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Exportações suíças em alta

As exportações suíças aumentaram no decorrer do mês de março apesar da valorização da moeda nacional face ao euro, com as expedições rumo aos EUA, Médio Oriente e Ásia a compensarem a quebra de vendas assinalada no bloco da moeda única.

No total, as exportações aumentaram 4,2% em termos reais e 3,2% em base nominal face ao ano anterior. As vendas com destino à Zona Euro diminuíram 3,7% em base nominal, enquanto as exportações para os EUA e Médio Oriente aumentaram 23,6% e 29,2%, respetivamente. As exportações destinadas ao território chinês aumentaram 12,4%.

«O efeito do choque do franco suíço foi menos severo face ao antecipado, mas alguns sectores foram mais afetados do que outros», afirmou Matthias Pfammatter, economista da Divisão Alfandegária Federal.

O Banco Central Suíço (SNB) abalou os mercados financeiros em janeiro ao anunciar o abandono da fixação do câmbio mínimo de 1,20 francos suíços por euro, provocando um descontentamento generalizado entre as várias entidades da indústria nacional e conduzindo a uma retração das previsões económicas para o país.

O franco suíço está agora perto da paridade com o euro, mas a economia parece desafiar a valorização da moeda, que torna as exportações suíças para a zona euro mais caras, compensada, em parte, pelo efeito amortecedor da força do dólar americano.

Os dados relativos ao primeiro trimestre de 2015 mostram que as exportações de joalharia aumentaram 21,7% em base nominal, enquanto as exportações de relógios e instrumentos de precisão aumentaram 3,1% e 2,6%, respetivamente.

Em comunicado, o governo suíço mostrou-se surpreendido pelo impacto da valorização do franco nacional na criação de uma crise económica, rejeitando as sugestões de criação de um plano de estímulo.

O SNB prevê, agora, um crescimento de 0,9% para este ano, um decréscimo face aos 2,1% antecipados antes do abandono do teto cambial.

Nick Hayek, diretor executivo do grupo suíço Swatch, foi um dos críticos mais acérrimos da decisão do SNB, denominando-a de «tsunami» para a economia. No entanto, no decorrer do mês de março, descreveu as perspetivas da empresa como «excelentes», beneficiando da valorização do dólar.

Porém, alguns economistas afirmam que as consequências económicas da medida são ainda incertas. Andreas Ruhlmann, em representação do Banco IG, indicou que o franco suíço se tem vindo a valorizar face ao euro desde março. «O principal indicador a vigiar é a inflação, que é negativa neste momento. Um período prolongado de deflação conduzirá a Suíça a uma recessão», afirmou.

As empresas suíças de pequena dimensão têm baixado os preços, procurando descontos de fornecedores, e reduzido postos de trabalho como forma de protegerem os seus lucros.

Por oposição, a Swatch e as grandes farmacêuticas suíças como a Roche ou a Novartis – ambas apresentaram resultados para o primeiro trimestre superiores aos inicialmente previstos – estão relativamente diversificadas e dispõem das ferramentas necessárias para contornar o impacto da valorização do franco suíço.