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ITV brasileira quer duplicar saldo comercial em 2003

A ITV brasileira, pioneira na industrialização no Brasil, vive momentos de renovação e de franco crescimento graças à adopção de um agressivo programa que já acumula mais de seis mil milhões de euros de investimentos em projectos de modernização, de formação de recursos humanos e de aumento de produtividade, factores fundamentais para a sobrevivência industrial num mercado aberto, cada vez mais globalizado e competitivo. A importância crescente do sector na economia nacional pode ser compreendida a partir dos seus números mais recentes. Congregando cerca de 30 mil empresas, entre fiações, tecelagens, tricotagens, tinturarias, estamparias e confecções, responsáveis por um milhão e meio de empregos directos, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) apresentou em 2002 uma facturação de cerca de 22 mil milhões de euros, exportações de 1,2 mil milhões de euros, com um saldo comercial positivo de 157 milhões de euros, após ter saído de um déficit de 1,15 mil milhões de euros em 1997. Apesar de apresentar estes números impressionantes referentes ao último ano, que colocaram o Brasil como o sétimo maior produtor têxtil mundial, o sector não está satisfeito. Segundo a ABIT, a ITV brasileira quer duplicar o saldo comercial positivo em 2003 e investir um milhar de milhão por ano em equipamentos, tecnologia e formação profissional. Uma outra meta importante é exportar quatro mil milhões de euros até 2007. Os investimentos previstos em projectos de desenvolvimento e aquisição de tecnologia, formação de recursos humanos e aumento de produtividade, têm como objectivo sustentar o crescimento do sector, de forma a torná-lo mais competitivo nos mercados interno e externo. Também está prevista a implementação de inúmeros programas que integrem toda a fileira têxtil e que abrangem áreas como a educação, a evolução do negócio da moda, os cuidados com o meio ambiente, parcerias com outros sectores, além de um forte investimento em acções de promoção e internacionalização dos produtos. De acordo com Paulo Skaf, presidente da ABIT, embora o cenário seja positivo, nem de longe o sector atingiu sua plenitude. “Existem enormes espaços a serem conquistados no mercado interno, um dos maiores do mundo, com 160 milhões de consumidores. Quanto ao mercado externo, a nossa meta é recuperar 1 por cento de participação no mercado mundial, que actualmente é de 0,4 por cento, o que significarão exportações de 4 mil milhões de euros em 2007. Pretendemos atingir este objectivo com produtos de maior valor acrescentado”. Embora o sector já tenha adquirido maturidade empresarial, superando inúmeras crises, para Paulo Skaf ainda há muito a fazer, afirmando que “a exemplo de outros sectores, sofremos com a falta de financiamentos para as exportações, juros altos e também altos custos para adquirirmos tecnologia. Sem contar com problemas e falta de reformas estruturais. Ressalte-se que não pedimos nada demais, apenas condições que nos permitam competir com os nossos concorrentes internacionais”. Optimista, Paulo Skaf acredita que somando esforços, multiplicando convergências e conhecimentos, estas dificuldades podem ser ultrapassadas e a ITV brasileira, dada a sua abrangência e características, vai gerar muito mais empregos e exportações e tornar-se numa referência mundial em excelência e qualidade de produtos.