25% dos franchisings que existem em Portugal, onde o sector movimenta 2.200 milhões de euros, são de origem espanhola. Finalmente os ventos parecem estar a mudar, e são as marcas nacionais que partem à conquista dos clientes espanhóis, num mercado mais maduro e mais experiente do que o nosso em questões de franchising. Marcas como a Salsa Jeans (moda jovem), a Quebramar (vestuário de inspiração náutica), a Petit Patapon (moda infantil), A Loja do gato Preto (moda infantil), a Luna Bleu (acessórios de moda) ou ainda a Biju (acessórios de moda) estão a dar os seus primeiros passos em Espanha. E há que acrescentar outras marcas como a Lanidor (vestuário feminino) e a Peter Murray (vestuário masculino), que já possuem mais de uma dezena de lojas no país vizinho. Segundo Susana Esteves, responsável de marketing da Biju, elegeram a Espanha para a sua primeira expansão internacional porque «é o mercado natural, porque a mulher espanhola é um pouco mais sofisticada do que a portuguesa e cuida-se mais e porque acreditamos que existem aí boas oportunidades de negócio». A marca de acessórios de moda já conta com 48 lojas, 3 das quais em Espanha. Do total, 15 são próprias e as restantes são em regime de franquia. De momento a Biju, que prevê facturar este ano cerca de 14 milhões de euros, está a analisar a reacção do mercado espanhol e a adaptar a marca aos gostos locais com o objectivo de se instalar nas primeiras e segundas capitais de província. Enrique Luque, coordenador internacional da consultora Tormo & Associados, explica que os franchisings portuguesas estão a entrar no mercado espanhol de duas formas diferentes. A primeira é como uma expansão semelhante à de uma mancha de azeite, isto é, por proximidade geográfica, o que supõe que as primeiras lojas localizar-se-ão na Galiza, Estremadura e Andaluzia ocidental. Este é o caso, por exemplo, da marca Luna Bleu, que começou por Huelva. A segunda forma de entrar no mercado espanhol é, segundo Enrique Luque, mediante acordos com master-franchings. Nesta situação encontra-se a marca Peter Murray, propriedade da empresa Camilo Pinto, que chegou a um acordo com um master-franchising espanhol, ao qual logo comprou o contrato de exclusividade. Desta forma, as marcas portuguesas iniciam a sua conquista do mercado espanhol, prosseguindo então a sua expansão pelo resto dos países europeus e convertendo-se em marcas internacionais.