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Laranjinha em novos voos

A celebrar 35 anos no mercado, a Hall & Companhia está apostada em conquistar mais clientes internacionais. À lista de três dezenas de mercados já rendidos ao know-how em roupa de bebé da Laranjinha, a empresa portuguesa espera acrescentar novos países, num percurso que levanta da estrada e voa pelo mundo virtual.

Com um crescimento de 12% no volume de negócios antecipado para este ano, a Laranjinha continua a somar mercados à lista de países para onde exporta. Num mercado global onde «a exigência e a complexidade dos produtos aumentou», como revela o administrador Luís Figueiredo, a marca portuguesa, especializada em vestuário de criança dos zero até aos oito anos, conta já com cerca de 800 clientes em 30 mercados, com Itália, Inglaterra e Espanha a liderarem.

«Há muitos anos que temos um objetivo: ganhar um mercado novo todos os anos», aponta, numa entrevista concedida em junho ao Jornal Têxtil. No ano passado foi a Holanda, este ano a Suíça. «Estamos a falar de mercado, não no aspeto de ter um cliente, mas trabalhar com grandes department stores ou ter uma rede de clientes», explicita Luís Figueiredo, que sublinha ainda o desenvolvimento de mercados como a Alemanha, Bélgica e Holanda. «Outro mercado a que estamos atentos neste momento é a América Latina. Chile, Peru, Colômbia são mercados que têm uma apetência pelos produtos europeus. E nós temos que explorar isso, porque a Europa está muito difícil», indica.

Além das vendas em clientes multimarca, com lojas físicas, a Laranjinha está também a investir no mundo virtual, com a loja online, lançada há dois anos, a ser renovada e ampliada para chegar a novas latitudes. Atualmente, França e Alemanha são os melhores mercados da marca nas vendas online, que representaram cerca de 1% dos cerca de 6 milhões de euros de volume de negócios em 2015. «Um dos investimentos grandes tem a ver com a publicitação da nossa loja online nos mercados externos, ou seja, fazer campanhas, com a Google, dirigidas especificamente para um segmento alvo», revela o administrador. Com um valor de investimento que ultrapassa 200 mil euros, as campanhas estão direcionadas para os mercados europeus.

Ainda na rede, o projeto contempla o investimento em software para melhorar as vendas aos clientes multimarca. O novo update vai permitir, «por exemplo, que os clientes multimarca acedam ao nosso servidor, ao armazém, ao stock disponível, e coloquem diretamente a encomenda», explica Luís Figueiredo.

Nos projetos da empresa, além do investimento online e da presença em feiras internacionais, faz parte ainda a implementação da nova marca Snug, dedicada ao universo do bebé, que contempla edredões, resguardos de camas e outros artigos de têxteis-lar para os mais pequenos. «De certo modo pode vir a funcionar como uma complementaridade da oferta da Laranjinha». Aliás, a própria Laranjinha caminha, eventualmente, no sentido da especialização no vestuário de bebé. «Nesta área de negócio [até aos 24 meses] não há ninguém que faça melhor do que nós em Portugal, nem que tenha uma especialização tão grande como nós. Temos pensado até que ponto não valerá a pena apostar mais ainda nesta linha e abdicar de uma linha de grandes, onde temos um tipo de produto diferente, com uma concorrência diferente – temos estado a tentar tomar essa decisão», confessa o administrador da Hall & Ca.

Enquanto a decisão não é tomada, a coleção para a primavera-verão 2017 chegará em breve às quatro lojas próprias em Portugal, aos dois corners no El Corte Inglés, assim como a centenas de pontos de venda em território nacional e além-fronteiras. «Todas as coleções têm qualquer coisa de diferente. Já usámos matérias-primas com cerâmica, já usamos gangas muito finas, completamente macias e adaptáveis às formas do bebé. Agora usámos um tecido com lavagem, que traz um estampado e é tinto em peça – conforme a cor que se lhe dá, o estampado, que tem umas flores, altera», revela Luís Figueiredo. Produtos com valor acrescentado que permitem instigar a curiosidade. «O cliente tem vontade de vir ver a coleção da Laranjinha porque sabe que vai haver qualquer coisa, não vou dizer que seja revolucionária, mas que ele vai gostar de ver e isso é importante», destaca. «Estamos a vestir a segunda geração de clientes e daqui a uns anos queremos estar a vestir a terceira», conclui o administrador.