O gigante de moda Hennes & Mauritz, que está a experimentar novas cadeias de lojas juntamente com a sua marca principal, irá precisar destes diferentes segmentos para manter o seu ritmo de crescimento a longo prazo, afirmou o seu diretor-executivo, Karl-Johan Persson. A empresa sueca aumentou de menos de 100 lojas nos Países Nórdicos em meados dos anos 70 para se tornar na segunda maior retalhista de moda mundial, com mais de 2.500 lojas em 45 países. Em 2007, lançou a sua primeira cadeia de lojas independente, a da marca de gama mais alta COS e pouco tempo depois comprou as jovens cadeias de moda Weekday e Monki e a marca Cheap Monday. Em março deste ano, revelou planos para abrir mais uma cadeia, a & Other Stories. «Podemos aumentar o número de lojas H&M em 10% a 15% (anualmente) durante muitos anos, mas a base está a crescer constantemente, por isso em algum ponto isso irá acabar», explicou Persson. «Temos um crescimento muito bom com estas outras marcas, que representam uma pequena parte. Mas a longo prazo, se quisermos manter estas taxas de crescimento, e estou a falar a muito longo prazo, então é uma necessidade», acrescentou o diretor-executivo, cuja família detém a maioria das ações do grupo de 65 anos. A marca H&M pode crescer muito mais na América do Norte e na Ásia, onde o grupo tem apenas uma presença diminuta. Atualmente também não tem lojas no hemisfério sul. Mas em alguns mercados da Europa, onde a H&M tem ainda o grosso do negócio, a marca principal tem já uma forte presença. Em abril, o grupo sueco, que impulsionou a sua marca principal nos últimos anos através de colaborações com designers como Karl Lagerfeld e celebridades como Madonna, registou a sua primeira quebra nas vendas mensais nos últimos dois anos e meio. O objetivo de alargar a sua base de consumidores através de cadeias separadas surge numa altura em que o mercado de moda enfrenta dificuldades de um número crescente de players no segmento de vestuário mais barato e os consumidores, sobretudo numa Europa atingida pela crise, mantêm as bolsas mais fechadas. As cadeias direcionadas para consumidores menos centrados no preço podem também estar mais bem posicionadas para passar o aumento dos custos laborais e das matérias-primas em preços mais altos do que a sua marca principal, centrada no binómio preço/moda. «Provámos que podemos levar algo do género adiante e fazê-lo bem e que pode contribuir para o crescimento e rentabilidade da H&M durante vários anos. A COS é nova, claro, mas tem tido um desenvolvimento muito bom», indicou Persson. A H&M, cuja principal rival é a Inditex, não desvenda os resultados por marca separada, mas indicou que em março a COS, que tem atualmente cerca de 50 lojas em nove países, teve uma boa rentabilidade. Persson indicou que o lançamento da nova cadeia & Other Stories deverá ser semelhante ao primeiro ano da COS, com aberturas de lojas em várias cidades europeias no primeiro semestre de 2013. A H&M declarou que a & Other Stories irá ter preços ligeiramente mais elevados e uma qualidade ligeiramente melhor do que a marca H&M, mas mantém em segredo o estilo e conteúdos da marca. «Se também tivermos sucesso com esta cadeia, isso irá dar à H&M mais uma perna em que se apoiar e haverá grandes oportunidades para contribuir para o crescimento e rentabilidade», referiu Persson. Persson revelou ainda que o grupo pode testar mais cadeias independentes para completar a marca principal. A H&M anunciou em março estar também à procura de formas para alargar a oferta nas lojas da marca epónima. As ações da H&M desceram 0,9% desde o início do ano, enquanto as ações da Inditex, que lançou a sua primeira cadeia de lojas independente em 1991 e tem agora oito cadeias, aumentaram 7% e o índice de retalho europeu SXRP caiu 5,7% no mesmo período.