No total, foram cinco os designers distinguidos ontem, 6 de junho, numa cerimónia apresentada pelos atores Emma Stone e Jaden Smith. Os vencedores foram escolhidos por um júri que, além dos diretores artísticos das diversas casas de moda do LVMH – J.W. Anderson (Loewe), Maria Grazia Chiuri (Dior), Nicolas Ghesquière (Louis Vuitton), Marc Jacobs (Marc Jacobs), Clare Waight Keller (Givenchy), Karl Lagerfeld (Fendi) e Humberto Leon and Carol Lim (Kenzo) –, incluiu ainda Delphine Arnault (vice-presidente executiva da Louis Vuitton), Jean-Paul Claverie (conselheiro de Bernard Arnault), Sidney Toledano (presidente do conselho de administração e CEO do LVMH Fashion Group) e um painel de 48 especialistas em moda.

Entre 1.300 candidaturas de 90 países, foi a de Masayuki Ino que conquistou o júri. A marca de streetwear do designer epónimo, fundada em 2012 e presença habitual na passerelle da Semana de Moda de Tóquio, é conhecida por designs têxteis inovadores e pela fluidez de género, estando disponível em 25 pontos de venda em todo o mundo, incluindo a Dover Street Market e a 10 Corso Como.

«Ficámos impressionados com a desenvoltura contemporânea que incute nos designs de Masayuki Ino um toque urbano infundido com poesia fresca», destacou Delphine Arnault.
Citada pelo Business of Fashion, Clare Waight Keller compara o designer a um «Issey Miyake dos tempos modernos», acrescentando ainda que «ele força as fronteiras dos têxteis e do vestuário e, apesar da barreira da língua, apresentou muito bem a sua coleção».
Nicolas Ghesquière, por seu lado, confessou ter ficado «completamente maravilhado com a modernidade das suas texturas».
Masayuki Ino vai agora receber uma bolsa de 300 mil euros e terá um ano de apoio do programa de mentores com especialistas do LVMH. O designer, o primeiro japonês a vencer o concurso, que conta já cinco edições, entra assim para a lista de vencedores do cobiçado LVMH Prize que consagrou a dupla Marques’Almeida (ver Marques’Almeida conquista LVMH) em 2015.

Face ao talento dos nove finalistas, o júri decidiu ainda atribuir um prémio especial a Rok Hwang, um designer de origem coreana sediado em Londres, cuja marca de vestuário de senhora se caracteriza por peças elegantes e adaptáveis que incorporam o contraste feminino/masculino. Em comunicado, Delphine Arnault explicou que «fomos seduzidos pelos designs de Rok Hwang, pelas suas criações femininas, sensuais e fortes e pelo seu domínio de modelação complexa». O designer vai agora receber uma bolsa no valor de 150 mil euros e o apoio do conglomerado de luxo durante um ano, que, segundo indica Hwang ao Business of Fashion, será usado para «criar uma forte fundação para a empresa» através da contratação de pessoas especializadas em áreas diversas, assim como para investir em «merchandising para fazer a ligação aos consumidores de forma mais direta».
Além destes dois designers, foram ainda distinguidos três jovens recém-formados, que recebem um bolsa de 10 mil euros e a oportunidade de trabalhar em casas de moda do LVMH: Archie M. Alled-Martinex, da Central Saint Martins, vai trabalhar na Givenchy; Maya Chantout, da École de la Chambre Syndicale de la Couture Parisienne, vai ser integrada na Céline; e Scylia Chevaux, da Accademia Costume & Moda, irá fazer parte da equipa da Louis Vuitton.
O LVMH atribuiu igualmente uma bolsa de 10 mil euros às instituições de ensino frequentadas por estes jovens para apoio às atividades académicas.
«A quinta edição do LVMH Prize contou com mais de 1.300 jovens talentos de mais de 90 países em competição. Este sucesso prova o cariz internacional do evento. Sinto-me orgulhosa por o grupo LVMH destacar o trabalho [destes designers] e apoiar o seu desenvolvimento», resumiu Delphine Arnault.