Apesar da revolução democrática do país, a Tunísia continua a ser um país de eleição para as empresas portuguesas da Indústria Têxtil e de Vestuário (ITV). Entre as cerca de 2.100 empresas têxteis que o país alberga, 16 têm capital, total ou parcial, português, tendo contribuído para o volume de negócios de 2,7 mil milhões de euros do sector em 2010, 90% do qual realizado em exportações. Para Portugal, foram exportados 26,3 milhões de euros de produtos têxteis e vestuário, segundo dados do instituto de promoção das exportações da Tunísia, o Cepex, sobretudo em jeans e sportswear (65,8%). «Fomos para a Tunísia pela necessidade de sermos mais competitivos», revela Francisco Dias, administrador da TDM Textile du Maghreb, uma filial da Silsa, que confecciona essencialmente para clientes europeus. A empresa, que emprega 150 pessoas directamente, revela que se irá manter na Tunísia. «Neste momento, pensamos que há condições para continuar a trabalhar lá», acredita Francisco Dias. A Scoop Tunisia, outra empresa de capital português a operar na Tunísia, que emprega cerca de 70 pessoas directamente e 500 indirectamente, registou mesmo um aumento das encomendas recentemente. «Notamos um aumento de pedidos em relação ao mesmo período do ano anterior», revela a directora da empresa, Ana Rocha. Também por isso, uma saída da Tunísia não se coloca neste momento. «Continuamos a acreditar na Tunísia pelo potencial que tem a nível da indústria têxtil». O mesmo sentimento tem a Cavitex. «Neste momento a intenção é continuar. Do meu ponto de vista não há razão para decidir outra coisa, não tivemos até ao momento quebra de encomendas por parte do nosso principal cliente e ainda esta semana tivemos contactos de clientes interessados em fazer encomendas aqui na Tunísia», explica o responsável pela empresa, Vítor Teixeira. As empresas que actuam em Portugal também mantêm boas relações comerciais com a Tunísia e estão cada vez mais a investir no país como mercado de exportação. No ano passado, estiveram presentes, com o apoio da Associação Selectiva Moda e do Qren, cinco empresas Fitor, Lurdes Sampaio, Malhas Carjor, Miraze e Troficolor na maior feira têxtil e vestuário do país, a Texmed (ver Portugueses investem na Texmed). Uma presença que se deverá repetir e, até alargar, na próxima edição de 9 a 11 de Junho, já que a Associação Selectiva Moda está a organizar novamente uma delegação portuguesa.