De acordo com os resultados deste terceiro barómetro, realizado com a IPSOS entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021, os europeus estão cada vez mais atentos ao que estão a comprar no que diz respeito a têxteis. Entre as 7.000 pessoas em sete países analisados – França, Alemanha, República Checa, Reino Unido, Suécia, Itália e Espanha –, quase todas (93%) compraram pelo menos uma peça de roupa nos últimos seis meses, sendo esse valor 95% para os italianos, 96% para os checos e 97% para os espanhóis – os que demonstraram ter a maior probabilidade de ter comprado uma peça de roupa nos últimos seis meses.
Nas conclusões do estudo, a Ginetex – Associação Internacional para Etiquetagem de Conservação de Têxteis, que em Portugal é representada pela ANIVEC, afirma que «os europeus preocupam-se com a qualidade do seu vestuário e atribuem grande importância aos aspetos técnicos. Embora o preço continue a ser o principal critério para a escolha de uma peça de roupa, a relação custo-benefício, a qualidade, o conforto e a aparência geral da peça também são critérios importantes para os consumidores».
Em comparação com os dados recolhidos em 2019, a qualidade tornou-se um fator mais importante, com 49% a destacarem esse critério, um aumento de 4% em dois anos. A marca (+4%) e o país de origem do vestuário (+1%) também registaram uma subida face a 2019.
Etiquetas relevantes
Segundo o barómetro, a presença ou ausência de uma etiqueta com instruções de conservação tem «um impacto significativo» na decisão de compra do consumidor, sendo que 74% dos inquiridos nunca ou raramente compram uma peça de roupa que não tenha essa informação. «Os britânicos e os alemães são os que mais valorizam as etiquetas de conservação: para 83%, comprar um artigo têxtil sem etiqueta não é uma opção, ou raramente acontece», sublinha a Ginetex. No total, 59% afirmam prestar atenção à etiqueta de conservação, sendo que essa quota aumenta para 63% na Alemanha, 65% na Suécia e 66% em Itália.
Este barómetro mostra ainda que apesar de 56% dos inquiridos considerarem as etiquetas de conservação muito extensas, 65% dos entrevistados são apologistas que essas mesmas etiquetas apresentem instruções de conservação amigas do ambiente e até a proporção de matérias-primas recicladas das suas roupas (57%).
Há ainda 56% dos inquiridos que se mostram favoráveis a que as etiquetas ostentem uma pontuação ecológica para a peça de roupa, uma percentagem que sobe para 64% quando se considera apenas os consumidores franceses e espanhóis e para 71% quando se analisa somente as respostas dos italianos.
My Care Label ajuda na literacia
Com alguns símbolos da etiqueta de conservação ainda pouco conhecidos dos consumidores (é o caso do símbolo de branqueamento, só conhecido por 27% dos inquiridos, o da secagem, onde a percentagem é de 25% e o da limpeza profissional, reconhecido por somente 16%), a Ginetex lançou uma app, batizada My Care Label, que explica os símbolos de conservação e dá dicas e conselhos para limpar e conservar os têxteis, incluindo informação de caráter ambiental, que se vem juntar ao website clevercare.info, disponível em 23 idiomas.
O barómetro mostra que, por razões ambientais, 54% dos europeus usam a quantidade certa de detergente, 51% tentam lavar as roupas a temperaturas mais baixas, 49% enchem a máquina de lavar com a capacidade máxima, 46% secam a roupa ao ar livre e 39% passam menos a ferro.