A quebra da procura e a crescente concorrência dos países do sudeste asiático e de alguns europeus, entre os quais Portugal, Itália e França, são os principais factores causadores da crise pela qual a indústria têxtil espanhola está a passar, adiantou o presidente do Consejo Intertextil Español, Joan Canals numa conferência de imprensa em Barcelona. Segundo Canals, a indústria espanhola de tecidos tem vindo a perder competitividade nos últimos anos face aos seus concorrentes europeus devido às elevadas taxas de inflação registadas no país. Neste momento o sector espanhol de moda e vestuário utiliza cada vez mais tecidos provenientes da Ásia e de Portugal. Para fazer face a esta situação será necessário reduzir o número de postos de trabalho, que passará de 277 900 para 268 200. Actualmente o sector têxtil espanhol ocupa cerca de 10% da população industrial espanhola. Esta diminuição de trabalhadores levará a uma baixa de produção de 6% e estima-se que cerca de 120 empresas fecharão as portas até ao final deste ano, adianta presidente da associação. Esta situação prolonga-se já há mais de um ano, sendo que a facturação total do sector em 2001 não ultrapassou os 14 800 milhões de euros, num ano em que a maior parte dos sectores de actividade espanhóis mostraram ainda uma certa capacidade de crescimento. Joan Canals afirma que o facto de muitas empresas de renome neste ramo terem declarado falência, só contribui para aumentar o nervosismo entre os empresários e acrescenta que a solução para este problema passa pelo estabelecimento de alianças e plataformas, sobretudo tendo em vista a conquista de novos mercados no estrangeiro. A Catalunha, a maior região produtora de tecidos da Espanha, e também Castela la Mancha e a Galiza, são as regiões mais afectadas.