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Moretextile ganha ecopontos

O grupo Moretextile, que englobou em 2011 a António Almeida & Filhos, Coelima e JMA, está a alargar o seu portefólio, com têxteis-lar que incluem matérias-primas recicladas e reaproveitadas, numa estratégia centrada na sustentabilidade.

Os têxteis-lar com MoreColorGreen, um fio com fibras reutilizadas da fiação (algodão, liocel, viscose e linho, entre outras), misturadas com 30% de poliéster reciclado são a mais recente adição ao portefólio de têxteis-lar do Moretextile. Produzidos na Tearfil, a unidade de fiação do grupo, os fios têm certificação do Global Recycled Standard e, segundo a empresa, um conjunto de lençóis MoreColorGreen poupa até 1,7kg de algodão virgem, o que representa uma economia de 33.750 litros de água, e usa 750 gramas de poliéster reciclado, o que corresponde a seis garrafas de plástico PET (polietileno tereftalato) que não acabarão em aterro.

Mas a aposta da Moretextile em matérias-primas mais amigas do ambiente não se fica por aqui, com o fio Eco Heather a fazer parte igualmente das apostas para os milhões de metros de têxteis-lar que saem dos teares da empresa. «O Eco Heather é um fio obtido a partir do desperdício da fiação. É fiado com cerca de 10% de algodão virgem para uma maior resistência. Há produtos 100% Eco Heather e há outros que são uma mistura de Eco Heather com outras fibras, como elastano», explicou, ao Jornal Têxtil (dezembro 2017), Isa Rodrigues, diretora de qualidade e responsável de inovação, durante uma visita promovida no âmbito da Guimarães Home Fashion Week.

O leque de novos produtos abrange igualmente artigos com a tecnologia Dynamic Color, com pigmentos termocromáticos, que mudam de cor com o aumento da temperatura, e a toalha de praia All In, maior para albergar toda a família.

«Temos investido muito em design e em inovação, características diferenciadoras», sublinhou Artur Soutinho, numa apresentação aos jornalistas durante a mesma visita. É aí que entram os artigos com características sustentáveis. «O mercado começa a exigir», garantiu o CEO do Moretextile, Artur Soutinho. «A certificação GOTS está a crescer todos os meses. Começámos no ano passado com o BCI e está a ter cada vez mais notoriedade», referiu. Só o Eco Heather, apresentado ao mercado na Heimtextil, no início do ano, já registou «mais de 700 mil euros de vendas», apontou. Por seu lado,o Dynamic Color, com pigmentos termocromáticos, tem um cliente na Rússia e outro na Dinamarca. «Para um produto que acabamos de apresentar não é mau», considera Artur Soutinho.

O grupo, que conta com quatro unidades industriais e emprega 1.100 pessoas, registou um volume de negócios consolidado de 90 milhões de dólares em 2016. «Um dos nossos principais clientes é o Grupo Inditex, que representa cerca de 20% das nossas vendas de têxteis-lar», revelou Artur Soutinho. «O mercado ibérico representou 37,4 milhões de euros em 2016 e deverá superar os 39 milhões de euros em 2017», indicou.

Só a António Almeida & Filhos e a Coelima – ambas dedicadas a “vestir” a cama” – têm uma capacidade produtiva instalada de 1,2 milhões de metros por mês, graças a 108 teares, 12 dos quais jacquard. Já a JMA, dedicada aos felpos, tem uma capacidade de produção de 2.200 toneladas por ano, incluindo entre a tecnologia instalada três máquinas de estamparia flat screen que, segundo o CEO, «são únicas na Europa».

Mas há novos investimentos em linha. A primeira fase está programada para 2017/2018 «em várias unidades», anunciou Artur Soutinho, a que se seguirá uma segunda fase – entre 2019 e 2021 – num total de 10 milhões de euros.

Além de produzir em private label, a Moretextile, que tem na Europa e no Canadá os seus principais mercados, conta ainda com várias marcas – Home Concept, Coelima, Nicoleta, Elias (só para o mercado do Benelux), Jorzolino e Arkhipelagos (toalhas de praia, incluindo a All In) – que correspondem atualmente a 10% do volume de negócios.