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Depois da tempestade…

No rescaldo das inundações que devastaram o Paquistão, um dos maiores fabricantes e exportadores de malhas do país, divulgou ao just-style.com que muitas empresas estão a conseguir emergir dos trágicos eventos. Embora admitindo que «a situação foi caótica», Naeem Siraj, director-geral de marketing na Style Textile, também ressalta que «apenas foi difundido o pior da informação». Os relatos apontam para um possível aumento nos preços do vestuário de algodão e informação de que os compradores de vestuário estão a transitar encomendas para o Bangladesh e o Sri Lanka devido aos receios de interrupções na expedição. No entanto, a Style Textile, que tem sede em Lahore, capital da província de Punjab e segunda maior cidade do Paquistão depois de Karachi, não foi directamente afectada pelas inundações. «Parte do nosso fornecimento de fios foi afectada, pois alguns dos nossos fornecedores estão localizados nas regiões alagadas», explicou Siraj. «Além disso, as fontes de energia (petróleo e gás natural) também foram afectadas, na medida em que as suas unidades de processamento também estão localizadas nas áreas inundadas». Siraj confirmou ainda que o transporte terrestre de e para o porto de Karachi também foi interrompido. Mas, mesmo assim, apesar de «todos esses desafios resultarem em interrupções, não resultaram em qualquer problema de não-entrega», salientou. Com uma unidade vertical que inclui a tricotagem de malha, tingimento e acabamento, a Style Textile produz malhas convencionais de algodão, bem como malhas especializadas, usadas no vestuário de desporto e no vestuário para marcas de elevado desempenho. Para além da produção de malhas, a empresa também tem capacidade para fabricar 800 mil peças de vestuário por mês para clientes como Nike, Levi’s, Russell Athletic, PVH e Calvin Klein Jeans. Possui mais de 1.450 máquinas de costura e os serviços de valor acrescentado incluem a impressão, os bordados e a lavagem. Embora as estimativas apontem para que as águas da inundação tenham destruído até 30% da colheita de algodão do Paquistão, Siraj acredita que esta avaliação «é apenas uma suposição neste momento. Existe a especulação de perda de colheitas entre 10-40%, mas nada com base em dados quantificáveis». «A base de toda esta especulação é que um terço do Paquistão está debaixo de água e uma parte é área de cultivo de algodão. A nossa avaliação é que o Paquistão vai acabar com um deficit de 20%, o que deverá ser compensado através de importações da Índia. Portanto, o caminho será difícil, mas não tão caótico quanto poderia ter sido», acrescentou Quanto ao impacto sobre os preços, Siraj referiu que «as cotações dos fios ainda estão em igualdade com a Índia. Quando tivermos alguma normalidade restabelecida, os preços deverão continuar a estabilizar» Em poucas palavras, o director-geral de marketing na Style Textile concluiu que «o impacto é mais de natureza imediata e temporária, onde as expedições imediatas foram afectadas. De resto, não existem indícios de uma ruptura».