Depois de ter acolhido a semana de moda masculina, desta feita foi a vez das linhas femininas arrasarem nas passerelles de Milão, num total de 103 desfiles onde uma centena de polémicas e tendências estiveram na ponta das línguas mais afiadas. No país da bota, em todos os sentidos, nomes como Giorgio Armani e Emporio Armani, Just Cavalli, Moschino Cheap and Chic, Dolce & Gabana, Krizia, Prada, Pollini, La Perla, Gucci, Salvatore Ferragamo, Fendi, Pucci, Roberto Cavalli, John Richmond, Moschino, Gianfranco Ferré, Versace e Blumarine marcaram presença com colecções que destacaram sobretudo pela saltos altos, que causaram furor e parecem ser a tendência-chave do Outono-Inverno 2008/09. Mas a moda italiana não se restringe aos pés. A cintura marcada, tendência hÁ jÁ algumas temporadas e que remete aos anos 80, continua a ser um dos destaques desta edição, sobretudo através da Dsquared2 e da sua alfaiataria, que apostaram inclusivamente no volume das mangas a fazer lembrar a alta-costura da década passada. AliÁs, a proporção e os volumes estiveram bastante presentes nas novas colecções. A dupla Domenico Dolce e Stefano Gabanna apostou nas saias um pouco abaixo do joelho, nas calças largas e nos lenços no pescoço que proporcionaram looks glamourosos e ricos. O xadrez também continua em voga, sendo utilizado por algumas marcas, como a D&G – a segunda linha da dupla – que investiu em padrões clÁssicos que encantaram a plateia. Sou completamente viciada nas colecções da Dolce&Gabbana porque apresentam um estilo é intemporal e uma linha perfeita», salientou a actriz francesa Fanny Ardant, que assistiu ao desfile na companhia de Monica Belluci e da top-model Naomi Campbell. A Just Cavalli privilegiou sobretudo os estampados animais e florais que deram um toque primaveril às tendências anunciadas para a próxima estação fria. Uma tendência igualmente seguida por Giorgio Armani, outro adepto das flores e que para esta estação se inspirou nos povos étnicos. Tenho respeito e carinho pelos povos étnicos e por toda a sua cultura extremamente rica e cheia de cor», afirmou o estilista. Foi todavia a cor que vestiu as passerelles de Milão, na medida em que o preto tradicional – e tão usado no Inverno – fez parceria com tons mais alegres como o rosa, o azul e o amarelo. A Blumarine aproveitou as cores para uma mistura com aplicações de pedras e detalhes em renda. Tecido também utilizado em vÁrios looks da Prada – uma das marcas que mais regras dita na moda transalpina. Com a sua colecção “donna” e sem elemento algum como cenÁrio, a estilista Miuccia Prada investiu nas transparências e nas rendas, texturas e vestidos de aspecto cintilante em tons laranja, branco, azul, bege e vermelho. O estilista britânico John Richmond seguiu uma linha semelhante, apresentando uma colecção na qual destacou os vestidos longos, decotados e justos, além de jóias e casacos em tons maioritariamente cinzentos, negros e brancos. Laura Biagiotti, por sua vez, apresentou uma linha de corte também convencional, na qual abundaram as saias e vestidos pelo joelho, enquanto a C’N’C Costume National mostrou uma colecção bastante comercial mas igualmente pautada pela sofisticação. Aprofundando os casacos de pele, com um pouco de streetwear foi umas das boas colecções de Milão. Relativamente às novidades, a marca Iceberg lançou um gorro com orelhas de gato, além da aposta nas luvas, longas ou curtas. As propostas estão lançadas e acreditando nas tendências que desfilaram em Milão, a estação fria 2008/09 serÁ colorida, divertida, alta – tendo em conta o calçado apresentado – e muito glamourosa, com vestidos em tecidos leves como os que dominaram na colecção da Versace. Não estivesse o Verão à porta e daria vontade de saltar directamente para o próximo Inverno.