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H&M à sombra da Zara

No quarto trimestre, H&M registou a maior queda nas vendas numa década, com cada vez menos clientes a visitarem as lojas da cadeia sueca de moda rápida, levando a retalhista a ponderar fechar pontos de venda.

A Hennes & Mauritz (H&M) continua a perder terreno para a Inditex, número 1 do retalho de vestuário, tendo sido severamente afetada pela crise do comércio tradicional no quarto trimestre. Os lucros da empresa sofreram com as promoções para escoar stocks.

Na semana passada, o grupo que detém também as marcas & Other Stories, Cos, Arket, Weekday, Monki e H&M Home confirmou a maior queda nas vendas trimestrais em pelo menos uma década. A má performance foi justificada pela quebra no tráfego em loja, levando a H&M a reavaliar os seus planos de expansão.

A retalhista sueca está agora a planear mais encerramentos de lojas e menos aberturas, numa altura em que a crise dos centros comerciais norte-americanos se propaga para outras regiões do globo.

«O quarto trimestre foi fraco para as lojas físicas da marca H&M, afetadas negativamente por uma situação de mercado desafiante, com a queda no tráfego em loja […]», revelou a cadeia de moda rápida em comunicado.

As ações da empresa registaram a descida mais acentuada em nove anos. Na passada sexta-feira, as ações da H&M tinham caído 12% em Estocolmo.

«As expectativas eram baixas depois de um outubro difícil para o mercado de vestuário», sublinhou Michelle Wilson, analista da Berenberg, numa nota.

As vendas, excluindo IVA, caíram 4%, para os 50,4 mil milhões de coroas suecas (aproximadamente 5,03 mil milhões de euros) nos três meses até novembro, segundo a H&M. Os analistas esperavam que as receitas crescessem 2%.

Por outro lado, a arquirrival Inditex continua a crescer – ainda que mais discretamente (ver Crescimento abranda na Inditex) –  enquanto ultrapassa a H&M no comércio eletrónico, segmento no qual o grupo de Amancio Ortega se expande de forma mais agressiva.

As vendas da Inditex, a maior retalhista de vestuário do mundo, cresceram 6% no terceiro trimestre de 2017, para 6,3 mil milhões de euros, o menor crescimento dos últimos 15 trimestres, segundo a Reuters. Já os lucros aumentaram 2,7%, para 975 milhões de euros, em linha com as estimativas dos analistas.

No entanto, considerando os primeiros nove meses do ano, as vendas da dona da Zara subiram 10%, próximas dos 18 mil milhões de euros, enquanto o resultado líquido umentou 6% face ao período homólogo do ano passado, para um total de 2,3 mil milhões de euros. No mesmo exercício, de 1 de fevereiro a 31 de outubro, as vendas online cresceram 13%. No canal online, a Inditex está presente em 45 mercados, após o lançamento do portal de comércio eletrónico da Zara na Índia.

Num esforço para aumentar a sua presença no canal digital, a H&M revelou, também na semana passada, que estava a alargar o seu acordo de cooperação com o Tmall, do Alibaba Group.

A H&M abriu a primeira loja na China há 10 anos. Hoje, as receitas do grupo sueco no Império do Meio somam 11 mil milhões de coroas suecas em mais de 500 lojas físicas e online. A Monki teve um forte desenvolvimento no mercado chinês desde o seu lançamento na plataforma Tmall e a colaboração entre os dois grupos vai agora a ser alargada para incluir a marca H&M e H&M Home a partir da primavera de 2018.