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Luxo a 360º

Giancarlo Di Risio, CEO da Versace, tinha jÁ avisado no início do ano que os objectivos traçados para 2008 passavam por uma maior penetração no mercado asiÁtico (ver Versace espreita mercado asiÁtico). E os planos não tardaram a ser postos em prÁtica, seguindo a mÁxima da marca que acredita que a decisão de acrescentar mais de 5.000 m² de espaço de retalho vai cobrir melhor o mercado e, assim, aumentar as receitas. Responde à penetração lógica do mercado», afirmou Di Risio. A Ásia tem mais consumidores, acima de tudo no segmento de luxo, e estÁ a crescer de forma exponencial… Estamos a pensar em crescimento». A Versace pretende, desta forma, investir cerca de 45 milhões de euros para abrir 11 lojas este ano, sobretudo na Ásia, para cobrir um mercado que espera irÁ substituir os EUA como o segundo maior mercado em termos de vendas, logo a seguir à Europa. Di Risio não quis avançar previsões financeiras para o ano. Mas, com vendas de 310,6 milhões de euros em 2007 e um débito a cerca de 20% de volume de negócios, o CEO da marca de luxo italiana afirma que agora é o momento certo para investir na expansão, apesar da incerteza económica – e sem recurso aos mercados. A Versace não precisa de entrar em Bolsa actualmente», revelou Di Risio. Financiamo-nos a nós próprios, através de linhas de crédito normais». A primeira das lojas jÁ abriu no dia 13 deste mês no Papillon Mall em Kuala Lumpur e a segunda abertura nesta cidade deverÁ acontecer ainda este ano. Esta primeira loja na MalÁsia, com cerca de 300 m², contou na inauguração com o príncipe Tunku Naquiyuddin e a princesa Tunku Nurul Hayati e agrupa as colecções para homem e senhora, para além de acessórios, joalharia, perfumes da marca e a linha Versace Home. Os outros espaços comerciais estão previstos para Macau, Hong Kong, Taiwan, China e Europa, que se irão juntar às 71 lojas Versace contabilizadas em todo o mundo no final do ano passado. Segundo Di Risio, uma das lojas em Hong Kong terÁ cerca de 500 m² distribuídos por dois pisos e irÁ situar-se na Canton Road, enquanto que outra loja na Europa serÁ a primeira em Milão dedicada exclusivamente à colecção da Versace para a casa. Todas as lojas irão seguir o recente esquema preto e branco da Versace. Apesar da tentativa de construir relações novas e duradouras com os consumidores na Ásia, Di Risio reiterou que a América continua a ser um mercado importante para a Versace e a prova disso foi a presença de Donatella Versace no lançamento do vestuÁrio masculino da marca na Barneys em Nova Iorque. Di Risio anunciou, igualmente, que a empresa quer consolidar o seu negócio de acessórios em 40% das vendas, com o foco nos relógios e na joalharia. Vai ser definitivamente um dos segmentos que vamos começar a promover, de forma muito intensa, em 2008», sustentou Di Risio, acrescentando ainda que a Versace vai abrir a segunda loja dedicada só a relógios – a primeira foi inaugurada em Roma no ano passado – no Dubai no início de 2009, e que a empresa estÁ actualmente a analisar formatos dedicados só à joalharia, tal como fez a rival Gucci. A Versace estÁ também a aventurar-se noutras Águas – ou, melhor dizendo, noutros céus. Após ter assinado um acordo com a fabricante de helicópteros AgustaWestland no ano passado, Di Risio revelou que os primeiros dois helis estão prontos a ser entregues aos seus compradores europeus. Acrescentou ainda que a casa de moda estava praticamente a acabar a decoração de um Airbus 380 e cogita jÁ a outros projectos residentes» de luxo. Acreditamos no luxo de 360º», concluiu Di Risio.