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Moda subiu ao palco da Eurovisão

Nas últimas semanas, a 63.ª edição do Festival Eurovisão da Canção pôs Portugal à prova – da organização à apresentação, da música à moda. Gio Rodrigues, Nuno Baltazar, Storytailors, Carlos Gil, Alves/Gonçalves, João Rôlo, Luís Carvalho e Inês Torcato, entre outros, garantiram que, a par da música, também a moda nacional subisse ao palco.

Chegou ao fim a 63.ª edição do concurso, com Portugal em último lugar. Metade dos pontos foram atribuídos pelos jurados dos 43 países, a outra metade pelos televotos. Na Altice Arena, a canção de Netta, “Toy” foi escolhida para sucessora de “Amar Pelos Dois”, dos irmãos Luísa e Salvador Sobral, o tema vencedor de 2017.

Palco e passerelle

Daniela Ruah, Catarina Furtado, Filomena Cautela e Sílvia Alberto assumiram a apresentação do Festival Eurovisão da Canção, Isaura e Cláudia Pascoal assumiram a responsabilidade de representar Portugal com a música “O Jardim” e o design de moda nacional assumiu os looks de todas elas.

Logo na cerimónia de abertura, que estendeu uma passadeira azul junto ao MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, em Belém, se percebeu que a edição seria uma verdadeira passerelle da moda “made in Portugal”.

SuRie

Cláudia Pascoal escolheu a designer Rose Palhares para um vestido preto caicai; Sílvia Alberto vestiu prateado, num look assinado por Luís Carvalho, e Filomena Cautela inaugurou ali, na passadeira erguida à beira Tejo, uma relação vencedora, no primeiro de vários looks assinados pela dupla Alves/Gonçalves, este em preto e plissado.

Globalmente, na passadeira azul e depois em palco, SuRie, a concorrente do Reino Unido, mereceu “12 pontos” pelos coordenados embainhados durante a 63.ª edição do Festival.

Dentro das comitivas que menos pontuaram nos coordenados, ficaram a de Israel e a da Moldávia. Netta, representante de Israel, escolheu um coordenado de “Capuchinho Vermelho”, mas em branco, e os representantes da Moldávia levaram chapéus de palha e de penas, no mínimo, indiscretos.

Netta

Já as semifinais, que aconteceram a 8 e 10 de maio, na Altice Arena, voltaram a movimentar a comunidade moda, com os coordenados das apresentadoras e representantes da comitiva nacional devidamente catalogados nas redes sociais e alvo de rasgados elogios, aquém e além-fronteiras, com Carlos Gil a ser eleito por Sílvia Alberto e Daniela Ruah.

Na final de sábado último, as quatro anfitriãs envergaram dois coordenados. Daniela Ruah, Sílvia Alberto, Catarina Furtado e Filomena Cautela vestiram João Rôlo, Gio Rodrigues, Nuno Baltazar e Alves/Gonçalves, respetivamente. Na segunda parte do evento, Daniela Ruah vestiu Alves/Gonçalves e Sílvia Alberto Storytailors. Catarina Furtado e Filomena Cautela repetiram os designers.

Holofotes no talento emergente

Isaura e Cláudia Pascoal escolheram a jovem designer Inês Torcato para criar os looks exclusivos com os quais representaram Portugal na final do Festival Eurovisão. Inês Torcato recebeu antecipadamente as preferências da autora/compositora e da intérprete que, segundo comunicado, «pretendiam manter o seu estilo, mas elevá-lo para o momento».

Cláudia Pascoal, Inês Torcato e Isaura

Reforçando a sua assinatura e arriscando em soluções criativas e originais, Inês Torcato desenvolveu alguns croquis, apresentou materiais/técnicas e encontrou, juntamente com o stylist Miguel Veiga, as soluções ideias para a ocasião. Foi então criado um fato desconstruído para Isaura, composto por um blazer pelo joelho de manga curta, uma t-shirt e umas calças justas.

No caso de Cláudia Pascoal, a ideia era simular visualmente um vestido, sendo na realidade uma estrutura diferente, ou seja, um não-vestido. Foi feita uma gabardina com uma cauda, assimétrica no ombro, revelando por baixo um body. «O grande elo de ligação no visual da Isaura e da Cláudia Pascoal são os tecidos, que sendo invulgarmente aplicados em peças tão dispares, foram aqui utilizados em ambas de distintas formas e pensados para criar esta cumplicidade», pode ler-se no comunicado. As cores ficam entre os azuis escuros e os pretos, contudo as transparências das mousselines e das rendas ou o brilho dos encerados transmitem novas tonalidades. O calçado partiu do rasgo criativo de Inês Torcato – sapatos e botas que foram apresentados na última coleção da designer.

Para Inês Torcato, vestir as representantes portuguesas foi um «privilégio inigualável», pois desde criança que é fã do Festival Eurovisão da Canção.

Mariza e Ana Moura

Num dos intervalos das atuações, o DJ e produtor Branko apresentou uma remistura de Sara Tavares, com a voz da própria, que volta assim à Eurovisão, e um rap de Plutónio, uma colaboração com Dino D’Santiago a celebrar a diversidade da Nova Lisboa, e a sua canção com Mayra Andrade, juntando-se todos no fim. Os coordenados de denim em branco total foram assinados pela designer Alexandra Moura. As fadistas Ana Moura e Mariza também subiram ao palco da Altice Arena, em Luís Carvalho e João Rôlo, respetivamente.

A par dos coordenados, também os acessórios usados pela comitiva nacional tiveram selo de qualidade “made in Portugal”, cruzando modernidade e herança, com joalharia assinada por marcas como Eleutério e Carolina Curado e calçado de Luís Onofre ou Freakloset.