O retalhista de moda britânico New Look não tem planos para relançar a sua entrada em bolsa num futuro próximo. Mas o grupo, que também em Fevereiro tinha adiado o regresso ao mercado bolsista, disse estar confiante na conquista de quota de mercado, à medida que os consumidores, com os recursos financeiros mais limitados, optam pela oferta de produtos de moda a preços baixos. O resultado operacional aumentou 18% para as 163 milhões de libras (199 milhões de euros à taxa corrente) no ano fiscal que encerrou em 27 de Março, e a New Look revelou ter conquistado clientes aos seus rivais mais dispendiosos, como a Marks & Spencer e a Next, para se tornar na segunda maior cadeia de moda feminina britânica. Questionado sobre uma possível entrada no mercado bolsista, Carl McPhail, presidente executivo, afirmou que «se houver uma oportunidade, então não descartamos nada» A New Look, que foi privatizada em 2004 pelas empresas de capital de risco Apax e Permira, anunciou em Fevereiro que esperava angariar cerca de 650 milhões de libras com a entrada em bolsa, para reduzir os seus mais de mil milhões de libras de empréstimos. Mas os investidores revelaram-se prudentes face ao plano, especialmente após a cadeia de lojas de departamento Debenhams ter regressado, em 2007, ao mercado accionista carregada com dívidas e registado uma queda no valor das acções. O analista Matthew McEachran da corretora Singer considera que os resultados da New Look são favoráveis quando comparados aos rivais em bolsa, com o aumento de 18% no lucro subjacente a superar os aumentos de 1,5% na M&S, 4% na Debenhams e 9,4% na Next. A New Look, que gere mais de 1.000 lojas em 13 países, registou uma despesa excepcional de 10 milhões de libras, incluindo taxas, relacionadas com a interrupção da entrada em bolsa. As vendas nas lojas abertas há pelo menos um ano subiram 1,2%, incluindo um aumento de 5% na Grã-Bretanha, reflectindo o forte crescimento registado em retalhistas rivais, como Primark e Matalan. No entanto, as vendas internacionais caíram 12%, prejudicadas pelo desempenho particularmente fraco na França e na Irlanda. A New Look foi prudente em relação à perspectiva dos consumidores, juntando-se ao coro dos retalhistas que alertaram de que as medidas para reduzir o endividamento público, como o aumento nos impostos e os cortes nos gastos públicos, podem prejudicar a procura ao longo dos próximos meses. McPhail disse estar resignado com o aumento no imposto sobre as vendas (IVA) dos 17,5% para os 20%, previsto no orçamento de emergência, mas pediu que o governo não implementasse a medida até ao próximo ano, afirmando que uma aplicação anterior seria um pesadelo operacional. Apesar do cenário económico difícil, a New Look quer continuar a abrir novas lojas. O retalhista britânico pretende adicionar cerca de 200 mil pés quadrados (cerca de 18,58 mil metros quadrados) de espaço de venda na Grã-Bretanha no ano que vem e até 150 mil pés quadrados (cerca de 13,94 mil metros quadrados) no estrangeiro, incluindo lojas franqueadas.