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Inovação em fibras de celulose premiada

São seis os nomeados para o prémio Inovação em Fibra de Celulose do Ano. Bast Fibre Tech, Empa, Kelheim Fibres, Metsä Spring, OrganicDisposables e Stora Enso são os candidatos ao galardão, cujos vencedores serão conhecidos a 2 de fevereiro, na Conferência Internacional sobre Fibras de Celulose, depois de uma votação online.

Empa [©Empa]

Os seis candidatos irão “digladiar-se” durante a 2.ª Conferência Internacional sobre Fibras de Celulose, que decorrerá online a 2 e 3 de fevereiro. No primeiro dia da conferência, a partir das 16h15, cada um terá cerca de 10 minutos para apresentar o produto e as suas mais-valias e ganhar os votos dos participantes na conferência – o período de votação durará 15 minutos, após o qual serão apurados três vencedores.

De acordo com o comunicado do nova-Institute, «as fibras de celulose são o grupo de fibras com o crescimento mais rápido nos têxteis, o maior sector de investimento na economia de base biológica e uma solução para evitar microplásticos».

Entre os seis candidatos ao prémio, escolhidos por um júri de funcionários do nova-Institute e do conselho da conferência entre 12 candidaturas, há desde uma espuma à base de celulose para embalagens a produtos de higiene absorventes, passando por produtos em fibras compostáveis de cânhamo e resíduos de linho e por fibras têxteis à base de pasta de papel.

Os nomeados são a Bast Fibre Tech, o Empa, a Kelheim Fibres, a Metsä Spring, a OrganicDisposables e a Stora Enso.

Bast Fibre Tech

Bast Fibre Tech [©Bast Fibre Tech]
A canadiana Bast Fibre Tech foi selecionada pelas suas fibras compostáveis produzidas a partir de resíduos provenientes do processamento de cânhamo e linho. A utilização de resíduos biogénicos, originários da produção de culturas de crescimento rápido em vez de usar madeira ou recursos fósseis, é ambiental e economicamente mais sustentável, destaca o comunicado do nova-Institute. As aplicações para a fibra, que apresenta propriedades de absorção de humidade, podem passar por papel higiénico e toalhitas de limpeza recicláveis.

Empa

Já o laboratório suíço Empa – Laboratories for Materials Science and Technology combinou aerogel à base de celulose com nanofios de prata. O compósito flexível bloqueia a radiação eletromagnética de alta frequência, o que é tradicionalmente conseguido através da utilização de chapas metálicas não flexíveis ou folhas metalizadas. «Este material de proteção eletromagnética ultraleve pode ser utilizado para proteger componentes eletrónicos ou a transmissão de sinais de campos eletromagnéticos causados por dispositivos eletrónicos ou motores vizinhos», indica o nova-Institute.

Kelheim Fibres

Kelheim Fibres [©Kelheim Fibres]
A alemã Kelheim Fibres, por seu lado, desenvolveu soluções de fibra à base de plantas para produtos de higiene absorventes. As fibras têm características especiais para as diferentes camadas dos produtos: uma fibra hidrófoba para a parte superior, uma fibra trilobal para a camada de aquisição e distribuição e uma fibra oca para o núcleo absorvente. «Estas fibras biodegradáveis e produzidas de forma sustentável permitem a substituição de fibras de plástico sem perda de desempenho», sublinha o instituto. O desenvolvimento pode ainda ser usado na produção de têxteis, nomeadamente para roupa interior menstrual reutilizável. Os primeiros produtos com esta solução da Kelheim deverão chegar ao mercado este ano.

Metsä Spring

[©Metsä Spring]
A Metsä Spring, sediada na Finlândia, está a desenvolver um processo mais eficiente em termos energéticos, para produzir fibras celulósicas artificiais – como viscose e liocel –, tendo por base uma nova família de solventes. Utilizando líquidos iónicos, a fibra pode ser produzida a partir de pasta de papel, evitando a dissolução de polpa, que é um processo que consome muita energia.

OrganicDisposables

Organic Disposables [©Organic Disposables]
Por sua vez, a polaca OrganicDisposables criou o FibriTech, um novo processo para a produção de material poroso e leve a partir de celulose e materiais linhocelulósicos. Pode ser utilizada uma mistura de fibras, incluindo resíduos e fibras recicladas. Isto alarga as possibilidades de materiais utilizáveis e reduz o desperdício. As propriedades desejadas são conseguidas com a aplicação de bio-aditivos. O material resultante pode ser usado como um substrato natural, tanto para plantas como para sistemas de cultivo sem solo. Outras aplicações possíveis são isolamento térmico e sonoro, assim como filtros de ar.

Stora Enso

Stora Enso [©Stora Enso]
Por último, a espuma à base de celulose da sueca Stora Enso apresenta-se como uma alternativa mais amiga do ambiente para embalagens e materiais de amortecimento à base de fósseis, tais como poliestireno expandido ou polietileno. A espuma tem propriedades de absorção e isolamento de choques semelhantes aos produtos usados atualmente, com o benefício adicional de ser biodegradável, compostável e reciclável através do circuito normal da reciclagem de papel.