A Chanel antecipa um abrandamento no crescimento das suas actividades em 2009 devido à crise económica mas não põe em causa os projectos previstos, apesar do «contexto difícil», segundo revelou à AFP Bruno Pavlovsky, presidente da divisão moda da casa de luxo. Em 2008, a Chanel conheceu «um crescimento em todas as suas actividades», que «abrandou no final do ano», indicou Pavlovsky. «Para 2009, prevemos também um abrandamento do crescimento», mas não um «decréscimo», acrescentou, sem referir valores, até porque a casa Chanel, que não está cotada em bolsa, mantém zelosamente secretos todos os números ligados à sua actividade (volume de negócios, resultados,). Pavlovsky afirma, no entanto, que a marca tem «diversos projectos que se mantêm», evocando nomeadamente a abertura de lojas, como no Dubai, China, Rússia e Coreia do Sul. «A partir do mês de Julho, verificámos, como toda a gente, a forma como o contexto evoluiu e mudou. Depois disso, tomámos todas as medidas que considerámos adequadas e necessárias para gerir o melhor possível a marca num contexto mais difícil», explicou. A casa de luxo anunciou em Dezembro o fim antecipado da sua “Mobile Art Tour”, uma digressão mundial de uma galeria de arte móvel, para se «recentrar» nos «investimentos estratégicos». A exposição era albergada numa espécie de nave espacial desenhada pela arquitecta iraquiana Zaha Hadid e incluía o trabalho de 15 artistas inspirados pela carteira Chanel criada em 1955 (verO disco voador Chanel). Entretanto, os sindicatos franceses anunciaram que a Chanel pôs fim a todos os seus contratos de trabalho temporário a partir de 31 de Dezembro, uma medida que afectou cerca de 200 pessoas. Contudo, o presidente da divisão moda da casa de luxo justifica que, tal como sucede todos os anos, a Chanel «recorreu, para o período anterior ao Natal, a um certo número de trabalhadores temporários» que «chegaram ao fim do contrato durante o mês de Dezembro». «Não houve despedimentos» e «o número de trabalhadores temporários está em constante desenvolvimento», sublinhou Pavlovsky. A Chanel emprega «mais de 3.000 pessoas com contratos de trabalho temporários em França», precisou. No que respeita à Mobile Art, o presidente da divisão moda da casa de luxo invocou «uma alteração em relação a tudo o que se passa. Já não é a melhor forma de comunicar a marca», classificando-a de «inapropriada». «Vai haver uma continuação e um fim» para a digressão da Mobile Art, actualmente «em contentores em Inglaterra», concluiu Pavlovsky.