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CeNTI controla o ambiente

O projeto Wisen - Wireless Integrated Sensor Network do CeNTI está a monitorizar os gases presentes no ambiente e o seu impacto sobre os trabalhadores, numa investigação testada na Lipor.

Este projeto, que tem o apoio do Portugal 2020 e está a ser executado com a empresa Eurico Ferreira, prevê o desenvolvimento de uma solução integrada de sistemas de sensorização em tecnologia impressa e na comunicação e transmissão de dados sem fios, para controlo e monitorização de trabalhos de risco a que os operários estão expostos em ambientes industriais.

«Na Lipor, os funcionários estão sujeitos a metano, oxigénio e outros gases», revelou André Pinto, investigador do CeNTI, que adiantou que neste ambiente é igualmente importante saber «a localização dos trabalhadores, devido à proximidade a diferentes equipamentos, que podem pôr em risco a operação».

Os sensores utilizados são impressos e flexíveis e funcionam como um “nariz eletrónico”. «Temos um substrato, acrescentamos elétrodos e uma camada ativa que interage com as partículas no ar e nós vamos aceder a essa informação», explicou o investigador na apresentação do projeto durante a 8.ª Conferência Europeia de Vestuário de Proteção (ver Os novos desafios dos EPI’s), que decorreu em maio no Porto, sob a chancela do Citeve.

Atualmente, o projeto conta com dois sensores desenvolvidos capazes de avaliar mudanças no oxigénio e na humidade. «Os primeiros resultados mostram que os sensores conseguem fazer a avaliação», afirmou André Pinto. Os sensores eletrónicos foram calibrados para monitorizar a concentração de oxigénio e metano em condições atmosféricas normais. Além disso, têxteis e polímeros integraram os sensores para medir a temperatura, humidade relativa e o posicionamento em tempo real.

Há, contudo, desafios que têm ainda de ser ultrapassados, nomeadamente o aumento da autonomia do dispositivo, para pelo menos 30 horas, a deteção de concentrações específicas de gases e o desenvolvimento de um monitor de ambiente interior e exterior com o mesmo dispositivo.

A próxima etapa, referiu André Pinto, está já na mente dos investigadores e promete simplificar a produção dos sistemas. «Como têm um custo muito baixo, podemos fazê-los como dispositivos descartáveis. Dessa forma não é necessário calibrar após utilização», resumiu.