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Inditex imparável

A julgar pelos primeiros números, o grupo Inditex parece ter entrado com o pé direito no ano fiscal de 2016. O grupo espanhol registou um forte crescimento das vendas nas primeiras cinco semanas, mas anunciou que vai abrandar o ritmo de abertura de novas lojas.

Aproveitando a tendência de aumento nas vendas online, a Inditex vai concentrar a abertura de pontos de venda em lojas flagship em localizações privilegiadas. O objetivo é um crescimento de 6% a 8% no novo espaço de vendas nos próximos anos, abaixo das previsões anteriores de 8% a 10%.

«Achamos que a Inditex fez a escolha certa ao abrandar o crescimento em área», afirma a analista do Bernstein, Jamie Merriman. «Acreditamos que a Inditex está claramente a aumentar a sua quota de mercado com uma abordagem ao comércio eletrónico que é menos intensiva em termos de capital», acrescenta.

A Inditex abriu 330 lojas em 56 mercados em 2015, com uma nova loja Zara no Havai a tornar-se a 7.000.ª loja do grupo em todo o mundo. Na semana passada acrescentou uma loja Zara no SoHo em Nova Iorque (ver Zara passeia no SoHo).

A retalhista espanhola, cujas marcas incluem a Massimo Dutti e a Bershka, expandiu as vendas online a Hong Kong, Taiwan, Macau e Austrália durante o ano e revelou que irá concluir a presença digital em todos os mercados da União Europeia em abril, quando ficar online na Eslovénia.

As vendas de artigos como blusas com bordado inglês e vestidos em renda da coleção de primavera da Zara ajudou a aumentar as vendas da marca da Inditex em 15%, a taxas de câmbio constantes, nas primeiras cinco semanas do ano fiscal, que começou em fevereiro.

As vendas da rival H&M aumentaram apenas 7% em janeiro em moeda local e a retalhista sueca já advertiu que as reduções de preços para fazer circular o vestuário de inverno devido às temperaturas anormalmente quentes e elevados custos de aquisição devido a um dólar forte podem pesar nos resultados do primeiro trimestre (ver H&M alinha pelas expectativas).

A Inditex superou as previsões da Société Générale de um aumento de 12% das vendas. Segundo a analista Anne Critchlow, o crescimento implícito das vendas, eliminando o efeito da abertura de novas lojas, será de 8% a 9%. Os preços mais baixos podem ter alimentado esta performance, aponta. «Acreditamos que a Inditex tem baixado os preços e isso está a impulsionar o crescimento das vendas comparáveis na Inditex», explica.

O lucro da Inditex ficou em 2,88 mil milhões de euros para o ano fiscal, que decorre de fevereiro a janeiro, impulsionado pela relativa debilidade do euro em comparação com cerca de 60 moedas. O lucro ficou em linha com as expectativas dos analistas contactados pela Reuters.

A Inditex tem umas das ações mais bem posicionadas na bolsa do sector do vestuário, que, apesar de terem caído cerca de 7% desde o início do ano devido em parte às preocupações de que a valorização do euro possa afetar o lucro, subiram 0,6% para 29,6 euros no passado dia 9 de março.

A empresa propôs um dividendo de 0,6 euros por ação, ou seja, um aumento de 15,4% em comparação com o ano anterior.