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ndia proíbe exportações de algodão

O governo indiano impôs desde 5 de março a proibição a todas as exportações de algodão do país, numa ação que deverá pressionar o aprovisionamento mundial e os preços. A Índia é o segundo maior produtor mundial de algodão e a decisão anunciada pela Direção-Geral do Comércio Externo (DGCE) tem efeito imediato. A proibição aplica-se também a exportações de algodão em bruto que já foram registadas mas ainda não enviadas e «não serão aplicáveis medidas de transição», indica a DGCE em comunicado. «As exportações de algodão estão proibidas até novas ordens», acrescenta. Um outro comunicado do governo indica que a decisão de proibir mais exportações «teve em conta a tendência do consumo interno e a redução da disponibilidade internamente». E acrescenta que quase 9,4 milhões de fardos de algodão foram já enviados no atual ano de comercialização, que começou a 1 de Outubro, contra um excedente de exportação estimado em 8,4 milhões de fardos. A medida segue-se a pedidos recentes por parte de exportadores indianos para a implementação de medidas para travar as exportações de algodão do país para a China e conservar os stocks para as empresas têxteis locais. O governo chinês está no processo de criação de stocks nacionais numa ação pensada para assegurar o abastecimento interno de algodão e ajudar a evitar futuras flutuações no preço do algodão. O projeto começou em setembro e deverá decorrer até ao final deste mês. A reconstituição das reservas nacionais chinesas significa que no final de 2011/2012, o país poderá deter um quarto dos stocks mundiais, segundo indicou o International Cotton Advisory Board O Apparel Export Promotion Council (AEPC) afirma que mais de 85% do total das exportações de algodão da Índia este ano foi enviado para a China e isso criou «um impacto negativo» na indústria. O presidente do AEPC, A. Sakthivel, afirmou recentemente que a indústria têxtil local ficará privada de algodão de boa qualidade e irá ter de enfrentar escassez se «o número da exportação for revisto novamente em alta». O grupo pediu, assim, ao governo para manter 2,5 milhões de fardos de algodão em reserva para as empresas locais. Contudo, parece que o governo foi agora mais longe do que na interdição decretada em abril de 2010, em que proibiu as exportações de algodão em bruto que ainda não estivessem registadas. Também impôs limites à quantidade de algodão, mesmo sob contratos registados, que podia ser exportada, numa tentativa de limitar o aumento dos custos e inverter a falta de fio de algodão para as empresas do país. Os envios voltaram a ser possíveis em novembro desse ano, mas foi colocado um teto de 5,5 milhões de fardos, embora este tenha aumentado para 6,5 milhões de fardos em maio de 2011. As restrições às exportações de algodão foram eventualmente levantadas no início da atual estação, em 1 de outubro de 2011. O governo indicou que esta decisão surge após as exportações acima do esperado na época 2010/2011 terem reduzido a quantidade de stock que passou para 2011/2012, de 4,8 milhões de fardos para 3,3 milhões de fardos. Também referiu que estima que a produção de algodão da Índia na época 2011/2012, que termina a 30 de setembro, caia de 34,5 milhões de fardos para 34 milhões de fardos. Os preços do algodão para a entrega em maio nos mercados internacionais subiram 4,3%, para 92,2 cêntimos de dólar por libra, na bolsa de valores ICE Futures US em Nova Iorque.