Através do formulário disponibilizado online, a iniciativa do CITEVE em parceria com a ASM – Associação Selectiva Moda e a colaboração de Paulo Gomes estará nas próximas duas semanas a acolher candidaturas de empresas portuguesas que produzam artigos com conteúdo relevante ao nível da sustentabilidade e/ou economia circular. Fibras, fios, linhas, cordas, tecidos, malhas, não-tecidos, peças de vestuário, têxteis-lar e outros artigos confecionados são alguns dos produtos que poderão ser submetidos, com um limite até quatro por empresa.
Esta será a terceira edição do iTechStyle Green Circle, que foi inicialmente apresentado em 2018 e tem tido uma edição anual, e nos últimos tempos abriu o seu escopo para abranger também o desporto e os têxteis-lar. «Decidimos alargar o conceito e fazer, no fundo, três coleções: uma coleção orientada para a moda, uma coleção orientada para o desporto e uma coleção orientada para os têxteis-lar. O princípio é o mesmo: recolher materiais das empresas portuguesas que tenham diferenciais positivos de sustentabilidade e com essas peças convidar designers ou, no caso do desporto e dos têxteis-lar, as próprias empresas, a desenvolver produtos que possam ser apresentados», revelou em fevereiro António Braz Costa, diretor-geral do CITEVE, ao Portugal Têxtil.
Entre os critérios, que podem ser consultados no website do centro tecnológico, estão as características comprovadas dos produtos ao nível da sustentabilidade e economia circular, o grau de diferenciação e inovação e a criatividade na apresentação do produto. «Os artigos selecionados poderão ser apresentados no iTechStyle Green Circle na forma em que forem propostos pela empresa candidata ou aplicados em produtos a desenvolvidos por designers convidados pelo CITEVE/Paulo Gomes para o efeito», referem as condições.
Correr mundo
A primeira apresentação deste terceiro iTechStyle Green Circle – Sustainability Showcase será realizada na próxima edição do Modtissimo, agendada para 23 e 24 de setembro na Alfândega do Porto. A ideia é que, à semelhança de outros anos, esta mostra percorra alguns dos principais palcos internacionais da indústria têxtil e vestuário, como a Première Vision Paris, a ISPO Munich ou a Neonyt.

«Sustentabilidade e responsabilidade são dois conceitos que se aplicam bem à indústria portuguesa», explicou, ao Portugal Têxtil, Manuel Serrão, CEO da ASM, durante a apresentação da última edição do Green Circle na Première Vision Paris. «Há uma ideia de afirmar Portugal como um país onde a moda sustentável tem, não digo a sua origem, mas um porto seguro. Onde é possível os compradores de todo o mundo encontrarem produtos sustentáveis numa indústria que já tem uma tradição de qualidade», acrescentou.
«Gostava que, da mesma maneira que Itália ganhou o epíteto do grande país da moda, Portugal, a médio prazo, ganhasse o epíteto do grande país da produção sustentável e responsável. Tenho essa ambição. Se lá vamos conseguir chegar ou não, não sei. Agora sei que, em tudo o que depender de nós, o CITEVE vai fazer tudo para conseguir posicionar Portugal como uma referência na área da sustentabilidade têxtil», assumiu na mesma altura António Braz Costa.
A fasquia para esta edição está ainda mais elevada, até porque, confessou na última edição Cristina Castro, relações públicas do CITEVE, «estamos constantemente a pôr em causa o nosso trabalho, a forma como comunicamos e como fazemos as coisas. Estamos já a pensar na próxima edição e a ver como podemos melhorá-la, porque é claramente para melhorar. É dinâmico, estamos sempre a evoluir». Além disso, sublinhou Paulo Gomes, trata-se de trabalhar na mudança de paradigma na moda, que está a evoluir para uma versão mais sustentável do negócio e dos produtos, que se tem refletido nas propostas das empresas portuguesas, e, como tal, «é um processo que não vai acabar. Temos vários caminhos em frente sob o mesmo paradigma, agora temos de apurar qual é o melhor caminho, o que é mais eficaz para as empresas e para chegar junto do consumidor de forma assertiva».