A Jeanologia, especialista em soluções tecnológicas para a indústria de denim, anunciou que deverá ter ajudado os produtores a poupar cerca de 15,5 milhões de metros cúbicos de água em 2020, equivalente ao consumo anual de 844.815 pessoas. As poupanças têm sido conseguidas graças às tecnologias que tem desenvolvido, nomeadamente a H2Zero, que permite reciclar 100% da água usada no acabamento de jeans e que garante descargas zero, proporcionando poupanças superiores a 10 metros cúbicos de água por hora.
«Instalámos a H2Zero em 19 fábricas de todo o mundo e o teste do conceito é válido. Esta tecnologia está a revolucionar a indústria têxtil, convertendo-a numa indústria sem água e criando um modelo de transparência, inovação e práticas sustentáveis», afirmou Enrique Silla, CEO da Jeanologia, na comunicação realizada no Dia Mundial da Água, a 22 de março.
A Jeanologia estabeleceu ainda uma parceria com a empresa química Devan para tornar a aplicação dos acabamentos antimicrobianos e de cuidado da pele mais sustentável, através da utilização da tecnologia e-Flow, que emprega a micronização e a nebulização para substituir os processos tradicionais de abrasão e aplica nanobolhas de ar em vez de água para transferir os químicos para as peças de vestuário, minimizando assim a utilização e descarte de água. Está ainda a desenvolver um processo de tingimento a frio de denim com a especialista em produtos químicos Archroma, que deverá reduzir drasticamente a necessidade de água.
Recurso vital e precioso
Já a Kontoor Brands, que detém as marcas Wrangler e Lee, tem implementado o programa Indigood para incluir mais tecnologias de poupança de água. Lançado em 2019 com a introdução de denim tingido com espuma, a iniciativa pretende gerar poupanças de água durante a fase de produção do tecido denim e inclui atualmente qualquer tecnologia que possibilite poupar pelo menos 90% de água face aos processos convencionais.
A Wrangler revelou que, em 2020, poupou mais de 7 mil milhões de litros de água nos acabamentos, um valor superior à meta estipulada de 5,5 mil milhões de litros, e declarou que tem como novo objetivo reduzir a utilização de água em 50% até 2030.
Também a Adidas tem procurado reduzir a sua pegada aquática, tendo lançado uma coleção de sapatilhas sem tingimento, que usa o têxtil na sua cor natural. «Uma vez que criamos tantos produtos, estamos sempre à procura do que podemos fazer melhor em relação ao nosso impacto ambiental e isso inclui a forma como usamos a água para tingir materiais. O tecido com a cor natural não exige um pós-tratamento para atingir as mesmas qualidades de performance, mas ainda consegue uma poupança de cerca de 60% em água e energia», aponta a marca alemã.
O projeto segue-se à modernização da estação de tratamento de águas residuais que a empresa austríaca produtora de fibras de liocel realizou na unidade produtiva de Purwakarta, na Indonésia, e irá contribuir para que cumpra o objetivo de reduzir as emissões de águas residuais em 20% até 2022, em comparação com os números de 2014. A utilização responsável da água é, de resto, um dos elementos centrais da estratégia de sustentabilidade “Naturally Positive”, que está a ser executada através da utilização eficiente da água na produção e do recurso a tecnologias inovadoras de tratamento de água. «A Lenzing estabeleceu objetivos concretos de sustentabilidade para os desafios mais importantes em cada uma das suas áreas estratégicas e estamos a persegui-los de forma muito disciplinada», afirma Stefan Doboczky, CEO do grupo Lenzing.