- Techtextil chama estudantes a concurso de inovação
- Bolsa faz disparar valor da Farfetch
- Jeanologia empenhada na “sustentabili-zação”
- A moda italiana e os baixos salários
- Revestimento de repelência à água para matérias naturais
- Nova coleção da Celine apresenta-se em ponto histórico parisiense
1Techtextil chama estudantes a concurso de inovação
Estão abertas as inscrições para o 15º Concurso para estudantes “Textile Structures for New Building 2019”, no âmbito da Techtextil. A feira internacional de têxteis técnicos e não-tecidos realiza-se em Frankfurt de 14 a 17 de maio de 2019. Tal como em anos anteriores, o concurso é patrocinado pela associação internacional TensiNet, que atribui com um prémio monetário de 8 mil euros. Estudantes nascidos depois de março de 1990, de áreas como arquitetura, engenharia civil, design de produto ou outras relevantes podem desde já candidatar-se. A competição tem como objetivo identificar ideias e soluções inovadoras para problemas atuais, refletidas em projetos concretizáveis que utilizem têxteis ou materiais reforçados com têxteis. O concurso pretende ainda estreitar relações entre as gerações mais jovens, as universidades, a indústria dos têxteis técnicos e as administrações da indústria. A participação oferece vários benefícios, como a possibilidade apresentar o projeto a cera de 41 mil visitantes de 104 países na área da feira dedicada ao concurso, participar na Techtextil (incluindo alojamento), a possibilidade de ganhar um dos prémios pecuniário, que totaliza os 8 mil euros, e estabelecer contactos dentro da indústria. O júri vai avaliar os trabalhos nas categorias de macroarquitetura, microarquitectura, inovação material, meio ambiente e ecologia, compósitos e estruturas híbridas e urban living – cidade do futuro. Os estudantes podem inscrever-se até ao dia 24 de fevereiro de 2019 no site www.techtextil-student.com.
2Bolsa faz disparar valor da Farfetch
A Farfetch aumentou o valor das suas ações no passado dia 21 de setembro, na Bolsa de Nova Iorque, que avalia a empresa de moda de luxo em cerca de 5,8 mil milhões de dólares (4,7 mil milhões de euros). Ao fecho da sessão, a Farfetch tinha uma capitalização bolsista de 7,02 mil milhões de dólares. As suas ações começaram a ser vendidas Bolsa de Nova Iorque na sexta-feira, depois de a empresa definir o preço da Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla inglesa) para 20 dólares por ação, ultrapassando os 17 a 19 dólares, um valor que já tinha sido aumentado. Ao longo dia chegaram mesmo a atingir os 30,58 dólares e acabaram por fechar nos 28,45 dólares, com um ganho de 42,25%. A empresa encaixou 885 milhões de dólares, tendo emitido 33,6 milhões de novas ações e, os detentores de ações, como a Advent Venture Partners e a Vitrurian Partners, a vender 10,6 milhões. A IPO valorizou a Farfetch, o unicórnio criado pelo português José Neves, em 5,8 mil milhões de dólares. Ao incluir a opção de compra por parte dos funcionários, o valor aumentará para 6,3 mil milhões de dólares, revelou a empresa. Valores que revelam o quão grande se tornou a aposta nas vendas online para as marcas de luxo. O comercio eletrónico está a emergir como um dos maiores impulsionadores para marcas de luxo, inicialmente receosas de denegrir a sua imagem ao vender online. A empresa sedeada em Londres, que liga os clientes a centenas de boutiques e marcas de moda, ainda que sem inventário, é uma das várias plataformas de multimarcas a expandir-se rapidamente que conquistou uma presença segura no mercado. Entre os maiores da acionista da Farfetch estão a JD.com, a segunda maior empresa de comércio eletrónico da China, que comprou ações extras num canal privado. As flutuações aparecem numa altura de concorrência crescente entre os sites de moda independentes, com grandes nomes do luxo a optar por sair das grandes plataformas de comércio eletrónico, incluindo a LVMH, detentora da Louis Vuitton, que está a experimentar a criação do seu próprio site de multimarcas. Richemont, o conglomerado suíço proprietário da Cartier, comprou a atual rival da Farfetch, a Yoox Net-A-Porter, num negócio que avaliou a plataforma em 5,3 mil milhões de euros. A Farfetch nunca apresentou lucros, mas, no ano passado, registou um crescimento de 59% em receitas, atingindo os 386 milhões de dólares, o que atraiu investimentos do sector na sua IPO, como a família Pinault, que controla o Kering, o grupo francês detentor de marcas de luxo como a Gucci. Para se destacar, a empresa está a fazer um grande investimento em tecnologia, incluindo serviços para lojas digitais, com a Chanel, um dos grandes nomes associados à Farfetch. Prevê-se que as vendas online possam representar um quarto das receitas das marcas de luxo em 2025, comparando com os 10% atuais, de acordo com a consultora Bain, graças em parte a procura por mercados tecnológicos, como na China, por parte dos jovens consumidores.
3Jeanologia empenhada na “sustentabili-zação”
A empresa espanhola lançou um novo conceito pensado para promover a utilização da inovação tecnológica no acabamento sustentável de vestuário. A Jeanologia, especializada em tecnologias de acabamento sustentáveis que ajudam a reduzir a utilização de químicos, água e energia, afirma que as suas inovações tecnológicas promovem uma utilização mais razoável de recursos naturais e humanos nos processos de acabamento de vestuário. Na sua intenção de tornar estes processos sustentáveis, a empresa espanhola oferece soluções tecnológicas para a “sustentabili-zação” da indústria, mantendo a qualidade, o aspeto dos artigos e a racionalização dos métodos de produção. A Jeanologia refere que trabalha com o objetivo de promover o avanço na indústria têxtil no seu caminho para a sustentabilidade. «O nosso objetivo é estabelecer acabamentos 5.Zero (zero descargas, zero desgaste manual, zero spray de permanganato de potássio, zero stone washing e zero lixívia) como o padrão na indústria do denim, melhorando a aparência e a qualidade do produto com um custo neutro», explica Carme Santacruz, designer criativa na Jeanologia. «Neste contexto, com a utilização combinada das nossas tecnologias – laser, ozono e e-Flow –, juntamente com a correta seleção de tecidos, devidamente testados com a nossa ferramenta Light Sensitive Fabric, é possível conseguir isto», assegura. A pegada ambiental de todos os desenvolvimentos realizados na Jeanologia é analisada usando o software EIM (medição do impacto ambiental), desenvolvido pela empresa, que mede o consumo de água, energia e químicos. Ao fazê-lo, pode ser provado que todas as peças de vestuário têm um impacto ambiental baixo, contribuindo para minimizar a pegada ambiental e acrescentar a “sustentabili-zação” a todos os acabamentos, revela Santacruz. O conceito foi lançado na BlueZone da feira Munich Fabric Start através de duas coleções 5.Zero: Indigo & Vintage e All Blacks. A primeira foi criada com a utilização do laser da Jeanologia para mostrar que é possível criar efeitos de gasto e outros poupando água e reduzindo significativamente a utilização de químicos e energia. A 5.Zero All Blacks ilustra os benefícios da tecnologia ecológica para desenvolver acabamentos em denim preto. Combina a utilização do laser e da tecnologia de ozono G2, evitando a utilização de permanganato de potássio em spray ou de químicos que podem ser prejudiciais para o ambiente e para os trabalhadores.
4A moda italiana e os baixos salários
A indústria da moda italiana respondeu às acusações da existência de baixos salários e trabalho não declarado, reveladas num artigo do New York Times (NYT), dizendo que o problema é limitado e já está a ser resolvido. «O problema de trabalho ilegal existe em todo o mundo e os negócios de luxo são os mais ativos na luta contra esse fenómeno», revelou Carlo Capasa, presidente da Câmara do Comércio da Moda Italiana. «Mencionar algumas unidades que ficam fora do radar parece-me um pouco pretensioso», afirmou à AFP, na Semana da Moda de Milão, depois de a investigação ser publicada na primeira página no NYT, com o título «Inside Italy’s Shadow Economy», ou seja, «Dentro da economia paralela italiana». O artigo refere que «milhares de trabalhadores, com baixas remunerações, costuram, em sua casa, peças de luxo, sem contrato ou seguro» e cita uma mulher que recebe cerca de um euro por hora para costurar em casa. São apontados dois outros trabalhadores, um dos quais fala acerca das condições de trabalho de há 10 anos e outra trabalhadora que não revela qual o seu salário. A Câmara do Comércio da Moda Italiana emitiu uma declaração, em resposta ao artigo, dizendo que a única informação acerca da escala do problema referida no artigo citava Tania Toffanin, autora do livro de 2016 “Fabbriche Invisibili” (Fábricas Invisíveis). A autora «estimava que existem entre duas a quatro mil pessoas a trabalhar na indústria do vestuário a partir de casa», em Itália, escreveu o NYT. «No contexto de uma grande indústria que emprega cerca de 620 mil pessoas em 67 mil empresas, é claro que os trabalhadores irregulares são uma anormalidade», lia-se na declaração de Carlo Capasa que reconheceu que o objetivo é ter zero trabalhadores irregulares na indústria. «Vai demorar algum tempo, mas estamos a lutar por isso», garantiu. Roberto Manzoni, líder da Fismo, a Federação Italiana para o Sector da Moda, entretanto, justificou os baixos salários com a vontade constante dos consumidores de comprar mais com menos. «É a ditadura das escolhas dos consumidores que obriga as empresas do sector a encontrar as soluções mais baratas para permanecerem competitivas, algo visível na Ásia, que fabrica a custos reduzidos», adiantou à AFP.
5Revestimento de repelência à água para matérias naturais
Cientistas nos EUA desenvolveram um novo revestimento que garantem não só conferir repelência à água em tecidos de matérias-primas naturais como algodão e seda, como é também mais eficiente do que os revestimentos existentes. Os tecidos com repelência à água têm várias utilizações, desde vestuário para a chuva até tendas militares, mas os revestimentos convencionais perduram no ambiente e acumulam-se no corpo, estando igualmente a ser retirados do mercado por razões de segurança. Uma equipa de investigadores do Massachussets Institute of Technology (MIT) desenvolveu um novo processo que pode oferecer uma alternativa não-tóxica aos químicos prejudiciais ao ambiente, segundo um artigo divulgado na publicação científica Advanced Functional Materials assinado pelos professores do MIT Kripa Varanasi e Karen Gleason e pelo pós-doutorado pelo MIT Dan Soto. «A maior parte dos tecidos que diz “repelente de água” é na verdade “resistente à água”», explica Varanasi, professor associado de engenharia mecânica. «Se ficar à chuva, eventualmente a água vai passar», afirma. Os revestimentos atualmente usados para produzir tecidos repelentes de água normalmente consistem em polímeros longos com cadeias-laterais perfluoradas. O problema é que os polímeros de cadeia mais curta que foram estudados não têm tanto efeito hidrófugo como as versões de cadeia mais longa. Além disso, os revestimentos existentes têm base líquida, o que significa que o tecido tem de ser mergulhado no líquido e depois seco. Isso tende a fechar todos os poros no tecido, retirando respirabilidade, aponta Varanasi. Como resultado, é necessário um segundo passo no processo de produção, no qual é insuflado ar no tecido para reabrir os poros, aumentando o custo de produção e retirando alguma da proteção à água. A investigação efetuada mostrou que os polímeros com menos de oito grupos de carbono perfluorados não persistem e bioacumulam-se quase tanto como os que têm oito ou mais – que são mais usados. A equipa no MIT trabalhou para combinar um polímero de cadeia mais curta que, por si só, confere propriedades hidrófugas e foi melhorado com um processamento químico adicional e um processo diferente de revestimento, por deposição inicial de vapor químico. Este processo de revestimento, que não envolve líquidos e pode ser feito a baixas temperaturas, produz um revestimento muito fino e uniforme que segue os contornos das fibras e não obstrói os poros, eliminando a necessidade de uma segunda fase no processamento. Ao mesmo tempo, o passo adicional, uma espécie de jato de areia na superfície, pode ser adicionado como um processo suplementar para aumentar ainda mais a repelência à água. «O maior desafio foi encontrar o ponto certo em que a performance, durabilidade e compatibilidade da deposição inicial de vapor químico funcionassem em conjunto e permitissem obter a melhor performance», revela Dan Soto. O processo funciona em têxteis com diferentes composições, incluindo com algodão, poliamida e linho e até artigos não têxteis, como papel, abrindo um grande leque de potenciais aplicações. O sistema foi igualmente testado em tecidos com diferentes tipos de estrutura, que foram sujeitos a lavagens repetidas, sem degradação do revestimento, e a testes de abrasão, sem dano no revestimento após 10 mil repetições. Eventualmente, sob abrasão intensa, «a fibra vai ficar danificada, mas o revestimento não», sublinha Varanasi. A equipa planeia agora continuar a trabalhar na otimização da fórmula química para a melhor repelência de água possível e espera licenciar a tecnologia, que aguarda a aprovação de patente, para empresas têxteis e de vestuário.
6Nova coleção da Celine apresenta-se em ponto histórico parisiense
A 28 de setembro, o Hôtel des Invalides, em Paris, será palco do desfile da coleção de Hedi Slimane, que marca a sua estreia como diretor criativo da Celine, à medida que se prepara para revelar a primeira coleção de pronto-a-vestir para a marca francesa. A revelação foi feita no Instagram, com o designer a pulicar uma imagem de uma estrutura metálica a surgir por baixo da cúpula do Hôtel des Invalides, anunciando-o como local do seu próximo desfile, com a descrição “localização do desfile, Paris, setembro, 2018”. Tendo vivido em Los Angeles, Slimane mudou-se recentemente para Paris. Não é a primeira vez que o designer apresenta um desfile num lugar icónico, tendo escolhido o mesmo ponto histórico para o desfile masculino de outono de 2014 para a Saint Laurent. Desde que assumiu o leme criativo da Celine, Hedi Slimane tem prestado tributo às raízes francesas da marca e não parece ter planos de desistir. No início do ano, denominou a mala que lançou para a Celine de “16”, a propósito da localização da sede e seu atelier numa mansão do século XVII, na Rue Vivienne, número 16, em Paris. Na preparação do seu muito aguardado desfile, Hedi Slimane publicou ainda três vídeos na rede social, revelando o novo logótipo #CELINEBYHEDISLIMANE, em contraste com um conjunto de cortinas lamé. Desta forma, saúda o regresso de uma versão de 1960 do logótipo com a palavra Paris reintegrada em toda as roupas e embalagens, seguindo-se um pequeno vislumbre da coleção de pronto-a-vestir da Celine. Ainda que tenha deixado claro que o toque francês vai ser central para o seu “reinado” na Celine, fashionistas de todo o mundo aguardam com expetativa para ver exatamente o que será lançado pelo designer em passerelle na Semana da Moda de Paris.