Os dados avançados ontem pelo INE – Instituto Nacional de Estatística dão conta da continuação do crescimento das exportações da indústria têxtil e vestuário (ITV), apesar do abrandamento face ao período janeiro-abril, em que o aumento foi de 2,5% (ver Exportações regressam ao “verde”). Nos primeiros cinco meses de 2018, as empresas venderam, em conjunto, 2,25 mil milhões de euros, em comparação com 2,2 mil milhões de euros entre janeiro e maio do ano anterior.
Há, contudo, a aceleração do crescimento em algumas categorias, como é o caso do vestuário, a maior categoria de exportação, que entre janeiro e abril registou um aumento de 1,9% e agora, de janeiro a maio, subiu 2,2%. Este incremento foi impulsionado pelo vestuário em malha, já que o vestuário em tecido sofreu uma quebra de 3,6%, para 406,5 milhões de euros.
Nos primeiros cinco meses do ano, o total das exportações de vestuário ficou próximo dos 1,34 mil milhões de euros, em comparação com 1,31 mil milhões de euros do mesmo período do ano passado. As exportações extra-UE registaram um aumento superior ao das intracomunitárias (+3,7% em comparação com 2,1%), suportado pela subida dos envios de vestuário “made in Portugal” para os EUA (+6%, para 42,4 milhões de euros).
Nos mercados intracomunitários, destaca-se a continuação de um crescimento acentuado nas exportações para Itália (+58,8%, 83,1 milhões de euros), Países Baixos (+18,8%, para 65,94 milhões de euros) e Dinamarca (+18,8%, para 20,87 milhões de euros).
Contudo, englobando tanto o vestuário em malha como o vestuário em tecido, há uma quebra de 3,9% nas vendas a Espanha, representando uma perda de quase 22 milhões de euros em exportações entre janeiro e maio deste ano, face ao período homólogo do ano passado.
A queda é ainda mais acentuada, em termos relativos, nos envios para o Reino Unido, que reduziu em 8,9% as suas compras de vestuário com origem em Portugal, o que representa uma diminuição de cerca de 11 milhões de euros.
Em termos da indústria têxtil e vestuário como um todo, a distribuição geográfica das exportações neste período de cinco meses é semelhante, com quedas observadas igualmente nos envios para Espanha (quase menos 4%, representando uma perda de 29,5 milhões de euros) e para o Reino Unido (-5,5%, equivalente a 9,8 milhões de euros).
Pela positiva destaca-se as exportações para Itália (+33%), Países Baixos (+11,6%), Bélgica (+6,5%), Dinamarca (+3,5%) e Alemanha (+2,3%).
Em termos de categorias de produtos exportados, os maiores crescimentos foram sentidos nas outras fibras têxteis vegetais que, embora sejam pouco representativos no conjunto das exportações nacionais da indústria, evidenciaram um aumento de 117,8%, para 3,7 milhões de euros, em comparação com 1,7 milhões de euros no mesmo período do ano passado. O segundo maior crescimento foi verificado nos tecidos impregnados e revestidos, com uma subida de 17,7%, para cerca de 130 milhões de euros, seguido das fibras sintéticas ou artificiais descontínuas (+8,6%, para 118,8 milhões de euros) e dos tecidos especiais, tufados e rendas (+7%, para 48,1 milhões de euros).
Em sentido inverso, é de notar a queda das exportações de tecidos de malha (-13,2%, para 62,1 milhões de euros), provocada por uma queda acentuada nas exportações para o seu principal mercado, Espanha (-24,8%, para 15,7 milhões de euros em comparação com 20,8 milhões de euros no mesmo período do ano passado), mas também para os EUA (-27,3%, para 4,3 milhões de euros) e para França (-17,6%, para 11,5 milhões de euros). Pela positiva, foram exportados mais tecidos em malha para o Reino Unido (+70,9%, para 2,7 milhões de euros) e para a Alemanha (+10%, para 7,4 milhões de euros).
No que diz respeito às importações, a indústria comprou mais ao exterior (+ 3,1%), num total que ascendeu a 1,72 mil milhões de euros.