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  1. Velener Textil revoluciona a reciclagem de algodão
  2. Tommy Hilfiger lança linha de vestuário inteligente
  3. Exportações de vestuário do Bangladesh excederam meta fixada
  4. Sports Direct compra House of Fraser por mais de €100 milhões
  5. As marcas de moda mais éticas da Europa
  6. Cruzetas têm grande impacto negativo no ambiente, revela estudo

1Velener Textil revoluciona a reciclagem de algodão

A empresa têxtil alemã Velener Textil arrecadou o prémio da Discover Natural Fibres Initiative (DNFI) na categoria de fibras pelo seu sistema Wecycled, que recicla fios de algodão não utilizados recolhidos junto fiações parceiras. «O desperdício é inevitável em qualquer processo industrial e até 30% dos fios consumidos das empresas de tecelagem, tricotagem e confeção não são usados», revela a Velener Textil. Com o seu sistema Wecycled, a empresa alemã recolhe os cones gastos nas fiações parceiras e separa o fio de algodão não utilizado do cone de papel em locais de trabalho protegidos. Como resultado, a Velener Textil obtém duas matérias-primas: o papel para reciclagem proveniente dos cones e o fio de algodão para o sistema Wecycled. Em seguida, as máquinas de fiação da empresa convertem as fibras individuais num fio singelo, usando apenas meios mecânicos, ou seja, sem químicos ou substâncias nocivas envolvidas. As fibras Wecycled são misturadas com algodão cru comprado a fornecedores responsáveis e colocadas em cones, antes de serem entregues aos parceiros da Velener Textil. «O sistema Wecycled é o mais próximo possível da fabricação têxtil sem desperdício», afirma o CEO Ernst Grimmelt, acrescentando que «o princípio de circuito fechado contribui para a produção têxtil sustentável com um processo rastreável». Representantes da Velener Textil serão oficialmente distinguidos pelo seu feito na conferência anual da ITMF – International Textile Manufacturers Federation, que este ano terá lugar em Nairobi, no Quénia, de 7 a 9 de setembro.

2Tommy Hilfiger lança linha de vestuário inteligente

O negócio Tommy Hilfiger da PVH Corp lançou uma nova linha de vestuário com tecnologia de chip inteligente, que oferece aos consumidores recompensas e experiências durante o uso. Cada artigo da nova coleção Tommy Jeans Xplore, que inclui roupa para homem e mulher e está disponível exclusivamente nos EUA, apresenta uma tag inteligente de baixa energia com Bluetooth da Awear Solutions, conectando o produto à app iOS. Uma vez baixada e ativada, a app cria uma linha direta de comunicação entre o artigo Tommy Jeans Xplore e o consumidor. O uso da app e do produto é incentivado com uma plataforma de pontos, permitindo ao consumidor desbloquear recompensas e experiências únicas em tempo real, com base na frequência com que a peça é usada. Essas recompensas incluem cartões de presentes, peças assinadas e artigos dos arquivos da Tommy Hilfiger, enquanto a coleção em si engloba t-shirts, camisolas, hoodies, jeans, blusões, bonés e bolsas. «Sempre estivemos na vanguarda da inovação digital, usando tecnologia para oferecer o que nossos clientes procuram – experiências únicas e gratificação instantânea», afirmou Tommy Hilfiger. «A Tommy Jeans Xplore é a próxima evolução da nossa visão, alcançando consumidores onde estão e convidando-os a fazer parte da experiência da marca», explicou. O lançamento da linha Tommy Jeans Xplore é um reflexo de uma estratégia digital mais vasta para integrar a inovação numa experiência de marca imersiva. Este vem na sequência do lançamento da premiada app TommyNow Snap, que usa a tecnologia de reconhecimento de imagem 2D e 3D para permitir que os utilizadores tirem fotos de qualquer artigo num anúncio, na passerelle ou na rua e o comprem instantaneamente em Tommy.com. A gama Tommy Jeans Xplore está disponível em Tommy.com e na loja da Quinta Avenida, em Nova Iorque. Este lançamento segue-se ao lançamento do blusão inteligente da Levi Strauss & Co no ano passado. Aclamado como a primeira peça de vestuário do mundo a integrar a tecnologia inteligente Project Jacquard da Google, o Levi’s Commuter Trucker Jacket foi colocado à venda em setembro. Destinado a ciclistas urbanos, o blusão permite que os utilizadores atendam chamadas, controlem mapas e ouçam música apenas tocando numa manga, graças aos fios Jacquard convertidos em tecido.

3Exportações de vestuário do Bangladesh excederam meta fixada

O Bangladesh registou um crescimento de quase 9% das exportações de vestuário no seu último ano fiscal, o que impulsionou as exportações globais do país. Tanto as receitas de exportação como o crescimento do sector do vestuário ultrapassaram a meta do Governo para o ano fiscal de 2018, segundo relatórios locais que citam dados do Gabinete de Promoção das Exportações de Bangladesh. As exportações de artigos de vestuário evidenciaram um aumento de 8,76%, para 30,61 mil milhões de dólares (26,84 mil milhões de euros), ou seja, 1,51% superior à meta de 30,16 mil milhões de dólares. No ano fiscal anterior, o Bangladesh ganhou 28,15 mil milhões de dólares em exportações de vestuário enquanto, no ano fiscal de 2016, as receitas atingiram os 28,09 mil milhões de dólares. De acordo com os dados, as exportações de vestuário em malha subiram 10,4%, para 15,19 mil milhões de dólares, e as de vestuário em tecido aumentaram 7,18%, para 15,43 mil milhões de dólares. A crescente procura por vestuário fabricado no Bangladesh impulsionou as exportações totais do país no último ano fiscal, que subiram 5,8%, de 34,65 no ano anterior para o atuais 36,67 mil milhões de dólares. No entanto, as receitas totais de exportação para o ano fiscal de 2018 deverão ser 84 milhões de dólares mais baixas do que a meta do Governo, de 37,5 mil milhões de dólares.

4Sports Direct compra House of Fraser por mais de €100 milhões

A retalhista britânica House of Fraser foi adquirida pela cadeia Sports Direct por 90 milhões de libras esterlinas (100,75 milhões de euros), um negócio revelado poucas horas depois ter sido oficialmente declarada insolvente. O grupo britânico de artigos desportivos passa a deter o negócio e os ativos da House of Fraser, incluindo as lojas House of Fraser, a marca House of Fraser e todo o stock da retalhista. A aquisição aconteceu logo após a nomeação dos administradores da insolvência, que tinha colocado mais de 17.000 postos de trabalho em risco. O negócio surge depois de algumas semanas tumultuosas para a retalhista, que viu um potencial novo proprietário, o conglomerado chinês da moda C.Banner, desistir de um acordo de resgate a 2 de agosto, colocando em dúvida o seu futuro. No início da semana passada foi anunciado o encerramento de 31 lojas House of Fraser após a retalhista ter resolvido uma disputa legal com os respetivos senhorios. Para o ano terminado a 28 de janeiro de 2017 (a última data em que as contas estavam disponíveis para a empresa-mãe), o grupo House of Fraser tinha ativos brutos de 946,3 milhões e registou um lucro líquido de 14,7 milhões de libras esterlinas. Richard Lim, diretor-executivo da consultoria Retail Economics, considera que se trata de «ato extremamente ambicioso» para a Sports Direct.

5As marcas de moda mais éticas da Europa

Adidas, G-Star Raw e Stella McCartney estão entre as marcas mais éticas da Europa, segundo um novo ranking que avalia as insígnias de moda em termos de impacto nas pessoas, no planeta e nos direitos dos animais. As conclusões surgem após uma pesquisa de seis meses da organização de moda ética australiana Good On You, que analisou mais de 50 normas e certificações, além da informação nos websites das marcas. As marcas foram classificadas desde “A evitar” até “Ótima”, passando por “Não suficientemente boa”, “É um começo” e “Boa”. As 500 novas marcas serão incluídas na base de dados da Good On You, com mais de 2.000 marcas classificadas, que a organização afirma ser a maior e melhor base de dados de seu género no mundo. A cofundadora Sandra Capponi considera que os dados mostram que algumas marcas europeias estão a liderar pelo exemplo quando se trata de ética e sustentabilidade. «Adidas, G-Star Raw e Stella McCartney encontram-se entre os nomes que classificámos como “Bons”, com base no nosso sistema de classificação exclusivo», revelou Capponi. «Acho que as empresas de vestuário desportivo, em particular, são reputadas por más práticas laborais, pelo que é ótimo ver marcas como Adidas a aprender com isso e a reformular o seu modelo de negócio», destacou. Sob o sistema de classificação da Good on You, as marcas “Boas” tomaram várias iniciativas positivas e são frequentemente líderes numa ou em mais medidas-chave e, na maioria dos casos, são transparentes. Para atingir o estatuto “Ótimo”, as marcas devem ter pontuação alta em pelo menos duas categorias e uma ou mais certificações ou acreditações. Elas são geralmente estruturadas desde o início para serem sustentáveis e éticas e, em geral, são muito transparentes. Os novos dados também assinalam o início de um novo foco europeu para a Good On You, sediada em Sydney, que participou recentemente na iniciativa “Fashion For Good-Plug and Play Accelerator Program”, assim como na Cimeira da Moda de Copenhaga. «A mensagem que estamos a ouvir de todos é clara – a moda precisa de tornar-se mais limpa e rapidamente. Felizmente, existem algumas marcas a forjar um caminho que outras poderão seguir», assegura Sandra Capponi. «Vemos a Good On You como essencial nesse processo – sabemos que os compradores se sentem em conflito quando não compram de acordo com os seus valores, mas com tantos esquemas diferentes de comércio justo, orgânico certificado ou vegan, não é fácil para as pessoas comparar uma marca com outra. Com o lançamento destes novos dados, os compradores europeus poderão tomar melhores decisões e as marcas sentir-se-ão mais motivadas para uma maior transparência, sustentabilidade e ética», conclui. A organização também opera uma app Good On You, que abrange mais de 1.000 marcas de moda.

6Cruzetas têm grande impacto negativo no ambiente, revela estudo

Uma nova pesquisa da empresa de reciclagem de cruzetas de vestuário Braiform, sediada no Reino Unido, sugere que as cruzetas da roupa podem ter um impacto tão prejudicial no meio ambiente quanto os sacos, palhinhas e garrafas de plástico. As cruzetas de vestuário são frequentemente negligenciadas no debate sobre resíduos de plástico no sector do retalho. No entanto, com potencias centenas de milhões de cruzetas de roupa a acabar em aterros anualmente, o seu impacto no meio ambiente é significativo, garante a Braiform. A pesquisa, que foi verificada pelo Carbon Trust, concluiu que reutilizar uma cruzeta nove vezes reduz as emissões de carbono em 79% quando comparado ao modelo de uso único. Os benefícios ambientais desta economia podem ser significativos se todos os retalhistas participarem num programa de reutilização de cruzetas. A Braiform afirma que ajuda os principais retalhistas de moda e marcas globais a reutilizar mais de mil milhões de cruzetas por ano – um processo que também resulta na economia de mais de 35.000 toneladas métricas de materiais plásticos, que de outra forma seriam desperdiçado ou terminariam em aterros sanitários, assim como numa redução de custos para os retalhistas. À medida que a guerra contra plásticos descartáveis se intensifica, as cruzetas são reutilizadas em média nove vezes em todo o mundo. A economia de CO2 na reutilização de mil milhões de cruzetas por ano representa a mesma quantidade de CO2 gerada pela produção de 10,6 mil milhões de palhinhas de plástico, a mesma quantidade de CO2 necessária para voar 19 vezes à volta do mundo, o mesmo que remover mais de 9.000 táxis da estrada todos os anos e a mesma quantidade de CO2 gerada a partir da fabricação de mais de 4 mil milhões de sacos plásticos. «Esperamos que esta pesquisa ajude a trazer as cruzetas de plástico para um debate público mais amplo sobre o impacto no nosso ambiente dos plásticos descartáveis», admite Jim Collingham, diretor das operações de reutilização da Braiform. «Ao adotar um modelo de economia mais circular, os retalhistas podem tornar-se mais sustentáveis, o que é melhor tanto para o meio ambiente como para os clientes. À medida que os custos ambientais associados aos resíduos e plásticos descartáveis ganharam maior consciencialização pública, os retalhistas começaram a responder a esses desafios. Foram tomadas ações para melhorar a pegada de carbono do retalho, desde os sacos às palhinhas de plástico, mas há ainda um largo caminho a percorrer», reconhece Collingham.