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EUA: Restrições às importações chinesas beneficiam ITV

A produção norte-americana nos sectores têxtil e de vestuário registaram em 2005 um crescimento de 2,1% e 0,9%, respectivamente. Este foi o primeiro ano em que os dois sectores registaram uma evolução positiva simultânea desde 1996, de acordo com os dados divulgados pela reserva federal dos EUA. As associações têxteis norte-americanas consideram que este resultado favorável origina fundamentalmente das medidas restritivas implementadas em 2005, sobre determinadas categorias de importações de artigos têxteis e de vestuário com origem na China. Durante o ano passado, as importações chinesas em diversas categorias de têxteis e de vestuário, foram restringidas inicialmente através da aplicação de medidas de salvaguarda, sendo posteriormente celebrado um acordo entre a China e os EUA, estabelecendo as quotas de importação em diversas categorias de artigos têxteis e de vestuário (ver notícia no Portugal Têxtil). De acordo com a opinião do Director-executivo da AMTAC (American Manufacturing Trade Action Coalition), Auggie Tantillo, estes dados vêm demonstrar que quando o Governo norte-americano defronta as «práticas comerciais predatórias da China», através da imposição de salvaguardas e acordos bilaterais, a produção da indústria têxtil e de vestuário norte-americana estabiliza. Apesar de uma ligeira quebra registada em Dezembro de 0.9%, a produção total de têxteis nos EUA aumentou 2,1% em 2005. A produção norte-americana de vestuário aumentou 1,7% durante o mês de Dezembro e 0,9% ao longo do ano, reflectindo uma verdadeira evolução no sector cuja produção registou uma quebra de 5,0% no primeiro semestre do ano, mas registou uma subida de 6,2% nos últimos seis meses de 2005. O desempenho da produção no sector norte-americano de vestuário na segunda metade do ano foi o mais significativo em termos semestrais desde 1984, enquanto que o crescimento em termos anuais foi o maior desde 1996, de acordo com o divulgado pela AMTAC. Apesar do desempenho ser positivo no curto-prazo, Tantillo refere que a indústria têxtil e de vestuário norte-americana não pode deixar de pensar nas sérias ameaças que existem no longo-prazo, referindo que sem uma política para o longo-prazo os ganhos conseguidos em 2005 serão rapidamente eliminados. Tantillo referiu diversas mudanças políticas que a AMTAC considera necessárias para estabilizar o nível da produção sectorial norte-americana e reduzir o défice comercial: A aprovação da legislação de Schumer-Graham, que penaliza a China caso recuse deixar flutuar a sua moeda. Não permitir que a China obtenha o estatuto de país em desenvolvimento no âmbito das negociações da Organização Mundial de Comércio (OMC), na medida em que é uma das cinco principais economias mundiais. Aumentar a autoridade dos EUA e de outros países na implementação de medidas de salvaguarda específicas para os artigos têxteis e de vestuário, no âmbito da OMC, conforme necessário e para além da data limite actual estipulada para 2008. Tantillo abordou ainda a necessidade de revisão da política tarifária dos EUA, referindo que é o único país industrializado que possui um sistema de taxas baseado no rendimento. O sistema de taxas em vigor noutros países origina o aumento do défice comercial norte-americano. Os países com taxas de IVA, normalmente entre os 15% e os 20%, taxam todas as importações mas descontam nas exportações, o que coloca os produtos norte-americanos com uma significativa desvantagem em termos de preço quer no mercado interno, quer no mercado externo.