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Exportações de Tecidos caem em 2004

Com o objectivo de analisar o subsector da tecelagem em Portugal, o Observatório Têxtil do CENESTAP procedeu à a elaboração do Relatório Sub sectorial que se debruça sobre o comércio internacional do Sector.

De acordo com esta análise, a tecelagem destaca-se no comércio internacional português pela elevada representatividade nas importações da ITV. Os dados relativos a 2004 apontam para um peso de 20,7% nas importações totais desta indústria, enquanto ao nível das exportações, os tecidos correspondem a 9,1% do total exportado.

Comparando com 2003, ao ano de 2004 foi particularmente desfavorável para o comércio internacional de tecidos, na medida em que se por um lado as importações caíram para os 518,7 milhões de euros (menos 3,7%) que no ano anterior, por outro, as exportações registaram uma forte contracção 13,3% tendo-se fixado nos 344,2 milhões de euros. As variações descritas reflectiram-se num agravamento do saldo da Balança Comercial para os actuais 174,5 milhões de euros (redução de 23,4%).

Refira-se que Portugal é o sétimo maior importador de tecidos da U.E. (importa 4,9% do total), num ranking que é dominado pela Alemanha e pela Itália que absorvem, respectivamente 19,6% e 16,4% do total importado pela U.E. 15. Todavia, nas exportações comunitárias a representatividade nacional é reduzida correspondendo a apenas 2,1% do total exportado pela U.E. (15) em 2004. Refira-se que a Itália é o maior exportador comunitário com um peso relativo de 36,5% nas vendas totais ao exterior dos 15 Estados Membros.

Em termos de matérias-primas, merecem referência os tecidos de algodão uma vez que, por si só, representam 41,5% dos tecidos importados e 42,1% das saídas. De referir que o comércio internacional dos tecidos de algodão acompanhou a tendência verificada pela tecelagem tendo registado uma ligeira queda ao nível das importações 2,7% e uma forte queda das exportações 14,6%.

Esta análise é tanto mais importante se tivermos em consideração que as exportações nacionais desta categoria de produtos têm como destino principal a U.E. (absorve 67,5%) e que desde Janeiro de 2005 que o comércio deste tipo de tecidos foi liberalizado (categoria 2).

Relembre-se, no entanto, que a categoria 2 – Tecidos de Algodão faz parte do acordo de 10 de Julho que repôs as quotas de importação aos produtos da China até 2007 pelo que, as regras do jogo alteraram-se de novo adiando para daqui a 3 anos a eliminação das restrições quantitativas às importações da U.E. Neste contexto é importante analisar como o sector irá reagir e adaptar-se para enfrentar o aumento da concorrência da China no novo enquadramento internacional esperado para 2007.

Esta análise é apresentada em Relatório Subsectorial no PortugalTextil.com