- Lenzing mais sustentável
- Euratex avança com revisão interna
- Gap poupa 10 mil milhões de litros de água
- JD Sports compra Finish Line
- OMC pede tréguas
- Vetements perdeu o apelo
1Lenzing mais sustentável
A austríaca Lenzing comprometeu-se com novas metas de sustentabilidade, que incluem uma «redução substancial» de emissões até 2022. Além disso, o grupo pretende implementar soluções de conservação da natureza, incluído um projeto de reflorestação este ano, bem como uma avaliação global da sustentabilidade de 80% dos seus fornecedores mais relevantes. O pilar mais importante destes esforços é a melhoria do bem-estar, através da expansão de parcerias na cadeia de valor e com organizações não governamentais. «Estamos no início da cadeia de valor e podemos contribuir muito para melhorar a situação, graças às nossas atividades e a um nível máximo de transparência máximo», afirmou Robert van de Kerkhof, CCO da Lenzing. Além disso, o grupo está a levar a cabo uma transformação mais de fundo, expandindo o negócio com fibras de liocel fabricadas de uma forma ambientalmente mais sustentável e com soluções com a tecnologia Refibra, que usa restos de algodão para a produção de fibras. O CEO da empresa, Stefan Doboczky, reconheceu que a sustentabilidade é um dos valores centrais do grupo.
2Euratex avança com revisão interna
A Euratex (European Apparel and Textile Confederation) decidiu levar a cabo uma revisão interna profunda, que deverá estar concluída no final do ano. Esta iniciativa será liderada por três novos diretores. Paralelamente, a associação resolveu terminar a sua colaboração com Francesco Marchi, diretor-geral de há muitos anos, depois de chegar a um acordo amigável com o gestor. «A nossa indústria tem passado por uma transformação dramática, as prioridades das nossas empresas são mais alargadas e a sua visão chega mais longe do que nunca», salientou Klaus Huneke, presidente da Euratex. «A nossa organização representativa em Bruxelas é crucial para salvaguardar os interesses da indústria e para lidar com os legisladores da União Europeia e outros agentes-chave», afirmou. O processo terá como pivots Isabelle Weiler, Lutz Walter e Mauro Scalia. A associação acredita que nos últimos 10 anos a industria têxtil e vestuário, com um volume de negócios de 171 mil milhões de euros, 178 mil empresas e 1,7 milhões de trabalhadores, conseguiu reinventar-se e modernizar-se. A revisão interna tem como objetivo refletir melhor sobre as prioridades e metas dos membros, assim como sobre indústria e comércio.
3Gap poupa 10 mil milhões de litros de água
A Gap está a implementar um plano para conservar 10 mil milhões de litros de água até ao final de 2020, anunciou a retalhista americana. Inovações em matéria de produtos e melhorias de eficiência em fábricas e lavandarias serão uma das chaves para as poupanças. O grupo já economizou 2,4 mil milhões de litros de água graças a vários projetos implementados nesta área desde 2014. A nova meta a nível da produção – o equivalente ao volume de água potável necessária para cinco mil milhões de pessoas – faz parte da estratégia da Gap como “guardiã” da água, com ênfase no impacto das matérias-primas e do design, assim como em programas de ajuda às comunidades sob a influência do negócio da retalhista para o acesso a água limpa e saneamento. Christophe Roussel, um dos vice-presidentes da Gap, sublinhou que a empresa reconhece que tem «responsabilidade e oportunidade de reduzir a quantidade de água usada para criar os produtos». A Gap pretende, assim, que os consumidores possam ter a certeza de que estão a comprar um produto sustentável. A retalhista de moda, nos anos mais recentes, tem aumentado os seus esforços para melhorar a eficiência no consumo de água nas várias fases da produção, estando ainda a trabalhar com outras marcas na defesa desta causa.
4JD Sports compra Finish Line
A JD Sports chegou a acordo para adquirir o capital da Finish Line por um total de 449 milhões de euros, correspondendo a 100% das ações por 10,8 euros cada uma. A britânica JD Sports irá ficar assim com as 556 lojas da americana Finish Lines no seu portfolio, espalhadas pelos EUA e Porto Rico, assim como uma oferta bem estabelecida multicanal. Além disso, a marca tem um contrato exclusivo com a Macy’s para calçado desportivo, tanto em loja como online, operando centenas de concessões dentro dos célebres grandes armazéns. A JD, que assegurou financiamento através de várias operações de crédito, irá manter a atual equipa que gere a Finish Line, que o CEO da JD, Peter Cowgill, disse ter «muitas semelhanças» com a britânica. «Em conjunto com uma oferta forte em lojas físicas, conta com uma plataforma digital avançada e bem financiada», destacou Cowgill. Bill Carmichael, administrador da Finish Line referiu, por sua vez, que a operação terá «um valor imediato para os seus acionistas, colocando a empresa numa posição mais forte para competir globalmente». O acordo estará finalizado no segundo semestre deste ano.
5OMC pede tréguas
A Organização Mundial do Comércio (OMC) continua preocupada com a guerra comercial que está a surgir depois da imposição de taxas dos EUA sobre e o alumínio e aço e que tem motivado várias intenções de retaliação um pouco por todo o mundo. «Se os membros não estão preparados para se colocarem no lugar uns dos outros e procurar compromissos então temos pouca esperança de avançar», admitiu Roberto Azevêdo, diretor-geral da OMC. O responsável, que falou numa conferência em Deli, disse que as taxas de Trump são uma «preocupação real» e que o «risco de um agravamento» das relações com outros Estados era claro. A indústria do vestuário tem estado na linha de fogo por causa desta guerra comercial, com a União Europeia a ameaçar retaliar precisamente neste segmento. Azevêdo garantiu que estava a falar com todos os envolvidos para tentar resolver a situação. «Precisamos de encontrar formar de aumentar os níveis de flexibilidade que mostramos uns aos outros», sublinhou. O líder da OMC defendeu ainda que os países membros da organização precisavam de continuar a fortalecer o sistema de comércio multilateral.
6Vetements perdeu o apelo
O coletivo de designers da ex-URSS tomou a moda de assalto em 2014, sendo responsável por algumas das tendências mais copiadas das últimas estações, pelas campanhas mais mediáticas, pelas listas de seguidores e de colaborações mais cobiçadas pela concorrência e até por um desfile na semana de alta-costura de Paris. Demna e Guram Gvasalia, os irmãos nascidos na Geórgia que coordenam o coletivo de designers que decide os destinos da marca sediada em Paris, têm revolucionado o negócio e a estética da indústria da moda, sendo os responsáveis pela popularidade da antimoda – negação das tendências e desprezo pelas silhuetas – no guarda-roupa. Apesar do sucesso, há dias, o portal da especialidade Highsnobiety vaticinou o fim do apelo da marca junto dos consumidores, em virtude de um deslizamento nas vendas. Para concluir que a Vetements estava fora de moda, a Highsnobiety falou com várias fontes nos mercados americano, europeu e asiático – incluindo buyers de retalhistas influentes que vendem Vetements e um ex-funcionário da marca. Todas as fontes pediram anonimato. «Se compararmos o dinheiro que gastámos na primavera-verão 2018 e o que gastámos no outono-inverno 2018/2019, o valor da encomenda teve uma quebra de cerca de 70%», revelou um buyer de um retalhista asiático. «Do ponto de vista de retalho, a Vetements está completamente morta», afirmou outro, que trabalha para um retalhista multimarca norte-americano. «As vendas caíram drasticamente ao ponto de vermos artigos da Vetements em saldo em vários pontos de venda, com 60% a 70% de desconto», acrescentou. Ainda que não tenha feito qualquer referência à publicação da Highsnobiety, a Vetements publicou, entretanto, na rede social Instagram. um comunicado assinado por Demna Gvaslia que refere que «a Vetements não suporta pseudojornalismo baseado em rumores e mentiras».