Numa época em que as notícias sobre as quedas de confiança são uma constante e que não são de estranhar face à instabilidade da conjuntura internacional, é importante aquilatar da percepção dos agentes que integram a Indústria Têxtil e de Vestuário (ITV). Assim, e com base nos inquéritos de conjuntura à indústria e comércio publicados pelo INE, o Observatório Têxtil do CENESTAP faz uma breve análise da evolução no ano agora findo e nos anos mais recentes. A primeira conclusão traduz o facto da ITV não ficar à margem dos condicionalismos conjunturais, reflectindo-se na deterioração da confiança no têxtil e vestuário. Efectivamente, o indicador de confiança no sector têxtil registou uma diminuição em 2002, atingindo o valor mais baixo desde o início da compilação da série em 1997, sendo este cenário extensível ao vestuário. O decréscimo da confiança no sector têxtil, apesar de mais acentuado em 2002, é uma continuidade daquilo que já se verifica desde 2000. Todos os indicadores qualitativos analisados registaram uma deterioração face a 2001, realçando-se, contudo, o decréscimo dos preços e da carteira de encomendas (interna e externa), com implicações no aumento do stock de produtos acabados. A evolução da carteira de encomendas no sector de vestuário teve uma influência decisiva, principalmente no que respeita ao território nacional, com a percepção face à produção a ter, também, uma avaliação bastante negativa. Refira-se que somente em Outubro de 2002 é que os indicadores de confiança no têxtil e vestuário superaram o valor médio apresentado em 2001, o que atesta o acentuado decréscimo do sentimento dos agentes económicos em 2002. No comércio grossista assistiu-se a uma ligeira recuperação do indicador de confiança face a 2001, tendo para tal contribuído a evolução positiva das encomendas a fornecedores; No comércio a retalho, a variação foi em sentido contrário, mantendo-se o decréscimo do indicador de confiança, ano após ano. A performance do comércio a retalho foi decisivamente marcada pelo comportamento nos dois últimos meses de 2002. O indicador de confiança do comércio retalhista atingiu em Novembro de 2002, o valor mínimo histórico, e que é justificado por um queda importante do volume de vendas, encomendas a fornecedores, preços de venda e da previsão da actividade. Refira-se que esta última variável atingiu o valor mais baixo dos últimos dois anos, substancialmente inferior à média dos últimos doze meses. A análise completa encontra-se em www.portugaltextil.com .