Um grupo de cientistas da Nova Zelândia está a estudar como é que as fibras de lã se degradam na água do mar, numa altura em que o impacto das microfibras sintéticas no meio ambiente está ao auge. O trabalho, de dois institutos do país, o AgResearch e o Scion, também tem como objetivo informar os produtores e retalhistas da performance dos artigos com lã, nomeadamente vestuário.
Vários estudos indicam que as microfibras, cujo comprimento pode chegar aos 5 milímetros, estão a entrar no sistema aquático, nomeadamente lagos, rios e oceanos, em grandes quantidades, provenientes sobretudo de roupa e outros materiais que se soltam nas máquinas de lavar.
Em 2016, um relatório da Bren School of Environmental Science & Management concluiu que um casaco de lã podia largar até 250 mil microfibras durante uma lavagem apenas. Ainda há poucos dados sobre têxteis-lar, como tapetes, roupa de cama e outros produtos que são lavados com menos frequência.
Quando entram no oceano, as microfibras podem ser ingeridas pela vida marinha e acabar na cadeia alimentar, criando problemas de saúde.
Steve Ranford, um dos cientistas da AgResearch, revela que os dados disponíveis apontam para que a lã, uma fibra proteica natural, se degrade a um ritmo muito mais elevado na água do mar e, por isso, representa um risco menor para a vida marinha do que fibras como a poliamida ou o poliéster.
Os institutos da Nova Zelândia envolvidos no projeto estão a preparar uma experiência para analisar o comportamento de vestuário e tapetes de lã em condições controladas de água do mar, comparativamente aos produtos sintéticos.
Este estudo irá decorrer durante 90 dias e a partir dos resultados será possível perceber o que resta das amostras e fornecer informação fundamentada que permita ao consumidor tomar decisões informadas sobre os produtos que compra.