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iTechStyle Summit com os olhos postos em 2019

720 inscritos de 21 países, com sessões em que estiveram mais de 400 participantes. O iTechStyle Summit 2018 despediu-se com a secretária de Estado da Indústria, Ana Teresa Lehmann, que falou via Skype para o congresso, retida pelo mau tempo.

Braz Costa

Foi uma sexta em cheio no Terminal de Leixões para o encerramento do iTechStyle Summit 2018, tendo em conta as palavras da secretária de Estado da Indústria. «O sector da moda é relevante na economia e tem um peso muito importante. As exportações de têxtil e vestuário atingiram recordes em 2017 e são fundamentais para o crescimento da nossa economia e para a criação de mais e melhor emprego», garantiu a governante.

Para Ana Teresa Lehmann, o têxtil é «uma verdadeira indústria de futuro», na qual a qualidade dos recursos humanos tem um peso muito importante. A secretária de Estado deu o exemplo do programa INCoDe.2030 como iniciativa de fundo para requalificar os trabalhadores do sector e defendeu que, na sua opinião, «o desafio não é, fundamentalmente, tecnológico. Destaco o tema humano e social, o futuro do trabalho tem que merecer a nossa reflexão. Será colaborativo» e assente em competências mais apuradas, salientou Ana Teresa Lehmann.

Por sua vez, Braz Costa, diretor-geral do Citeve, deixou um desafio a quem estava na plateia: ajudar a decidir em que mês se realizará a próxima edição do evento, garantida já para 2019. «Tivemos várias sessões com mais de 400 pessoas a assistir. Os participantes vêm de 21 países», detalhou.

Fábricas inteligentes

No último painel, dedicado à digitalização e robotização, Joachim Hensch, diretor-geral da Hugo Boss Textile Industries afirmou que nas fábricas atuais, só é aproveitado 8% do espaço e o resto é ar. «Os robôs não têm que trabalhar na horizontal», adiantou o executivo, que deu conta do projeto que a famosa marca está a implementar na Alemanha e que irá incluir drones, com o objetivo de entregar os materiais necessários à produção. Os trabalhadores da Hugo Boss terão direito a uma área de self learning e as máquinas que estão na fábrica foram programadas para adquirir valências que até agora estavam reservadas aos humanos. Mas Hensch acredita que apesar disso não são os empregos mais virados para a produção que estão em risco e sim a gestão intermédia e o pessoal de escritório, porque não irão ser precisos. Até porque, reconheceu, as máquinas conseguem prever os erros antes de acontecerem.

Joachim Hensch

Edouard Macquin, CSO da Lectra, deu conta das mudanças rápidas que estão a avançar no mundo do retalho e que têm impacto na indústria da moda. «A fast fashion mudou tudo. O cliente é que está agora no centro, não posso empurrar mais produtos ao mercado. Agora são os dados que irão produzir a moda», explicou.

Já Yvonne Heinen-Foudeh, diretora comunicação e marketing da Gerber, mostrou como é que a Internet of Things (IoT) pode ajudar as fábricas a ficarem mais inteligentes, nomeadamente através do uso do 3D que, entre outras coisas irá poupar às empresas muito desperdício em amostras. E assegurou que a cloud é muito mais segura do que os sistemas tradicionais.