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Mais de 200 empresários no evento da PME-Portugal

China, Angola e Espanha: ameaças e oportunidades para as PME” foi o tema do debate promovido pela Associação das PME-Portugal, que reuniu mais de 200 empresários, no passado dia 21 de Janeiro, no Porto. Para além de promover o debate, foi objectivo desta iniciativa «desmistificar junto dos empresários muitas ideias feitas e que não correspondem à realidade», afirmou Joaquim Rocha da Cunha, presidente da associação. No painel sobre a China, Sérgio Teles, administrador da Elidev, afirmou que «os produtos europeus gozam de um prestígio especial pela sua qualidade e design», dando como exemplo os automóveis, relógios, jóias e moda. Como pontos fracos dos chineses, o empresário apontou o facto de serem «fracos a criar, a inovar e a identificar as necessidades dos consumidores ocidentais», bem como o seu diferente sentido de estética. Quanto às dificuldades dos empresários portugueses em abordar o mercado chinês, Sérgio Teles sublinhou a língua e a cultura. «Encarar a China como uma plataforma de produção» foi um dos conselhos dados pelo director da Edeluc, Fernando Costa Freire. Durante a sua intervenção destacou ainda que «Portugal tem empresas no mercado tradicional, com qualidade, que podem apostar no mercado chinês», não deixando de referir Portugal é o quinto país da Europa a assinar uma parceria estratégica com a China. Já o consultor Jack Soifer alertou para as «grandes diferenças existentes entre as várias províncias chinesas e para o facto de cada uma delas ter grande autonomia no que toca a pequenas e médias empresas». No painel sobre Angola, Carlos Sá Faria, do ICEP Portugal, apresentou uma breve caracterização do mercado angolano e do relacionamento bilateral entre Portugal e aquele país africano. Aproveitando o facto de estar perante mais de duas centenas de pequenos e médios empresários, Sá Faria anunciou que em Fevereiro irá ser apresentado um projecto de parceria às empresas e associações empresariais, que contará com o apoio do ICEP. «Este é um projecto prioritário que será aprofundado até Março, momento em que está prevista uma missão governativa e empresarial a Angola, liderada pelo primeiro-ministro, José Sócrates». Ainda sobre o mercado angolano, Hélder Oliveira, em representação do Banco Fomento de Angola e da Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola, afirmou que este deverá ser um mercado prioritário para os empresários portugueses. Aliás, «nos últimos anos abriram-se muitas oportunidades, até porque a economia angolana tem as maiores taxas de crescimento do mundo». No último painel da sessão, o espanhol Manuel Aguilar, CEO da Mondial Assistance em Portugal, lançou o repto aos empresários portugueses para investirem em Espanha, acrescentando que «para uma PME é mais fácil entrar no mercado espanhol». Os empresários João Clara, da Renova, e Carlos Rodrigues, da Ferpinta, apresentaram a forma como as suas empresas abordaram o mercado espanhol. Reconhecendo as dificuldades iniciais na abordagem a este mercado, dado que se trata de um «mercado muito competitivo, mas para o qual temos de olhar como um mercado natural». Espanha deve ser encarada como «uma oportunidade para as empresas continuarem a crescer e a melhor forma de nos defendermos dos nossos concorrentes espanhóis é estarmos lá antes de eles estarem cá», reforçou Carlos Rodrigues.