- Denim Première Vision adota vida nómada
- H&M faz coleção a partir de redes de pesca e castiçais
- Comércio mundial mantém crescimento acima das expectativas
- Preços de vestuário chinês para os EUA caíram em 2017
- Tecnologia divide retalhistas e consumidores e retalhistas
- Moda sustentável não convence millennials
1Denim Première Vision adota vida nómada
A Denim Première Vision vai transformar-se num evento nómada, alternando entre Paris e outra cidade europeia, segundo anunciou a organização. Assim, a primeira edição de 2018 terá lugar em Paris, em maio, seguida de uma edição em Londres, em dezembro, na qual os expositores terão a oportunidade de se reunir com marcas de moda que usam denim para criar coleções contemporâneas. Os responsáveis pelo evento salientam que o denim é agora um produto que abrange várias comunidades e que se afastou das suas origens vintage, tendo voltado a aderir ao mercado da moda sazonal em termos de desenvolvimento e criação de produto. Por isso, a indústria denim está sujeita aos constrangimentos das marcas mais tradicionais, como tempos mais curtos de venda, um processo contínuo de desenvolvimento e coleções cápsula. O formato da Denim Première Vision foi totalmente reformulado para ter em conta as necessidades da cadeia de valor e dos seus atores. O evento irá contar com os mais recentes desenvolvimentos criativos e tecnológicos, incluindo ainda uma área de tendências no segmento. A Denim Première Vision terá lugar no Parc Floral de Paris entre 23 e 24 de maio. Em Londres, o evento está previsto para os dias 5 e 6 de dezembro, na Old Truman Brewery. Esta feira realiza-se desde 2007 e é um importante ponto de encontro neste segmento do indústria têxtil e vestuário.
2H&M faz coleção a partir de redes de pesca e castiçais
A sueca Hennes & Mauritz lançou, este ano, uma nova coleção Conscious Exclusive, a sétima do género, e escolheu novos materiais sustentáveis, como prata reciclada e Econyl, uma fibra que resulta do aproveitamento de redes de pesca e outros desperdícios de poliamida. Esta coleção foi desenhada para apostar nas possibilidades da moda sustentável, com um foco no desenvolvimento e inovação. A coleção inclui acessórios feitos com restos de castiçais e vestidos elaborados a partir de redes de pesca. Esta linha conta ainda com liocel, poliéster reciclado e linho orgânico. As joias incluem metal reciclado, com o menor impacto ambiental possível. A H&M é um dos maiores utilizadores mundiais de poliéster reciclado e um dos grandes compradores de algodão orgânico, tendo como objetivo atingir os 100% de sustentabilidade neste material em 2020. A coleção Conscious Exclusive será lançada nas lojas físicas e online da marca a partir de 19 de abril. A H&M identificou no ano passado três áreas em que queria apostar, tendo em conta resultados abaixo do esperado e que incluem um maior investimento na cadeia de aprovisionamento e o lançamento de um marketplace para moda discount, a Afound, para o final de 2018.
3Comércio mundial mantém crescimento acima das expectativas
O comércio de bens a nível mundial irá manter-se acima das expectativas, em termos de volume, no primeiro trimestre deste ano, de acordo com q Organização Mundial do Comércio (OMC). Os dados revelados pela organização internacional estão compilados num indicador que fornece informação em tempo real do comércio mundial, comparando as tendências a médio prazo no sector. Um resultado superior a 100 aponta para um crescimento acima dos valores base. Se for abaixo, a tendência é a inversa. Assim, a OMC destaca sobretudo a carga aérea como sendo uma das principais fontes desta performance. As estimativas da organização apontam agora para um volume de carga de 102.7, face aos 102.3 previstos em novembro de 2017. Os portos estão em 104.3 e a carga aérea deverá registar 103.2. Além disso, as encomendas para exportação atingiram os 102.8, o valor mais elevado desde 2011, o que indica uma recuperação sustentada. Por outro lado, os segmentos de produtos para o sector automóvel, agricultura e componentes eletrónicos registaram 100.1, 100.8 e 94.1 respetivamente, ou seja, são um sinal de uma menor confiança dos consumidores. A OMC diz que estes resultados são melhores do que as previsões publicadas em setembro, que apontavam para um crescimento do volume do comércio de 3,6% em 2017 3 3,2% em 2018.
4Preços de vestuário chinês para os EUA caíram em 2017
O preço médio por unidade das exportações chinesas para os EUA tem caído sustentadamente ao longo dos últimos sete anos, com uma queda de 4,8% no ano passado, segundo uma análise publicada pelo Department of Commerce’s Office of Textiles and Apparel (OTEXA). Esta redução aparece numa altura em que em que os compradores americanos estão à procura de fornecedores alternativos ao país asiático, que dizem estar a ficar menos competitivo. A OTEXA compilou os valores e chegou à conclusão que os preços de vestuários chinês que entra nos EUA desceram 11,5%, para uma média de 2,38 dólares (1,9 euros à cotação de 19 de fevereiro) por metro quadrado equivalente no ano passado, face a 2,69 dólares (2,1 euros) em 2010. Estes valores fazem com que a China seja o único exportador de vestuário para os EUA a registar uma queda nos preços neste período, ainda que se mantenha como principal fornecedor de vestuário para o mercado americano, pesando cerca de 42% do total. Além disso, no ranking dos 10 maiores exportadores nesta zona do mundo, apenas o Camboja tem preços inferiores ao chinês, que se mantém mais competitivo do que os rivais do Vietname e Bangladesh. No primeiro caso, os preços aumentaram 4,2% desde 2010 e no segundo 15,9%. Apesar disso, nos últimos anos registou-se uma descida no vestuário proveniente destes países. Outro dos grandes fornecedores dos EUA, a Índia, registou uma queda de 25%. As Honduras foram o mercado cujos preços mais aumentaram desde 2010, com um total de 82%, mas o fornecedor mais caro para os americanos é o México, com um total de 4,27 dólares (3,4 euros).
5Tecnologia divide retalhistas e consumidores e retalhistas
Os consumidores e os retalhistas não estão sintonizados no que diz respeito aos benefícios do investimento em tecnologia, segundo um novo relatório, da autoria da Fujitsu. Os dados, que integram o “Tech in a Transforming Britain”, concluem que quase metade (46%) dos consumidores britânicos acredita nas vantagens da realidade aumentada e da realidade virtual no negócio do retalho. Apesar disso, apenas 50% das empresas da área contam com uma estratégia digital para implementar estas tecnologias, adianta o mesmo relatório. Atualmente, sete em cada 10 consumidores garantem que o negócio do comércio a retalho já foi transformado dramaticamente pela tecnologia, uma mudança de paradigma que 45% dos visados vê com bons olhos. Ainda assim, quase três quartos dos retalhistas (73%) dizem não ter planos para implementar a realidade virtual nos próximos 12 meses e 72% descartam uma aposta próxima na inteligência artificial. «Os consumidores têm um apetite claro pela tecnologia e inovação, estão prontos e querem mais», afirma Rupal Karia, diretor para o sector comercial da Fujitsu UK & Ireland. O mesmo responsável refere ainda que os clientes já estão preparados para serem «atendidos por um robô num supermercado ou para receberem os produtos que compraram através de uma máquina automatizada. Isto é uma oportunidade excitante para o sector do comércio, que terá pensado que estas tecnologias futuristas poderiam assustar os clientes». Um dos fatores que têm pesado nesta desconfiança é a falta de retorno que as empresas têm registado com a aplicação de tecnologias inovadoras. O relatório da Fujitsu revela que 25% dos líderes do setor estão desiludidos com os resultados do investimento em tecnologia.
6Moda sustentável não convence millennials
A indústria da moda ainda não conseguiu convencer os millennials a comprar produtos mais sustentáveis em termos ambientais, de acordo com um novo estudo, que conclui que a escolha não é suficiente para que esta geração de jovens adultos deixe de optar por produtos mais fáceis de comprar e a preços mais baixos. O trabalho, baseado num inquérito levado a cabo pela LIM College, em Nova Iorque, descobriu que só 34% dos visados estão motivados para a compra de produtos sustentáveis e amigos do ambiente. As decisões de compra são influenciadas pela facilidade em levar a cabo a transação (95%), preço/valor (95%), originalidade (92%) e a reputação da marca (60%). Um dos responsáveis pelo estudo, Robert Conrad, referiu que 90% dos inquiridos millennials e da geração Z vão ser um motor para a criação de produtos mais sustentáveis «convencendo as empresas e governos a alterar as práticas existentes». Paralelamente, uma percentagem semelhante garantiu que poderia abandonar um produto ou marca que não tivessem sensibilidade ambiental. Apesar disso, o mesmo estudo concluiu que a indústria ainda não apresenta produtos suficientes e com as características certas para motivar uma compra, ou seja, os millenials não conseguem encontrar marcas sustentáveis, mas que, ao mesmo tempo, sejam fáceis de comprar, baratas e originais. Kenneth Kambara, outro dos responsáveis pelo estudo, afirmou que a indústria está a «tentar vender o que tem para oferecer e não o que os millennials querem».