É um passo que eu considero importante no sentido de efectivamente se conseguir uma concertação estratégica, quer em relação aos objectivos das acções de apoio ao têxtil, quer em relação a essas mesmas acções. Considero importante e claramente positivo, que todos os apoios ao têxtil tenham uma orientação estratégica concertada e partilhada, e em termos operacionais se possa também concertar acções por forma a optimizar os investimentos que venham a ser alocados a esta iniciativa. Eu acho que representa claramente uma possibilidade de cooperação inter-institucional da qual resultará também um apoio mais efectivo, ou pelo menos mais eficaz, para a indústria têxtil em geral. Há sempre aspectos que podem ser melhorados, mas o essencial neste momento é valorizar o esforço de concertação que efectivamente foi feito e o nível que foi conseguido. Apesar de a AIMinho desejar que a concertação fosse ainda mais global, temos consciência de que não é possível à partida conseguir-se que todas as entidades, todos os projectos e todos os protagonistas destes processos estejam claramente sintonizados. No entanto, e concretamente em relação à Plataforma e a este primeiro conjunto de projectos que envolve também um conjunto de entidades, eu vejo essencialmente aspectos positivos. Relativamente aos projectos envolvidos, no quadro do Têxtil Global foi feita inicialmente uma grande partilha de conhecimento e portanto todos nós tivemos oportunidade de não apenas dar a conhecer, mas até explicar detalhadamente as nossas iniciativas. Do ponto de vista geral, julgo que os projectos correspondem aos grandes vectores de intervenção no apoio ao têxtil. Haverá agora alguma responsabilidade acrescida da comissão de acompanhamento, mas nós assumimos que temos uma responsabilidade também, digamos, solidária. A associação assume por um lado a sua responsabilidade específica na realização daqueles projectos, que tem por missão liderar e executar, mas assume também uma responsabilidade solidária no contexto da plataforma. Não nos é indiferente que os outros projectos não se executem com o nível de qualidade que devem ter ou com a articulação, quer do ponto de vista operacional, quer do ponto de vista estratégico, que também se impõe. Vemo-nos com esta dupla dimensão da responsabilidade. Por um lado a nossa própria responsabilidade e, por outro lado, uma actuação num contexto que é mais global e portanto exige uma predisposição para a cooperação institucional muito mais forte do que se cada um de nós actuasse isoladamente. Eu julgo que é um grande desafio que se coloca às organizações.
Somos favoráveis ao projecto que tem sido desenvolvido, ao resultado a que se chegou e vemos com agrado que se tivesse chegado a um consenso entre os vários agentes da têxtil, no sentido de regular um conjunto de aspectos que são importantes como sejam a aplicação dos fundos europeus ao têxtil e vestuário. Por outro lado, registamos também com muito agrado o trabalho que foi desenvolvido pelo governo e pela administração pública, no sentido de se ver algo que eu, com cerca de 20 anos de experiência de Comissário Geral da APIV, até agora não tinha visto. Achamos que foi provado que havendo vontade política – não só do governo e da administração, mas também dos vários agentes – as soluções avançam em períodos de tempo muito curtos. Obviamente, este protocolo não engloba tudo, mas engloba aspectos muito práticos, como estes que regulam o funcionamento do POE junto do têxtil e vestuário. E este é o caminho, porque Portugal não tem de facto nem dimensão, nem condições económicas neste sector para estar dividido. Em relação aos projectos em concreto, haverá ainda aspectos que têm que ser mais dinamizados, como nos casos da rede moda e design. Portanto, em geral, há aspectos técnicos a serem desenvolvidos porque têm uma grande premência, porque dependem de estruturas pré-existentes como é o caso da APIV, e outras associações, a terem que suspender as actividades desses gabinetes com prejuízo para o apoio e formação às empresas. Eu estou-me a referir a projectos e a cruzamento de projectos que não geram um consenso da parte de todos os intervenientes. Há sempre aspectos que têm que ser arejados, ou melhor, iluminados. Mas no essencial foi um plano notável e esperamos que ele tenha continuidade. Relativamente aos dois níveis de participação e isso foi muito discutido no protocolo – consideramos que os critérios não são os promotores, mas os projectos. Relativamente à importância e o impacto dos projectos, eu não gostaria de entrar em detalhes, porque acho que nesta fase temos de estar mais preocupados em construir do que em criar já factores de desconstrução. É evidente que há alguns que poderão apresentar duplicações. O sentido é de obter o máximo de sinergias entre os vários projectos para que se obtenha o máximo de output para se aplicar a todas as empresas. Portanto, aí não entendemos de maneira nenhuma que seja uma carta fechada, achamos que esta é uma base muito útil de trabalho que deve ser desenvolvida e melhorada.
A Plataforma Têxtil para a Competitividade da Indústria do Têxtil e do Vestuário foi, no essencial, uma tentativa de procurar criar um amplo consenso no seio das Associações Sectoriais do Sector Têxtil e do Vestuário, no sentido de agilizar e rentabilizar, em temos de tempo e recursos financeiros, as candidaturas destas organizações à medida de Parcerias e Iniciativas Públicas (PIPs) do POE. Se se conseguir que os projectos apresentados encontrem uma maior celeridade e uma racionalidade, assente numa estratégia de reforço competitivo para esta Indústria, através deste instrumento, então a vantagem está nesses propósitos… caso contrário, ou seja, se não conseguirmos encontrar nem celeridade nem consistência, então a desvantagem está na evidência de que se esteve a perder ainda mais tempo! Relativamente à existência de dois níveis de participação, a solução encontrada foi a mais consensual, por ser a única possível. O objectivo da Plataforma não foi de funcionar como aéropago de censura mútua de projectos. Tal não seria aceitável por ninguém, até porque só os organismos públicos, como a DGI ou o ICEP, com competências para analisar e aprovar os projectos, o podem fazer, pelo conhecimento profundo que têm de cada uma das candidaturas e das regras comunitárias e nacionais em que as mesmas podem ser enquadradas. No que se refere aos projectos envolvidos a APIM fala pelos seus própios, nos quais acredita e nos quais persiste, mesmo quando o POE já está em vigência há dois anos e meio e praticamente em nada ter resultado. A candidatura da APIM contempla áreas como o marketing, a comercialização, a alta formação de dirigentes e quadros para as empresas do Sector e o Ambiente, que são áreas em se apresenta sem concorrência ou sobreposição no conjunto dos projectos apresentados às PIPs do POE, pelos diferentes organismos do Sector. Estas nossas candidaturas são coerentes com a estratégia da Associação e com a que concebemos para o Sector. Sobre os demais projectos, que falem os seus promotores, pois, tal como nos referimos atrás, apesar de termos a nossa opinião, não somos nem queremos ser censores de vontades alheias, pois de outra forma nunca teríamos mostrado disponibilidade para assinar a referida Plataforma.
A Plataforma Têxtil contém um conjunto de virtualidades que de alguma forma tenta obter, dos diferentes intervenientes, a apresentação de projectos que se possam associar e, portanto, reduzir o esforço financeiro e aumentar o nível de concretização e implantação. Estão aqui representadas não só as instituições privadas