Alegando falta de trabalho, a Fábrica de Fiação e Tecidos do Bairro, actualmente controlada pelo grupo Machado Guimarães, conta com cerca de 20 operários, e que segundo os mesmos confidenciaram ao jornal Público, nem sempre têm que fazer. Por isso a administração decidiu pô-los a cortar as ervas nos espaços à volta do edifício da empresa. As máquinas têxteis foram assim trocadas pelos pequenos utensílios agrícolas. As regras foram também alteradas, pois segundo declarações de Joaquim Simões, dirigente do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, ao Público, a administradora disse às funcionárias que não queria que andassem aos pares nem a conversar. Segundo o mesmo sindicalista, os funcionários terão sido ameaçados com processos disciplinares caso se recusassem a cortar as ervas, e só quando os dirigentes do sindicato têxtil garantiram aos operários que não eram obrigados a tirar ervas e que nada lhes aconteceria se desrespeitassem a ordem da administradora é que estes largaram os sachos. Para Joaquim Simões, na origem desta ordem estará a vontade dos responsáveis pela Fábrica de Fiação e Tecidos do Bairro em rescindir os contratos de trabalho com os funcionários. É uma espécie de coacção psicológica no sentido de levar os trabalhadores a aceitar as rescisões de contrato nas condições pretendidas pela administração.