objetivo de atingir o valor recorde de 800 mil toneladas devido, em parte, à chuva intermitente, segundo revelaram os agricultores. O resultado final do maior produtor de algodão da África Ocidental será, contudo, 40 mil toneladas mais elevado do que na época passada, que decorre de maio a fevereiro. «Para os que seguiram a evolução da época, percebemos que houve tantas dificuldades que os agricultores tiveram que rever as suas projeções sazonais», afirma Bernard Zougouri, diretor-geral da Burkina Company of Textile Fibers. Outra fonte do National Union of Cotton Producers culpou as chuvas tardias e intermitentes. A Sofitex, a maior das três empresas de algodão, espera comprar 580 mil toneladas de algodão por 100 mil milhões de francos CFA (152,5 milhões de euros). Embora os preços mundiais do algodão tenham caído 20% no último ano, o Burkina Faso investiu no incremento da produção através do aumento dos pagamentos aos agricultores e da redução do preço dos fertilizantes.
5Consumidores impõem mudanças em NY
A Semana de Moda de Nova Iorque pode transformar-se num evento a pensar nos consumidores, segundo uma notícia avançada ontem pelo WWD. A publicação americana revela que o Council of Fashion Designers of America (CFDA) encomendou um estudo ao Boston Consulting Group (BCG) para analisar o futuro do evento de moda. O estudo irá começar a ser realizado em janeiro e deve demorar sete semanas até ficar concluído. Durante esse período, o BCG irá inquirir especialistas na indústria para saber se fará sentido mostrar produtos mais alinhados com as entregas no retalho. A presidente do CFDA, Diane von Furstenberg, considera que a Semana de Moda de Nova Iorque tem um problema, em parte causado pelos media sociais, que fazem com que os consumidores queiram os coordenados que veem na passerelle imediatamente, apesar de só os poderem comprar seis meses depois. «Temos algumas ideias. Toda a gente parece sentir que os desfiles pensados para os consumidores são uma boa ideia», afirma a designer. Embora sem revelar detalhes, von Furstenberg refere que os designers podem mostrar as suas coleções para as estações seguintes em reuniões em showroom com compradores e a imprensa, reservando a passerelle para a oferta da estação em curso. Com o atual sistema, Diane von Furstenberg considera que «as únicas pessoas que beneficiam são as pessoas que copiam».
6Lojas físicas ganham com presentes de última hora
Cerca de 30% dos consumidores americanos esperam até à semana do Natal para fazer a maior parte das suas compras, segundo um estudo da retalhista online RetailMeNot. E mais de nove em cada 10 americanos (91%) afirmam ter comprado alguns presentes à última hora. As razões para isso variam, desde estar inseguros quanto ao que comprar para uma pessoa em particular (44%) a estar muito ocupado e a ficar sem tempo (30%). Outras razões incluem esperar para ver o orçamento que resta, receber um presente inesperado e ter de retribuir ou simplesmente esquecimento – todas elas citadas por 21% dos inquiridos. Os consumidores (64%) citam os cupões de oferta (físicos ou digitais) como o presente mais popular nas compras de última hora, seguidos de acessórios como luvas e lenços (9%) e vinho e outras bebidas espirituosas (7%). Numa época que se tem tornado muito digital, houve boas notícias para as lojas físicas, com 58% dos compradores de última hora a preferirem comprar na loja, para evitarem preocupações com a entrega (69%), custos de entrega (53%) e porque sentem que os melhores negócios estão, nessa altura, nas lojas físicas (34%). Marissa Tartelon, da RetailMeNot, afirma que «as compras em loja ajudam a eliminar o stress da chegada das encomendas e os retalhistas têm-se tornado mais inteligentes a ouvir as necessidades dos consumidores e a fornecerem opções como “compre online, recolha em loja” e garantias de preços iguais». Mas o online está a aumentar a sua popularidade para os consumidores mais atrasados e mais pessoas estão a fazer compras de presentes à última hora este ano em comparação com 2014 (42% face a 32%, respetivamente). Curiosamente, 34% dos consumidores acredita que vai receber as encomendas online a tempo sem pagar custos de envio para entregas urgentes se fizer a encomenda com uma semana de antecedência.